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Lei 9.610/98 (Direitos Autorais)
Nosso subsídio (comentário da lição) não é o mesmo conteúdo da revista Betel Dominical Adultos, é apenas um texto de auxílio complementar referente aos tópicos e subtópicos da lição
Introdução
Texto de Referência : Malaquias 3.10-11
10 - Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.
11 - E, por causa de vós, repreenderá o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; e a vide no campo não vos será estéril, diz o Senhor dos Exércitos.
Texto de Referência : 2 Coríntios 9.6-7
6 - E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância também ceifará.
7 - Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.
1 - O Dízimo no AT
Veremos que no Antigo Testamento, a prática do dízimo aparece a primeira vez de forma voluntária por Abraão, depois de forma voluntária e condicional por Jacó.
Posteriormente a prática do Dízimo deixou de ser uma prática voluntária e aparece na Lei Mosaica como obrigação legal e sistemática para a nação de Israel.
1.1 - O Dízimo nos Dias de Abraão
A prática do dízimo aparece mesmo antes da Lei Mosaica, com Abraão entregando o dízimo a Melquisedeque (Gn 14.20), o que alguns interpretam como um princípio "supra-legal" ou anterior à Lei.
1.2 - O Dízimo nos Dias de Jacó
A história do dízimo nos dias de Jacó é um momento significativo e é encontrado no livro de Gênesis. Ela difere um pouco da Lei do Dízimo que seria instituída posteriormente por meio de Moisés para toda a nação de Israel.
O Voto de Jacó em Betel (Gn 28.10-22)
Jacó estava fugindo de seu irmão Esaú, e ele para em Betel para passar a noite, e lá tem um sonho marcante, ao acordar do sonho, impressionado e temeroso pela presença de Deus naquele lugar, Jacó faz um voto a Deus. Ele diz:
"Se Deus for comigo e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer e vestes para vestir, e eu em paz tornar à casa de meu pai, o Senhor será o meu Deus; e esta pedra que tenho posto por coluna será Casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo" (Gn 28.20-22).
Pontos Importantes sobre o Dízimo de Jacó :
1. Voto Voluntário e Condicional
Ao contrário da Lei Mosaica posterior, que seria uma exigência para todo o Israel, o dízimo de Jacó foi um voto pessoal e voluntário e condicional. Ele prometeu dar o dízimo se Deus cumprisse Suas promessas de proteção, provisão e retorno seguro. Isso mostra uma resposta de fé e gratidão.
2. Origem Pré-Lei
A menção do dízimo com Jacó, e antes dele com Abraão (quando ele dizima a Melquisedeque), indica que a prática de separar uma décima parte para Deus já existia antes da Lei de Moisés. Era um costume, provavelmente uma forma de adoração e reconhecimento da soberania divina sobre todas as posses.
3. De Tudo o que Deus lhe Desse
Jacó promete dizimar "de tudo quanto me deres". Isso implica que o dízimo seria sobre o aumento e a prosperidade que Deus lhe concederia ao longo de sua jornada, e não sobre o que já possuía.
4. Cumprimento do Voto
Embora a Bíblia não registre explicitamente Jacó pagando o dízimo após seu retorno bem-sucedido à terra de Canaã, o fato de Deus ter cumprido fielmente todas as Suas promessas para com Jacó sugere que Jacó também teria cumprido seu voto. A narrativa bíblica mostra que Jacó prosperou muito em bens, rebanhos e família (Em Gênesis 33.11 quando Jacó vai presentear Esaú, mostra que Jacó foi grandemente abençoado por Deus), o que tornaria apto a honrar também o seu voto de dizimar.
Significado Teológico
O dízimo de Jacó, assim como de Abraão, não era primariamente uma obrigação legal, mas um ato de adoração, reconhecimento e dependência de Deus. Era uma forma de expressar que Deus é a fonte de todas as bênçãos e que Ele ama a primazia em tudo na vida do crente.
A experiência de Jacó em Betel e seu voto de dízimo são um lembrete de que o relacionamento com Deus e a disposição de honrá-Lo com os bens vêm de um coração grato e de uma fé na Sua providência.
