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segunda-feira, 14 de julho de 2025

Lição 3 - Rejeição e Oposição - Nada Impediu a Missão do Filho de Deus

 

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Nosso subsídio (comentário da lição) não é o mesmo conteúdo da revista Betel Dominical Adultos, é apenas um texto de auxílio complementar referente aos tópicos e subtópicos da lição

Introdução
Texto de Referência : João 6.60,61,66-68
60 - Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isso, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir?
61 - Sabendo, pois, Jesus em si mesmo que os seus discípulos murmuravam disto, disse-lhes: Isto vos escandaliza?
66 - Desde então, muitos dos seus discípulos tornaram-se para trás e já não andavam com ele.
67 - Então disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos?
68 - Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.

1 - Jesus Enfrentou a Rejeição
Em Mateus 13:53-58 vemos como Jesus lidava com a rejeição especialmente em sua cidade natal, Nazaré. O trecho relata que, ao ensinar na sinagoga, muitos se escandalizaram dEle.
E Como Jesus lidou com a rejeição ?

1. Ele permaneceu firme em sua identidade e missão
Apesar de ser rejeitado pelos seus conterrâneos, Jesus não se abalou. Ele  sabia quem era e o propósito para o qual fora enviado. Isso mostra que ele não dependia da aprovação humana para continuar sua missão: "Um profeta não fica sem honra, a não ser na sua própria terra e em sua casa" (Mt 13:57)

2. Ele reconheceu a realidade da rejeição
Jesus não ficou em negação nem tentou forçar aceitação. Ele reconheceu que a rejeição era algo comum para os profetas, especialmente entre os que os conheciam desde a infância. Isso revela sua sabedoria emocional.

3. Ele limitou seus milagres, mas não por falta de poder
"E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles" (Mt 13:58). Nesse versículo podemos notar que Jesus respeitou a incredulidade das pessoas. Ele não forçou a fé nem se ofendeu ao ponto de retaliar. Ele simplesmente não agiu onde não havia receptividade, o que nos ensina sobre limites e discernimento.

4. Ele continuou seu ministério em outros lugares
Após a rejeição em Nazaré, Jesus continuou seu ministério em outras regiões onde havia fé e abertura para ouvir. Isso mostra que Ele não paralisou sua missão por causa da rejeição local.

Aplicações para Hoje
a) Não devemos deixar a rejeição nos paralisar
b) Precisamos manter nossa identidade firme em Deus
c) Há momentos em que, como Jesus, precisamos aceitar que nem todos nos compreenderão ou aceitarão
d) É sábio discernir onde investir nosso tempo e energia, onde há fé e abertura

1.1 - Jesus Seguiu em Sua Missão
Como vimos acima mesmo sofrendo rejeição, Jesus se propôs a seguir a sua Missão.
A principal missão de Jesus pode ser claramente entendida à luz de João 3:16 e João 19:30 que revelam o propósito e o cumprimento da obra de Cristo.

O Propósito da Missão
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3:16).
A missão de Jesus foi salvar a humanidade do pecado e da condenação eterna, oferecendo vida eterna a todo aquele que crê. Ele veio como a expressão do amor de Deus em forma humana.

O Cumprimento da Missão
"Quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito" (Jo 19:30)
Jesus mesmo rejeitado, cumpriu sua missão até o fim.
Na cruz, Jesus completou sua missão redentora: pagou o preço pelos pecados da humanidade, venceu o poder da morte e abriu caminho para a reconciliação entre Deus e o homem.

Exposição Teológica do Salmo 118.22-23
"A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a pedra angular. Isto procede do Senhor, e é maravilhoso aos nossos olhos" (Sl 118:22-23)
Este salmo além de ser um cântico de ação de graças e vitória, é também Messiânico, ou seja, aponta para o Messias.
Salmo 118:22-23 revela que Deus escolhe o que é rejeitado para cumprir Seus propósitos, e isso deve nos encher de maravilha e gratidão, pois aponta diretamente para a obra de Cristo.
Lição desse texto : Deus transforma o que o mundo rejeita em algo central para o Seu plano.

Esse versículo foi citado por Jesus em Mateus 21:42 e por Pedro em Atos 4:11 e 1 Pedro 2:7, se referindo a Cristo como o Messias rejeitado pelos líderes, mas exaltado por Deus.

