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quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Lição 7 - O Encontro de Jesus com a Mulher Samaritana - A Água que Sacia para Sempre

 

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Introdução
Texto de Referência : 

João 4.9-13
9 - Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?
10 - Jesus respondeu, e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus e quem é que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.
11 - Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens como que tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva?
12 - És tu maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, bebendo ele próprio dele, e os seus filhos, e o seu gado?
13 - Jesus respondeu, e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede.

1 - O Evangelho é para Todos

1.1 - Jesus Quebra Barreiras e Transforma Mentalidades
"Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? (Porque os judeus não se comunicam com os samaritanos)" (João 4.9)

Por que os Judeus não se comunicam com os samaritanos ?
A origem da inimizade remonta ao exílio do Reino do Norte de Israel, em 722 a.C., quando o rei da Assíria, deportou a população israelita, vieram com eles povos estrangeiros. Esses novos habitantes se misturaram com os israelitas que não foram deportados, resultando em uma população mista, tanto em etnia quanto em religião. Eles passaram a ser conhecidos como samaritanos.
Os samaritanos desenvolveram suas próprias práticas religiosas. Eles aceitavam apenas os cinco primeiros livros da Bíblia (o Pentateuco), que chamavam de Torá Samaritana, e consideravam o Monte Gerizim como o local sagrado para adoração, em oposição a Jerusalém (capital de Judá), que era o centro de adoração para os judeus.

As Razões do Distanciamento
Essa separação resultou em uma série de pontos de discordância, a saber :
Diferenças religiosas: Os judeus viam a religião samaritana como uma forma corrompida do judaísmo, misturada com crenças pagãs. A Torá Samaritana, embora semelhante a Torá judaica, tinha variações significativas, principalmente em relação ao local de adoração.
Discordância sobre o local de Adoração: A maior disputa era sobre qual monte era o local correto para adorar a Deus. Os judeus consideravam o Templo em Jerusalém como o único lugar autorizado para o sacrifício e a adoração, conforme a tradição judaica. Os samaritanos, por sua vez, acreditavam que o Monte Gerizim, onde construíram seu próprio templo, era o lugar escolhido por Deus.
Questões Étnicas: Os judeus consideravam os samaritanos como "meio-raça", descendentes de casamentos mistos entre israelitas e pagãos, o que os fazia ver os samaritanos como impuros e inferiores.

Essa inimizade foi tão forte que os judeus muitas vezes evitavam viajar pela Samaria, preferindo fazer um caminho mais longo pela Transjordânia. A conversa de Jesus com a mulher samaritana à beira do poço quebrava não apenas uma, mas várias barreiras sociais e religiosas da época, sendo um ato revolucionário.

1.2 - Jesus Cumpre o Ide
Embora Jesus só tenha dado a ordem explícita do "IDE" após sua ressurreição em Mateus 28:19-20, sua vida e ministério foram um modelo de como essa missão deve ser cumprida.
A Grande Comissão não é apenas sobre ir para lugares distantes, mas sobre levar a mensagem de salvação a todas as pessoas, independentemente de sua origem, status social ou religião. O verbo "IDE" significa estar em movimento, levando a mensagem de Cristo para onde quer que se esteja. Jesus cumpre o "IDE" quando ao passar em Samaria quebra qualquer preconceito e barreira entre judeus e samaritanos; no encontro no poço, Jesus demonstra isso perfeitamente:
Ele quebra barreiras culturais e religiosas: Ele inicia uma conversa com uma mulher samaritana, algo que os judeus da época consideravam impuro e inaceitável.
Ele se importa com a pessoa, não com o rótulo: Em vez de focar na reputação da mulher (que tinha um passado complicado), Jesus se concentra em suas necessidades espirituais, oferecendo-lhe a "água viva".
Ele transforma um encontro casual em um momento de discipulado: A conversa no poço não foi apenas um bate-papo. Jesus revelou à mulher que Ele era e a convidou a compartilhar essa verdade em sua comunidade. Ela, por sua vez, se tornou a primeira missionária a Samaria, levando a notícia de que "o Messias veio".

A ida de Jesus a Samaria e seu encontro com a mulher são, portanto, um protótipo da Grande Comissão. Ele foi ao encontro de uma pessoa marginalizada, quebrou todas as barreiras sociais e a transformou em uma seguidora e evangelista. Isso mostra que o "IDE" começa onde estamos, alcançando as pessoas ao nosso redor, mesmo as que a sociedade considera excluídas.
  