1.3 - O Dízimo nos Dias de Moisés
Nos dias de Moisés, o Dízimo deixou de ser uma prática voluntária e se tornou uma obrigação legal e sistemática para a nação de Israel, estabelecida por Deus como parte da Lei Mosaica. Essa lei tinha propósitos específicos e era detalhada em vários livros do Antigo Testamento, principalmente em Levítico, Números e Deuteronômio.
Propósito do Dízimo Mosaico
a) Sustento dos Levitas e Sacerdotes
O principal propósito do dízimo era o sustento da tribo de Levi, que não recebeu herança da terra, pois sua "herança" era o serviço a Deus no Tabernáculo/Templo. O dízimo da produção agrícola e animal da nação era destinado a sustentar os levitas e sacerdotes para que pudessem dedicar-se integralmente ao serviço do Templo e à instrução do povo (Nm 18.21-24).
b) Reconhecimento da Soberania de Deus
O dízimo era um reconhecimento de que toda a riqueza e a produtividade vinham de Deus. Ao devolver a décima parte, o povo reconhecia que Deus era o verdadeiro dono de tudo (Lv 27.30-32)
c) Provisão para os Necessitados
Os dízimos também ajudavam os órfãos, viúvas e estrangeiros a cada três anos (Dt 14.28-29), demonstrando o caráter social e de justiça da Lei.
d) Atos de Adoração
A entrega do dízimo era vista como um ato de adoração e obediência, e a retenção do dízimo era considerado um "roubo a Deus" (Ml 3.8-10), o que resultaria em maldição.
Características do Dízimo Mosaico
1. Obrigatoriedade
Diferente do voto de Jacó, o dízimo se tornou um mandamento de Deus para todo o povo de Israel. Era uma obrigação para cada israelita que possuía terras ou rebanhos.
2. Dízimo em Produtos
O Dízimo era primeiramente dos produtos da terra (grãos, vinho, azeite) e do gado/rebanho (Lv 27.30-32). Se o dízimo dos produtos da terra fosse resgatado em dinheiro, um acréscimo de 20% era cobrado (Lv 27.31)
3. Múltiplos Dízimos (Interpretação)
Embora haja debates entre os estudiosos, muitas interpretações sugerem a existência de pelo menos dois, e possivelmente três, tipos de dízimos na lei mosaica:
- Dízimo Levítico/Sacerdotal (Nm 18)
- Dízimo da Festa Anual (Dt 14.22-27)
- Dízimo para os Pobres (Dt 14.28-29; 26.12-15)
4. Sem Penalidade Legal Direta
A Lei Mosaica não estipula uma punição civil específica para quem não pagasse o Dízimo, mas era considerado uma transgressão moral grave contra Deus, como visto em Malaquias 3. O ato de declarar diante de Deus que se havia cumprido a obrigação era importante (Dt 26.12-15).
A Lei do Dízimo nos dias de Moisés era, portanto, um sistema complexo e vital para a organização social, econômica e religiosa de Israel. Ela garantia o sustento do sacerdócio, a manutenção do culto e a provisão para os menos favorecidos, tudo como uma expressão da soberania de Deus sobre a terra e a vida do Seu povo.
IMPORTANTE
O "roubo" mencionado em Malaquias 3 não era apenas uma falha individual em dar 10%, mas um colapso sistêmico. Os sacerdotes e o povo estavam negligenciando suas responsabilidades em relação aos dízimos e ofertas, o que resultava na falta de sustento para os levitas e na paralisação da obra do Templo. O povo não estava levando "todos os dízimos ao celeiro" (Ml 3.10), indicando que os armazéns do Templo estavam vazios e o sistema de sustento estava comprometido.
Alguns estudiosos também apontam que os sacerdotes podem ter contribuído para o problema talvez por má administração ou desvio dos dízimos que o povo trazia. No entanto, a repreensão direta em Malaquias 3.8-10 é para o povo por não trazer a totalidade do que era devido.
2 - O Dízimo no NT
No Novo Testamento, a ênfase na contribuição muda da obrigatoriedade legal para a voluntariedade e generosidade, impulsionadas pela graça e pelo amor de Cristo.
Não há um mandamento explícito, ou seja, há ausência de mandamento direto no Novo Testamento que exija o dízimo dos cristãos, como havia na Lei Mosaica.