Aplicação Cristocêntrica
a) Jesus é a Pedra Rejeitada : Ele foi rejeitado pelos homens, crucificado, mas se tornou o fundamento da salvação.
b) Maravilhoso aos nossos olhos: A cruz, embora pareça loucura para o mundo, é a expressão mais profunda do plano de Deus.

1.2 - Alguns Rejeitaram os Milagres de Jesus

"Por isso, alguns dos fariseus diziam: Este homem não é de Deus, pois não guarda o sábado. Diziam outros: Como pode um homem pecador fazer tais sinais? E havia dissensão entre eles" (Jo 9:16)
Aqui os fariseus rejeitaram os milagres de Jesus por dois motivos :
a) Legalismo religioso: Os fariseus estavam mais preocupados com a observância da Lei (especialmente o sábado) do que com o sinal miraculoso em si. Jesus curava no sábado, o que para eles era inaceitável, porque quebrava suas regras religiosas.
b) Cegueira espiritual: Embora testemunharam algo extraordinário (um cego de nascença ser curado), rejeitaram Jesus por não se encaixar em suas expectativas religiosas. Vale lembrar que nem todos fariseus rejeitaram de imediato; havia confusão entre eles, o que mostra como o milagre provocava conflito entre a tradição e a realidade espiritual. Estavam espiritualmente cegos, mesmo vendo os sinais.

"Então o injuriaram e disseram: Discípulo dele és tu; nós, porém, somos discípulos de Moisés. Sabemos que Deus falou a Moisés; mas este não sabemos de onde é" (Jo 9:28-29)
Aqui os fariseus rejeitaram os milagres de Jesus por três motivos :
a) Orgulho religioso: Os fariseus se orgulhavam de serem "discípulos de Moisés", colocando a tradição acima da revelação que estava diante deles. Preferiam se apegar a Moisés e à Lei do que reconhecer o Messias prometido.
b) Desprezo por Jesus: Desconsideravam Jesus como enviado de Deus, dizendo que "não sabiam de onde Ele era", mesmo após um milagre evidente.
c) Rejeição por preconceito espiritual: Eles preferiam se manter no conforto da tradição do que aceitar a novidade trazida por Jesus, que confrontava sua autoridade. Os milagres mostravam o poder de Deus fora do sistema religioso que eles controlavam.

Aplicações para Hoje

1. Cuidado com o Legalismo disfarçado de fé
Assim como os fariseus, muitas pessoas hoje ainda estão mais preocupadas com formas e tradições religiosas do que com a presença real de Deus. Jesus estava fazendo o bem, curando, mas foi rejeitado por "não guardar o sábado".
Precisamos vigiar para não cair na armadilha de colocar regras e costumes acima da compaixão, da graça e do agir de Deus. O Espírito Santo nem sempre age como esperamos, e isso exige sensibilidade, não rigidez.

2. A Tradição pode cegar tanto quanto o pecado
Os fariseus diziam: "somos discípulos de Moisés", recusando-se a ouvir Jesus. hoje, alguns ainda rejeitam a verdade por apego a doutrinas humanas ou tradições familiares, mesmo quando Deus está falando claramente.
Ser fiel à Palavra de Deus não é ser fiel apenas a tradição, é estar aberto à revelação de Cristo. Devemos examinar tudo à luz das Escrituras, mas com um coração disposto a obedecer a Deus, mesmo que Ele confronte nossa ideias antigas.

3. O Orgulho Espiritual bloqueia a fé
Os líderes religiosos não queriam admitir que estavam errados. Ver um cego curado deveria ser motivo de alegria, mas foi motivo de discussão e insulto.
O Orgulho espiritual é um dos maiores obstáculos ao crescimento cristão. Quem acha que já sabe tudo, dificilmente aprende de Deus. A humildade é essencial para ver e reconhecer o mover de Deus.

4. Ver Milagres não garante Fé Verdadeira
Apesar do milagre ser evidente, os fariseus rejeitaram Jesus. Isso mostra que o problema não era falta de provas, mas falta de disposição interior.
Milagres podem chamar atenção, mas só o Espírito Santo convence o coração. Por isso, devemos pedir a Deus um coração ensinável, sensível e sincero, não apenas experiências ou sinais.