1.3 - Jesus Socorre os que vão a Ele

Porque a mulher samaritana ficou surpresa de Jesus falar com ela ?
A mulher samaritana ficou surpresa de Jesus falar com ela, conforme em João 4:9, por três motivos principais que refletem as profundas divisões sociais e religiosas da época.

1. A Inimizade entre Judeus e Samaritanos
A principal razão para a surpresa dela era a forte inimizade entre judeus e samaritanos, que já existia há séculos. Os judeus consideravam os samaritanos impuros, tanto etnicamente quanto religiosamente. Eles viam a religião samaritana como uma versão corrompida do judaísmo e evitavam qualquer contato com eles. Portanto, um judeu, especialmente um rabino, falar com uma samaritana em público era algo extremamente incomum e chocante.

2. A Barreira de Gênero
Naquela cultura, era considerado inapropriado para um homem, especialmente um mestre religioso, conversar com uma mulher desconhecida em público. A sociedade era patriarcal e as interações entre homens e mulheres de fora da família eram muito limitadas. O fato de Jesus iniciar uma conversa com ela quebrava essa norma social.

3. A Questão da Reputação da mulher
A mulher samaritana veio buscar água ao meio-dia, uma hora incomum, o que sugere que ela estava tentando evitar as outras mulheres da cidade. A Bíblia revela mais tarde que ela teve cinco maridos e vivia com um homem que não era seu marido, o que indica que ela provavelmente tinha uma reputação questionável em sua comunidade. Para um homem santo como Jesus se dirigir a ela, sem demonstrar preconceito ou julgamento, era algo totalmente inesperado e digno de espanto.

Em suma, a surpresa da mulher samaritana não era apenas por uma única razão, mas pela combinação dessas três barreiras socias. O gesto de Jesus quebrou todas essas regras, demonstrando que sua mensagem de salvação e socorro era para todos, independentemente de sua origem, gênero ou passado.

2 - Todos temos Sede de Deus

2.1 - Uma Mulher Desprezada

A Abordagem de Jesus às pessoas
A Abordagem de Jesus às pessoas que encontrava pelo caminho é um dos aspectos mais marcantes e revolucionários de seu ministério. Em vez de seguir as normas sociais e religiosas de sua época, Ele as subvertia, tratando a todos com dignidade, compaixão e um senso de propósito único.

1. Ele Quebrava Barreiras Sociais
Jesus frequentemente conversava e interagia com grupos de pessoas que a sociedade judaica de sua época considerava excluídos ou "impuros". Caso da mulher samaritana (João 4), onde Jesus falava abertamente com mulheres, algo que não era comum para um rabino. Caso de pecadores e coletores de Impostos, Ele jantava com coletores de impostos, como Zaqueu (Lucas 19), pessoas que eram vistas como traidores e pecadores. Jesus também dedicou grande parte de seu ministério a curar os doentes e a ter compaixão pelos marginalizados, como leprosos (Mateus 8) e cegos (João 9), que eram frequentemente isolados da sociedade.

2. Ele iniciava a Conversa, Não Esperava Ser Procurado
Diferentemente de outros mestres religiosos que esperavam ser procurados, Jesus muitas vezes tomava a iniciativa. 
No Poço em Samaria: Ele começou a conversa com a mulher samaritana pedindo-lhe àgua.
Com Zaqueu: Ele viu Zaqueu em cima de uma árvore e se convidou para jantar em sua casa.
Ele não esperava que as pessoas estivessem "prontas" para recebê-lo; ele ia ao encontro delas, independentemente de sua situação.

3. Ele Enxergava o Indivíduo, Não o Rótulo
A abordagem de Jesus era pessoal. Ele não via as pessoas como categorias (mulher, samaritano, coletor de impostos, outros), mas como indivíduos com histórias, necessidades e potencial espiritual. 
Ele tratou a mulher no poço como uma pessoa sedenta por algo mais, não apenas como uma samaritana de má reputação: "Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede e não venha aqui tirá-la" (João 4:15).
Ele viu em Zaqueu não um coletor de impostos corrupto, mas alguém com o coração pronto para a mudança.