Princípio da Generosidade
O Novo Testamento enfatiza a importância de ofertar com alegria, voluntariedade e proporcionalmente ao que se tem (2Co 9.7). A exortação é para dar "conforme propôs no seu coração", não "com pesar nem por constrangimento".
Sustento do Ministério
O Novo Testamento apoia o princípio de que aqueles que dedicam suas vidas ao ministério do Evangelho devem ser sustentados pela comunidade (1Co 9.13,14, 1Tm 5.17-18). Embora não especifique uma porcentagem, o conceito de sustentar a obra de Deus permanece.
Exemplo da Igreja Primitiva
A igreja primitiva é retratada como generosa, com os crentes vendendo propriedades e compartilhando tudo o que tinham para que ninguém passasse necessidade (Atos 4.34-35). Isso vai além de um simples 10%, demonstrando um espírito de sacrifício e amor ao próximo.
Dízimo como Referência
Para muitos evangélicos, o dízimo (10%) ainda serve como uma referência ou ponto de partida para a contribuição, um princípio de fidelidade e gratidão a Deus, visto que foi um padrão estabelecido por Ele em diferentes momentos bíblicos. No entanto, a motivação principal não é a Lei, mas a resposta à graça de Deus.
2.1 - Jesus falou sobre o Dízimo
A palavra "dízimo" é mencionada por Jesus ao criticar a hipocrisia dos fariseus que dizimavam com precisão, mas negligenciavam a justiça, a misericórdia e a fidelidade (Mt 23.23).
Isso não significa que Jesus aboliu o dízimo, mas que a atitude do coração é mais importante do que a mera observância da Lei Mosaica.
2.2 - Paulo se referiu ao Dízimo Levítico
Em 1 Coríntios 9.9-14, o Apóstolo Paulo se refere indiretamente e alude aos princípios do Dízimo Levítico e ao sustento dos sacerdotes e levitas no Antigo Testamento para defender o direito dos apóstolos (e ministros do evangelho) de serem sustentados por aqueles a quem servem.
Vamos analisar como Paulo faz essa conexão.
A Argumentação de Paulo
O apóstolo Paulo está defendendo seu direito e o direito de outros apóstolos de receberem sustento financeiro da igreja, mesmo que ele, por vezes, optasse por não exercer esse direito para evitar ser uma obstáculo ao evangelho. Para fundamentar seu argumento, ele usa diversas analogias e referências:
1. A Lei de Moisés (1Co 9.9-10)
Paulo cita Deuteronômio 25.4, que diz : "Não atarás a boca ao boi que mói.". Ele então explica que essa lei não foi dada primariamente por causa dos bois, mas por causa dos trabalhadores (lavradores e trilhadores). A implicação é que se até mesmo um animal de trabalho tinha direito a comer do fruto do seu trabalho, muito mais um ser humano que dedica sua vida ao serviço de Deus. Aqui, ele estabelece o princípio bíblico de que quem trabalha deve ser sustentado pelo seu trabalho.
2. O Exemplo do Culto no Templo (1Co 9.13)
Aqui é onde a conexão com o Dízimo Levítico e o sustento sacerdotal fica mais clara. Paulo pergunta retoricamente: "Não sabeis vós que os que ministram no templo comem do que é do templo? E que os que servem ao altar participam do altar?"
"Ministram no Templo"
Refere-se aos levitas, que eram responsáveis pelos serviços e cuidados do Tabernáculo/Templo.
"Comem do que é do Templo"
Isso ilude diretamente ao sustento dos levitas e sacerdotes, que vinha das ofertas e dízimos trazidos pelo povo. Eles tinham o direito de se alimentar das porções que eram separadas para o serviço do Senhor.
"Servem ao altar"
Refere-se especificamente aos sacerdotes, que realizavam os sacrifícios no altar.
"Participam do altar"
Eles tinham direito a porções das ofertas e sacrifícios que eram trazidos para Deus, como parte de seu sustento.
Essas referências mostram que, sob a Lei do Antigo Testamento, Deus estabeleceu um sistema para sustentar aqueles que dedicavam suas vidas ao serviço religioso.
3. Princípios para o Evangelho (1Co 9.14)
Paulo conclui sua argumentação com um princípio fundamental: "Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho".