Reflexão
A tradição, o orgulho e o legalismo podem cegar tanto quanto a ignorância. Devemos fazer a seguinte reflexão :
a) Estou mais apegado à tradição ou à verdade ?
b) Reconheço quando Deus age fora das minhas expectativas ?
c) Tenho humildade para aprender com Cristo, mesmo quando Ele me confronta ?
  
1.3 - Rejeitado pelos Irmãos

Rejeição Familiar
"Disseram-lhe, pois, seus irmãos: Sai daqui e vai para a Judeia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes. Pois nem mesmo os seus irmãos criam nele" (Jo 7:3,5).
Neste ponto do ministério, Jesus já realizava sinais, ensinava com autoridade e atraía multidões. Mesmo assim, seus próprios irmãos (filhos de Maria e José) demonstravam incredulidade e até certa ironia ao sugerirem que Ele fosse "mostrar suas obras" na Judeia.
Os irmãos de Jesus não apenas duvidavam, mas zombavam sutilmente de Sua missão. Eles o viam como apenas mais um membro da família, não como o Messias.
Às vezes, os que estão mais perto de nós são os que mais têm dificuldade em reconhecer o que Deus está fazendo em nossa vida. A familiaridade poder gerar incredulidade.

Rejeição dos Moradores de Nazaré, incluindo parentes
"Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? ... E escandalizavam-se nele" (Mt 13:55-57).
Aqui vemos que os moradores de Nazaré incluindo parentes, não conseguiam aceitar que alguém tão comum, do seu próprio meio, pudesse ser o Enviado de Deus.
"E quando os seus ouviram isso, saíram para o prender; porque diziam: Está fora de si" (Mc 3:21)
Esse texto mostra que até sua família achou que Jesus estava "louco" em certo momento. Eles não compreendiam Sua missão espiritual.

A Fé dos irmãos de Jesus veio depois da Ressurreição
"Todos estes perseveravam unânimes em oração... com Maria, mãe de Jesus, e com seus irmãos" (At 1:14)
Apesar da rejeição inicial, alguns de seus irmãos creram depois da ressurreição. Após a ressurreição, seus irmãos estavam no cenáculo, orando com os discípulos. Isso mostra que a fé finalmente chegou.
Tiag, irmão de Jesus, tornou-se líder da Igreja em Jerusalém (Gl 1:19; At 15:13) e autor da epístola de Tiago.

Aplicações para Hoje

1. Nem todos crerão em nós imediatamente
Mesmo os mais próximos podem rejeitar a fé que vivemos e pregamos.

2. O tempo e o testemunho importam
A rejeição inicial não impede que Deus toque corações depois.
A fé dos irmãos de Jesus veio com o tempo e com a verdade revelada.

3. Jesus entende a dor da rejeição familiar
Ele passou por isso e pode consolar aqueles que enfrentam situações semelhantes.

2 - Jesus Não Parou Diante da Rejeição
Como vimos no tópico anterior, Jesus foi rejeitado pela liderança religiosa, pelo povo, por seguidores e até pelos próprios irmãos, todavia, Jesus nunca parou de cumprir sua missão devido a rejeição, cumpriu o plano do Pai desde o início até o dia do "está consumado".

2.1 - Rejeitado pelas Autoridades Religiosas
"É necessário que o Filho do homem padeça muitas coisas, e seja rejeitado dos anciãos e dos escribas, e seja morto, e ressuscite ao terceiro dia" (Lc 9:22).

Por que Era Necessário que Jesus fosse rejeitado pelos religiosos ?
É necessário" aponta para a soberania do plano divino, indica que nenhum acontecimento no plano de Deus para a salvação da humanidade ocorreu por acidente. O padecimento e a rejeição de Jesus é uma predição explícita e crucial sobre seu sofrimento, morte e ressurreição.
A necessidade da rejeição de Jesus pelos religiosos não foi meramente um evento trágico, e nem foi um desvio do plano de Deus, mas parte integrante dele, um elemento essencial e providencial no plano de salvação, por várias razões :

1. Cumprimento das Profecias do Antigo Testamento
O Antigo Testamento continha diversas profecias sobre o Messias sofredor, que seria rejeitado e desprezado pelos homens (Isaías 53:3). A rejeição pelos líderes religiosos era o cumprimento literal dessas profecias, validando a identidade de Jesus como o Messias prometido.

2. Demonstração da Natureza do Pecado
A rejeição de Jesus pelas autoridades que se consideravam as mais justas e piedosas de Israel revelou a profundidade e a abrangência do pecado humano, que pode cegar até mesmo os mais zelosos religiosos para a verdade de Deus.