Essa essência, a abordagem de Jesus era fundamentada no amor, na compaixão e na aceitação incondicional. Ele se importava com as pessoas o suficiente para quebrar normas sociais e religiosas, ensinando pelo exemplo que cada ser humano é valioso aos olhos de Deus.

2.2 - Desprezada pela Sociedade

Por que a Mulher samaritana era desprezada ?
A mulher samaritana do poço, conforme o relato em João 4, era desprezada e marginalizada por uma série de razões que se somavam e a isolavam socialmente.

1. Desprezo por ser Samaritana
A principal razão, e a mais óbvia, era sua origem. Os judeus e os samaritanos tinham uma longa história de inimizade e desprezo mútuo. Os judeus viam os samaritanos como "meio-raça", descendentes de casamentos mistos entre israelitas e pagãos, e consideravam sua religião uma forma corrompida do judaísmo. Conversar como um samaritano, e muito menos beber do mesmo utensílio, era considerado impuro para um judeu.

2. Desprezo por ser Mulher
Naquela cultura, as mulheres tinham um status social inferior ao dos homens. Era considerado inapropriado para um homem, especialmente um mestre religioso como Jesus, conversar com uma mulher desconhecida em público. Isso já a colocava em uma posição de vulnerabilidade e pouca importância social.

3. Desprezo por seu Histórico Pessoal
A Bíblia revela que ela tinha um histórico de relacionamentos turbulentos: ela teve cinco maridos e vivia com um homem que não era seu marido. Isso, por si só, era motivo de grande estigma na sociedade. É provável que essa seja a razão pela qual ela buscava água ao meio-dia, a hora mais quente do dia, para evitar a companhia das outras mulheres da cidade que a julgavam e a desprezavam.

Foi a combinação desses três fatores que fez com que o ato de Jesus conversar com ela no poço fosse tão surpreendente e revolucionário. Ele não apenas quebrou as normas sociais e religiosas, mas a viu com dignidade, oferecendo-lhe a salvação, algo que ninguém mais faria.

2.3 - Somos Convidados a Adorar a Deus
Havia uma divergência central e de longa data entre judeus e samaritanos sobre o lugar correto para a adoração a Deus. Essa questão não era de pouca importância; era a principal causa de sua separação e inimizade. 

A Raiz do Conflito: Monte Gerizim ou Jerusalém
Para os judeus, o lugar de adoração escolhido por Deus era o Templo em Jerusalém, construído no Monte Moriá, que mais tarde foi associado ao Monte Sião. Eles baseavam essa crença na sua tradição e em escrituras que descreviam Jerusalém como o lugar onde Deus colocaria Seu nome.
Os samaritanos, por outro lado, acreditavam que o verdadeiro lugar de adoração era o Monte Gerezim, localizado na Samaria. Eles baseavam sua crença em sua própria versão do Torá (os cinco primeiros livros da Bíblia), que incluía uma passagem modificada em Deuteronômio, instruindo o povo a construir um altar no Monte Gerizim. Eles viam o Monte Gerizim como um local sagrado desde os tempos de Abraão, Jacó e Josué.

O Templo Samaritano
Como resultado dessa crença, os samaritanos construíram seu próprio templo no Monte Gerizim por volta do século IV a.C. Esse ato foi um ponto de ruptura definitivo com os judeus, que só reconheciam o Templo de Jerusalém. 
Embora o Antigo Testamento não mencione explicitamente a construção de um templo samaritano no Monte Gerizim, em João 4:20, temos um indicação implícita que aponta para a crença dos samaritanos de que o Monte Gerizim era o lugar correto para adorar a Deus, uma crença que estava ligada à existência de um templo no passado.
Historiadores como Flávio Josefo relatam que os samaritanos construíram um templo no Monte Gerizim por volta do século IV a.C. Esse templo foi destruído acerca de 100 anos antes do tempo de Jesus por um líder judeu, João Hircano, mas os samaritanos continuaram a adorar no monte, mantendo a tradição viva.

É exatamente essa a questão que a mulher samaritana levanta quando reconhece em Jesus um profeta: "Nossos pais adoraram neste monte, mas vós dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar" (João 4:20).

Jesus, ao responder, transcende a disputa sobre o local físico. Ele declara que, no futuro, a adoração não estará ligada a um monte específico, seja Gerizim ou Jerusalém, mas sim a uma adoração "em espírito e em verdade" (João 4:23-24). Ele estava ensinando que a verdadeira adoração se dá no coração e na sinceridade, e não na geografia.