A palavra "também" aqui é crucial. Ela liga os exemplos anteriores (o boi, os levitas/sacerdotes) ao ministério do evangelho no Novo Testamento. Paulo argumenta que, da mesma forma que Deus estabeleceu um meio de sustento para aqueles que serviam no sistema sacrificial e levítico. Ele também estabeleceu um princípio para que aqueles que pregam o evangelho sejam sustentados pelo evangelho.
Significado Teológico
Paulo se refere ao sistema de sustento do Antigo Testamento, que incluía o princípio do Dízimo Levítico para os levitas e sacerdotes, como uma analogia e um precedente divino para justificar o direito dos ministros do evangelho de serem sustentados pela igreja.
O apóstolo Paulo não está instituindo ou exigindo o dízimo levítico, ou dízimo da Lei Mosaica para os cristãos, mas usando o princípio divino de que aqueles que servem a Deus em tempo integral devem ser sustentados por aqueles a quem servem.
É um argumento de continuidade de princípio divino, não de continuidade de lei ritualística. O foco está no sustento do ministério, e a prática do dízimo levítico serve como um exemplo claro de como Deus provia para seus servos no passado.
O apóstolo Paulo nunca mencionou a palavra "Dízimo" para os cristãos de forma explicita (direta) como uma obrigação legal, mas defendeu as contribuições financeiras de forma voluntária e alegre : "Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria" (2Co 9.7).
2.3 - Por que Dizimar ?
A maioria das denominações evangélicas hoje encoraja a prática do dízimo e das ofertas, mas com algumas ressalvas e ênfases:
a) Graça e não Lei
O dízimo não é visto como uma obrigação legal para obter salvação ou bênçãos, pois a salvação é pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo (Efésios 2.8-9). No entanto, a contribuição é uma resposta de fé e adoração a Deus por Sua provisão.
b) Fruto de Adoração
A entrega do dízimo e das ofertas é considerada um ato de adoração e uma expressão de amor e confiança em Deus, reconhecendo Sua soberania sobre as finanças e a vida do crente.
c) Sustento da Igreja e da Missão
As contribuições são fundamentais para o sustento das Igrejas, dos pastores, missionários e para o desenvolvimento dos projetos evangelísticos e sociais da comunidade.
d) Princípio de Semeadura e Colheita
Muitos evangélicos aplicam o princípio da semeadura e colheita (2Co 9.6), acreditando que a generosidade financeira resulta em bênçãos espirituais e, por vezes, materiais.
e) Transparência e Responsabilidade
A ênfase é colocada na transparência da administração dos recursos pela liderança da igreja, garantindo que as contribuições seja usadas para os propósitos do Reino de Deus.
3 - Ofertando com Amor
"Tomai, do que tendes, uma oferta para o Senhor; cada um, de coração disposto, voluntariamente a trará por oferta alçada ao Senhor: ouro, prata e bronze" (Êx 35.5)
O capítulo 35 de Êxodo marca início da execução das instruções para a construção do Tabernáculo, dadas por Deus nos capítulos anteriores. Depois da apostasia do bezerro de ouro, a renovação da aliança e a restauração da comunhão, o povo tem a oportunidade de demonstrar sua devoção e arrependimento através da contribuição para a morada de Deus.
Este versículo, e toda a passagem que se segue (Êxodo 35.4-29), estabelece um princípio fundamental sobre a contribuição para a obra de Deus: ela deve ser voluntária, generosa e vir de um coração disposto. Não se trata de uma imposição legal, mas de uma resposta de amor e gratidão pela presença de Deus em suas vidas. O resultado dessa exortação foi uma superabundância de ofertas, a ponto de Moisés ter que pedir que parassem de trazer (Êx 36.5-7), demonstrando a prontidão e generosidade do povo quando movidos por um coração disposto.
Essa passagem serve como um modelo para a contribuição na obra de Deus em todas as épocas, enfatizando a importância da atitude do coração sobre a quantidade do doação.
3.1 - As Ofertas no AT
"Mas o rei respondeu a Araúna: Não! Quero pagar o preço justo. Não oferecerei ao Senhor, meu Deus, holocaustos que não custem nada. Assim, Davi comprou a eira e os bois por cinquenta siclos de prata" (2Sm 24.24).