3. Expiação dos Pecados da Humanidade
A morte de Jesus na cruz, era um evento resultante de sua rejeição e condenação, foi o sacrifício supremo e necessário para a redenção dos pecados da humanidade. Sem essa rejeição que levou à cruz, não haveria expiação.

4. Estabelecimento de uma Nova Aliança
A rejeição do Messias pelos representantes do Antigo Testamento abriu caminho para o estabelecimento de uma Nova Aliança (Novo Testamento), baseada na graça e na fé em Jesus, acessível a todos, judeus e gentios, e não mais restrita às tradições e leis do Antigo Testamento.

5. Vindicação da Sua divindade Divina
A ressurreição de Jesus, após sua rejeição e morte, foi a prova definitiva de sua divindade e autoridade. A rejeição humana serviu como um cenário sombrio contra o qual a glória da ressurreição brilhou ainda mais intensamente, confirmando que Ele era o Filho de Deus.


Por que os Líderes Religiosos Rejeitaram Jesus ?
Jesus detalha quem serão os agentes de sua rejeição: os anciãos (líderes comunitários), os chefes dos sacerdotes (autoridade do Templo) e os mestres da Lei (especialistas na Torá/Lei). Isso mostra que a oposição incriminatória não viria do povo comum, mas daqueles que deveriam reconhecê-lo.
A rejeição de Jesus pelos líderes religiosos da época foi multifacetada e complexa, com raízes em diversos fatores:

1. Interpretações diferentes do Messias
Os líderes religiosos, como fariseus e saduceus, tinham expectativas de um Messias político e guerreiro que liberaria Israel do domínio romano e restauraria o reino terreno. Jesus, com sua mensagem de amor, serviço e um reino "não deste mundo", não se encaixava nesse molde.

2. Ameaça ao Poder e Autoridade
Jesus frequentemente confrontava os líderes por sua hipocrisia e formalismo religioso, priorizando a letra da lei em detrimento do espírito da lei, especialmente em questões como o sábado e a purificação. Ele curava no sábado e se associava com pecadores e marginalizados, o que visto como uma afronta.

3. Doutrinas e Declarações Teológicas
Jesus fez declarações sobre sua própria divindade (Ex. "Eu e o Pai somos um" - João 10:30) e sua autoridade para perdoar pecados, o que era considerado blasfêmia pelos líderes religiosos, pois apenas Deus poderia perdoar pecados.

4. Medo de uma Revolta Romana
Os líderes religiosos também temiam que a crescente popularidade de Jesus pudesse provocar uma intervenção romana ainda mais severa, que poderia resultar na perda de seu status e até mesmo na destruição do Templo (João 11:48).

2.2 - Rejeitado pelo Povo Escolhido
A rejeição de Jesus pelos líderes religiosos de Israel exerceu uma influência significativa sobre a atitude do povo, culminando em um rejeição generalizada. João 9:22 e Mateus 23:37 embora não afirme de forma direta (explícita) essa influência, nos dão fortes indícios que isso ocorreu.

"Seus pais disseram isto, porque temiam os judeus. Porquanto já os judeus tinham resolvido que, se alguém confessasse ser ele o Cristo, fosse expulso da sinagoga" (Jo 9:22)
Este versículo mostra que havia que a pressão e o medo era imposta pelos líderes religiosos. Quem confessasse que Jesus era o Cristo, era expulso da sinagoga, o que na época não era um punição leve; significava o ostracismo social e religioso, impactando profundamente a vida de uma família. Essa medida visava coibir qualquer demonstração de fé em Jesus, mostrando o poder que os líderes exerciam sobre a comunidade.

"Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!" (Mt 23:37)
A rejeição coletiva de Jerusalém a Jesus foi influenciada pelos líderes religiosos, eles eram as vozes de autoridade e interpretação da Lei para o povo. Eles eram os guias espirituais, e suas opiniões tinham um peso enorme. Quando esses líderes se opunham abertamente a Jesus, acusando-o de blasfêmia, de quebrar a Lei ou de estar possuído por demônios, eles estavam efetivamente desacreditando Jesus diante dos olhos da população. O povo, muitas vezes dependente da orientação de seus líderes para entender a vontade de Deus e as profecias messiânicas, tenderia a seguir a interpretação e a postura daqueles em quem confiavam.
Em uma sociedade onde a coesão comunitária e a aprovação dos líderes eram vitais, ir contra a corrente estabelecida era extremamente difícil. O medo da exclusão social e a confiança no posicionamento da autoridade religiosa contribuíram para que a rejeição a Jesus se espalhasse e influenciasse a atitude do povo de Israel, o povo escolhido.