3 - A Conversão da Mulher Samaritana

3.1 - Jesus se Revela como o Messias

"A mulher disse-lhe: Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier; nos anunciará tudo. Jesus disse-lhe: Eu sou, eu que falo contigo" (João 4:25-26).
De forma clara e direta, Jesus se revela como o Messias para a mulher samaritana. Este momento é um dos pontos altos do relato dos versículos acima.
A mulher expressa no texto uma expectativa comum entre judeus e samaritanos da época, a de que o Messias viria para resolver todas as dúvidas e questões. 
Essa é uma das poucas vezes em que Jesus se identifica tão diretamente como o Messias. Essa revelação transforma a vida da mulher, que imediatamente deixa seu cântaro, corre para a cidade e se torna a primeira missionária a anunciar a chegada do Salvador.

3.2 - A Samaritana tinha Conhecimento Religioso
A mulher samaritana demonstra um conhecimento religioso significativo durante a conversa com Jesus, o que a torna uma personagem complexa e perspicaz. Seu conhecimento é evidenciado em vários pontos da interação em João 4:

Ela tinha conhecimento da Inimizade e Costumes Religiosos
Logo no início da conversa, ela expressa sua surpresa com a atitude de Jesus, mostrando que ela estava ciente das profundas divisões entre judeus e samaritanos (João 4:9). Isso prova que ela entendia as normas sociais e religiosas que regiam a interação entre os dois povos, incluindo as proibições de usar o mesmo utensílio.

Ela tinha conhecimento Teológico e Messiânico
Mais adiante na conversa, a mulher eleva o diálogo a um nível teológico, discutindo a adoração e a expectativa do Messias:
A disputa sobre a Adoração: Ela levanta a principal questão teológica que separava judeus e samaritanos: o lugar de adoração. Ela conhecia a tradição samaritana sobre o Monte Gerizim e a visão judaica sobre o Templo de Jerusalém (João 4:9).
A Expectativa do Messias: O ponto culminante da conversa ocorre quando ela menciona o Messias (chamado Cristo), demonstrando sua crença na vinda de um salvador que "nos explicará todas as coisas" (João 4:25).

Embora a mulher samaritana estivesse vivendo uma vida moralmente questionável, seu intelecto e seu conhecimento religioso estavam intactos. O que faltava a ela não era conhecimento, mas a revelação do verdadeiro Messias, algo que Jesus lhe deu no final da conversa.

3.3 - A Primeira Missionária
A mulher samaritana se tornou a primeira missionária a Samaria após seu encontro com Jesus. Sua transformação é um dos pontos mais impactantes do relato em João 4.
Após Jesus se revelar como o Messias, a mulher reage imediatamente, deixando seu cântaro de água e correndo de volta para a cidade. O que acontece em seguida demonstra sua nova missão: "Então, a mulher, deixando o seu cântaro, foi a cidade e disse àqueles homens: Vinde ver um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Porventura, não é este o Cristo?" (João 4:28-29). Esse ato dela é o que a classifica como missionária:

Ela Testemunha: Ela compartilha sua experiência pessoal e a revelação que teve sobre Jesus.
Ela Convida: Ela incentiva as pessoas a irem e verem por si mesmas, em vez de simplesmente acreditar nela.
Ela age sem hesitação: Ela não se preocupa com seu passado ou sua reputação manchada; sua alegria e convicção são maiores que seu medo.

Graças ao seu testemunho, muitos samaritanos foram ao encontro de Jesus e creram nEle, não apenas por causa das palavras da mulher, mas porque o ouviram pessoalmente e concluíram por si mesmos que ele era o "Salvador do mundo" (João 4:41-42).
Assim, a mulher samaritana não apenas se tornou uma seguidora de Jesus, mas também a primeira a levar a mensagem do evangelho a seu próprio povo, que até então era visto como inimigo dos judeus.


Comentário 
Pr. Éder Tomé

Referências

[1] Bíblia Sagrada (ARC) – Sociedade Bíblica do Brasil - 4° edição - 2009
[2] Bíblia Sagrada King Jones – Atualizada – Fiel aos Originais
[3] Bíblia Sagrada (NTLH) - Linguagem de Hoje
[4] Revista Betel Dominical Adultos - 3T - 2025 

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