Este versículo é o clímax de uma negociação entre o rei Davi e um jebuseu chamado Araúna (também conhecido como Ornã em 1 Crônicas 21). O contexto é a compra de um local para edificar um altar ao Senhor, a fim de fazer cessar uma praga que havia atingido Israel como resultado do censo pecaminoso de Davi.
Araúna prontamente se oferece para dar a Davi o terreno, os bois para o sacrifício e até mesmo a madeira para o fogo. Ele estava disposto a doar tudo para que o rei Davi pudesse aplacar a ira de Deus. Davi não aceita a oferta gratuita de Araúna, mesmo que fosse generosa e bem-intencionada.
Davi entende que um sacrifício ao Senhor, especialmente um holocausto (uma oferta totalmente queimada ao Senhor), deve ter um custo pessoal. Um sacrifício que não custa nada ao ofertante perde seu significado e valor na perspectiva de Deus.
Significado Teológico e Aplicações
2 Samuel 24.24 é um versículo poderoso que nos ensina muito sobre a natureza da verdadeira adoração e do sacrifício a Deus:
a) Sacrifício Requer Custo
A adoração verdadeira não é barata. Ela exige de nós tempo, recursos, esforço e, às vezes, renúncias. Deus não se impressiona com ofertas que não nos custam nada, pois elas não demonstram fé genuína ou amor profundo.
b) Valor da Oferta versus Atitude do Coração
Embora o custo financeiro seja mencionado, o princípio vai além do dinheiro. O mais importante é a atitude do coração. O que Davi valorizava era a disposição de dar algo que representasse um sacrifício pessoal.
c) Base para o Templo
Este local, a eira de Araúna, se tornaria incrivelmente significativo na história de Israel. Mais tarde, no reinado de Salomão, filho de Davi, o Templo de Jerusalém, a morada permanente do Senhor, seria construído precisamente neste local (2Cr 3.1). Isso eleva ainda mais a importância do sacrifício e da obediência de Davi.
d) Princípios aos Cristãos
Para os cristãos, este versículo ressoa com o chamado para uma vida de discipulado que implica em "tomar a cruz" (mt 16.24). Nossa ofertas a Deus, seja de tempo, talento ou tesouro, devem vir de um coração disposto a dar o que custa, em resposta ao sacrifício supremo de Jesus Cristo na cruz, que nos custou tudo.
Em suma, Davi nos ensina que a adoração e o sacrifício a Deus devem ser atos deliberados de valor e dedicação, nascidos de um coração que compreende a grandeza de Quem ele está adorando, e que não busca a via mais fácil, mas a que verdadeiramente expressa amor e reverência.
3.2 - As Ofertas no NT
"E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister" (Atos 2.44-45).
Aqui Lucas descreve a vida e as práticas da primeira comunidade cristã em Jerusalém, destacando um aspecto notável de sua vivência: a generosidade.
Essa passagem pinta um quadro de uma igreja vibrante, unida e com um forte senso de comunidade, onde o compartilhamento de bens era uma expressão natural de sua fé.
A generosidade dos cristãos primitivos em Atos 2 não era apenas sobre dar dinheiro ou bens, mas era uma expressão prática de sua fé, amor e profunda comunhão. Eles entendiam que o que possuíam era para ser usado a serviço de Deus e para o bem-estar de seus irmãos e irmãs na fé. Esse compartilhamento voluntário e alegre não apenas supria as necessidades materiais, mas também fortalecia os laços comunitários e testemunhava o poder transformador do Evangelho, resultando no crescimento da igreja.
3.3 - Por que Ofertar ?