2.3 - Rejeitado por Alguns de Seus Seguidores
Aqui vamos estudar o Texto de Referência : João 6:60,61,66-68
O Texto deixa claro que muitos dos seguidores de Jesus o abandonaram por causa de seu discurso, que eles consideravam "duro" e difícil de aceitar.

Qual era o Discurso de Jesus ?
O contexto é o "discurso do Pão da Vida", no qual Jesus ensina sobre a necessidade de "comer a Sua carne e beber o Seu sangue" para ter a vida eterna. Essa linguagem era altamente simbólica, referindo-se à sua morte sacrificial e à fé em sua pessoa como a fonte espiritual. No entanto, para muitos ouvintes, tanto judeus quanto alguns de seus próprios discípulos, as palavras de Jesus soaram chocantes, literais e até mesmo canibalísticas.

Exposição do Texto
60 - Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isso, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir?
Isso mostra a reação imediata e a dificuldade em compreender ou aceitar o que Jesus estava dizendo. Eles acharam o ensinamento ofensivo e inaceitável.

61 - Sabendo, pois, Jesus em si mesmo que os seus discípulos murmuravam disto, disse-lhes: Isto vos escandaliza?
Jesus percebeu a murmuração e a perplexidade deles, indicando que a dificuldade não era apenas intelectual, mas também espiritual.

66 - Desde então, muitos dos seus discípulos tornaram-se para trás e já não andavam com ele.
Este versículo é o mais direto e conclusivo. Ele afirma que, em consequência daquele discurso, um grande número de seguidores (discípulos, mas não os doze apóstolos, que eram um círculo mais íntimo) decidiram não mais acompanhá-lo, eles "voltaram atrás", interromperam o percurso de seguir a Jesus.

67 - Então disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos?
68 - Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.
Aqui, Jesus confronta os doze apóstolos, mostrando que a deserção foi tão significativa que ele até questionou a fidelidade de seus seguidores mais próximos. A resposta de Pedro destaca o contraste entre aqueles que partiram e aqueles que permaneceram, reconhecendo que, apesar da dificuldade do ensino, Jesus era a única fonte de vida e verdade.

Por que o discurso foi tão "duro" ?
O ensino de Jesus naquele ocasião era desafiador porque:

1. Exigia fé profunda e não apenas milagres
Muitos seguiam Jesus por causa dos pães e dos milagres (como a multiplicação dos pães, que antecedeu este discurso). O discurso do Pão da Vida os forçou a olhar além das necessidades físicas e a considerar uma verdade espiritual mais profunda e exigente.

2. Desafiava as noções culturais e religiosas
A ideia de "comer a carne" e "beber o sangue" era difícil de digerir, literalmente e figurativamente, pois violava as leis judaicas sobre o sangue e parecia canibalística.

3. Revelava a verdadeira natureza de Jesus
Jesus estava se apresentando como o Messias de uma forma diferente das expectativas populares de um libertador político ou de alguém que oferecia benefícios materiais contínuos.

O discurso de Jesus em João 6 foi um divisor de águas que levou muitos de seus seguidores e deixá-lo, pois não estavam dispostos a aceitar a profundidade e a natureza espiritual de sua mensagem.

3 - Rejeitado por muitos, Exaltado pelo Pai

Como já vimos, Jesus foi rejeitado por muitos, mas também muitos creram em Jesus e O exaltaram, como o ocorrido na sua entrada triunfal em Jerusalém no final de seu ministério (Jo 12:12-19).

O apóstolo Paulo em sua carta aos Filipenses afirma que Jesus também foi exaltado pelo Pai : "pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome" (Fp 2:9).

O autor de hebreus afirmou que "... depois de ter feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas" (Hb 1:3).

3.1 - João Batista Testemunha Filho de Deus

"Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Jo 1:29)
Aqui, João Batista, como profeta e precursor, reconhece publicamente a identidade messiânica de Jesus. Essa declaração marca o início do ministério público de Cristo.
João Batista aponta Jesus como o verdadeiro Cordeiro, em alusão direta ao cordeiro pascal (Êx 12), ao sacrifício diário no templo, e às profecias como Isaías 53:7. Jesus é o sacrifício perfeito de Deus. Diferentemente dos sacrifícios do Antigo Testamento que apenas cobriam pecados temporariamente, Jesus tira completamente o pecado. A expressão "mundo" indica que a salvação em Cristo é oferecida a toda humanidade, não apenas aos judeus.

"E João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como pomba, e repousar sobre ele" (Jo 1:32)
Aqui, João relata um sinal sobrenatural que testemunha que Jesus realmente é o Filho de Deus: O Espírito Santo desce visivelmente sobre Jesus. A pomba simbolizando a presença divina, nesse momento revela a unção de Jesus para iniciar Seu ministério. O Espírito permanece sobre Jesus, ao contrário do Antigo Testamento, onde o Espírito vinha sobre os profetas temporariamente. Isso mostra que Jesus é o Ungido permanente de Deus, cheio do Espírito em medida (Jo 3:34).

3.2 - A Luz que Ilumina os Rejeitados

A passagem bíblica de João 9:35-38, quando Jesus cura um cego de nascença, traz uma ilustração de que Jesus é a luz que ilumina os rejeitados.
Jesus declarou que Ele é a Luz do mundou (Jo 9:5) e isso se manifesta curando um cego, um homem marginalizado e rejeitado desde o nascimento.
Uma pessoa cega era vista como amaldiçoada (Jo 9:2), pois se acreditava que sua cegueira era castigo por pecado. 
O cego era excluído social e religiosamente, tratado com desprezo e sem lugar na sinagoga. Representava aqueles que o mundo despreza, mas que Jesus vê, se aproxima e o transforma.

A Luz que revela e confronta
Jesus não apenas cura fisicamente, mas também ilumina espiritualmente, mostrando a cegueira dos fariseus religiosos (Jo 9:39-41). A Luz de Cristo revela o coração das pessoas: os humildes são iluminados, os orgulhosos permanecem nas trevas.

O Cego era rejeitado pelos homens, aceito por Jesus
O cego curado é expulso da sinagoga (João 9:34), mas Jesus o acolhe e revela-se como o Filho de Deus (João 9:35-38), mostrando que os rejeitados pelo sistema são bem-vindos por Ele.

Portanto, Jesus é a Luz que ilumina os rejeitados, não só curando suas feridas, mas dando-lhes dignidade, fé e salvação. Jesus vê valor onde outros veem condenação.

3.3 - A Entrada em Jerusalém e a Revelação do Messias
A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (João 12:12-15) é um prenúncio da sua futura entrada em glória em Jerusalém como Rei vitorioso no fim dos tempos. Vejamos um paralelo interessante :

Entrada Triunfal em Jerusalém
a) Jesus entra montado num jumentinho, símbolo de humildade e paz (Zc 9:9)
b) É aclamado como rei pelo pobres e simples com ramos e clamores de "Hosana"
c) Aponta para aceitação parcial e superficial do povo e o início da semana da Paixão (sofrimento)
d) Revela um rei sofredor, que vem para salvar na cruz

Importante: Jesus morreu, ressuscitou e sobe aos céus em glória, prometendo voltar novamente. A ascensão de Jesus é uma declaração celestial de sua exaltação, ocorreu de forma discreta, diante dos discípulos.

Entrada futura em Jerusalem em glória (2 vinda de Cristo)
a) Jesus virá em glória, montado num cavalo branco como Rei e Juíz (Ap 19:11-16).
b) Na volta gloriosa, será com glória, exércitos celestiais e juízo.
c) Jesus pisará no Monte das Oliveiras, localização que embora seja separada pelo vale de cedron, faz parte da área geográfica de Jerusalém.
d) A segunda vinda de Cristo será visível ao mundo inteiro, de forma gloriosa, pública e inconfundível (Mt 24:30; Ap 1:7; At 1:11)


Comentário 
Pr. Éder Tomé

Referências

[1] Bíblia Sagrada (ARC) – Sociedade Bíblica do Brasil - 4° edição - 2009
[2] Bíblia Sagrada King Jones – Atualizada – Fiel aos Originais
[3] Bíblia Sagrada (NTLH) - Linguagem de Hoje
[4] Revista Betel Dominical Adultos - 3T - 2025

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