A oferta na igreja, para os cristãos, vai muito além de uma simples contribuição financeira. Ela é um ato de adoração, obediência e parceria com a obra de Deus. Veja alguns motivos principais do porque ofertar :
a) Obediência e Adoração a Deus
A Bíblia ensina que tudo o que temos vem de Deus. Ofertar é um reconhecimento de que Ele é o provedor de todas as coisas e o dono de tudo. É um forma tangível de expressar nossa gratidão e reverência a Ele. Em 1 Crônicas 29.14, Davi orou: "Porque tudo vem de ti, e das tuas mãos to damos".
b) Suporte à Obra do Reino de Deus
As ofertas são fundamentais para o funcionamento e a manutenção da igreja local e suas diversas atividades, incluindo: Sustento dos Pastores e Líderes (1Tm 5.18), Manutenção da Estrutura da Igreja (aluguel, contas de água, luz, manutenção do espaço físico), projetos sociais, evangelismo, missões, discipulado, educação cristã, compra de materiais evangelísticos, materiais didáticos, equipamentos de som, multimídia, e tudo necessário para as reuniões e eventos.
c) Expressão de Amor e Generosidade
A oferta é uma demonstração prática de amor ao próximo e de generosidade. Os primeiros cristãos, como visto em Atos 2 e 4, compartilhavam seus bens para que ninguém passasse necessidade. Ofertar é participar ativamente do cuidado mútuo dentro da comunidade de fé e além dela. A Bíblia encoraja e dar com alegria e liberalidade, não por obrigação (2Co 9.7).
d) Investimento na Eternidade
Jesus nos ensinou a não ajuntar tesouros na terra, mas sim no céu (Mt 6.19-21). Ao ofertar para a obra de Deus, o cristão está investindo em algo que tem valor eterno, contribuindo para a salvação de almas e a edificação do Reino de Deus.
e) Confiança e Fé em Deus
Quando um cristão oferta, especialmente de forma sacrificial, ele está demonstrando sua confiança de que Deus continuará a prover para suas necessidades. Embora a salvação não dependa da oferta, a fidelidade financeira é um ato de fé que Deus honra.
Em resumo, ofertar é um privilégio e uma responsabilidade do cristão, que reflete seu amor a Deus, seu compromisso com a Sua obra e sua solidariedade com o corpo de Cristo. É uma parte integral de uma vida de adoração e discipulado.
Conclusão Final
O entendimento mais razoável é que o dízimo no Antigo Testamento estabeleceu um padrão divino de fidelidade e sustento, enquanto o Novo Testamento, sob a Nova Aliança da Graça, transforma a motivação para a generosidade voluntária e a alegria em contribuir, mantendo o princípio de que os recursos são para o avanço da obra de Deus e o cuidado com o próximo.
Quem ensina que quem não dá o dízimo é ladrão conforme Malaquias 3 e perde a Salvação está desconsiderando a natureza da Nova Aliança.
A Bíblia não ensina que um cristão perde a salvação por não entregar o dízimo. A salvação, de acordo com as Escrituras, é um dom gratuito de Deus, recebido pela fé em Jesus Cristo, e não por obras ou méritos humanos (Efésios 2.8-9).
No cristianismo, a ênfase está na mordomia fiel de todos os recursos que Deus nos confia e na contribuição voluntária e alegre para o avanço do Reino de Deus e para o cuidado com o próximo.
No Novo Testamento, a ênfase dos dízimos e ofertas é na generosidade voluntária e alegre, motivada pelo amor e gratidão a Deus, e não pela obrigação de um percentual fixo ou pelo medo de uma maldição (2 Coríntios 9.7). A contribuição deve ser proporcional ao que se tem e à benção recebida. Amém !
Comentário
Pr. Éder Tomé
Referências
[1] Bíblia Sagrada (ARC) – Sociedade Bíblica do Brasil - 4° edição - 2009
[2] Bíblia Sagrada King Jones – Atualizada – Fiel aos Originais
[3] Bíblia Sagrada (NTLH) - Linguagem de Hoje
[4] Revista Betel Dominical Adultos - 2T - 2025
A paz do Senhor irmão. Obrigada pelo estudo. Deus abençoe o irmão e família.
ResponderExcluirDeus abençoe grandemente, muitas pessoas são alcançadas por esse estudo.
ResponderExcluirMuito bom , gosto de ministrar a aula usando o seu material. Deus abençoe sempre.
ResponderExcluirAlguns anos acompanhando o trabalho do nosso irmão Eder e é uma benção, Deus abençoe meu irmão.
ResponderExcluirObrigada pelo esclarecimento através do estudo da palavra de Deus
ResponderExcluirMuito bom ,as vezes muitas pessoas não tem acesso a revista,poderia ser um pouquinho mais barato...só um comentário obg.
ResponderExcluirSempre uma benção os estudos.
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