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Nosso subsídio (comentário da lição) não é o mesmo conteúdo da revista Betel Dominical Adultos, é apenas um texto de auxílio complementar referente aos tópicos e subtópicos da lição
Introdução
Texto de Referência : Mateus 4.21-22
21 - E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco, com seu pai Zebedeu, consertando as redes; e chamou-os.
22 - Eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no.
Texto de Referência : João 19.26-27
26 - Ora, Jesus, vendo ali sua mãe e que o discípulo a que Ele amava estava presente, disse à sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho.
27 - Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.
Texto de Referência : João 21.7
7 - Então aquele discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: É o Senhor. E, quando Simão Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu) e lançou-se ao mar.
1 - O Jovem João, Filho de Zebedeu
O chamado dos apóstolos João e Tiago, filhos de Zebedeu, é um dos episódios mais marcantes no início do ministério de Jesus, e é relatado nos Evangelhos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas).
O Cenário do Chamado
Tiago e João eram pescadores e trabalhavam com seu pai, Zebedeu, no Mar da galiléia. Eles tinham um negócio de pesca próspero, ou seja, um negócio de pesca estabelecido com muitos empregados, o que indica que a família tinha uma certa condição social: "E logo os chamou. Deixando eles no barco a seu pai Zebedeu com os empregados, seguiram após Jesus" (Mc 1.20 - ARA).
Também eram parceiros de Simão Pedro e André, que também eram pescadores: "assim como de Tiago e João, os filhos de Zebedeu, que eram sócios de Simão..." (Lc 5.10 - ARA).
O Momento do Chamado
Em um dia, enquanto Jesus caminhava pela beira do Mar da Galileia, Ele viu Simão e André lançando suas redes e os chamou para serem "pescadores de homens". Continuando dali, Ele viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, no barco com seu pai, consertando as redes: "Seguindo um pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, no barco, consertando as redes ..." (Marcos 1.19).
Eles estavam engajados em uma tarefa essencial para a pesca, o conserto das redes. Isso demonstra que eles eram trabalhadores dedicados e cuidavam de seus instrumentos de trabalho.
Resposta Imediata
Jesus os chamou, e a resposta de João e Tiago foi imediata e radical. Sem hesitar, eles imediatamente deixaram o barco e seu pai Zebedeu e seguiram a Jesus. Essa prontidão em abandonar suas vidas e profissão para seguir a Cristo demonstra uma grande fé e disposição.
Importância de João e Tiago
Tiago e João, juntamente com Pedro, formavam um círculo mais íntimo dos discípulos de Jesus. Eles foram testemunhas de momentos cruciais do ministério de Cristo, como veremos mais adiante no tópico 2.
A história de Tiago e João é um exemplo poderoso de obediência e entrega total ao chamado de Jesus, mesmo que isso implicasse em deixar para trás uma vida estabelecida e enfrentar desafios. Ao longo do tempo com Jesus, seus temperamentos foram sendo moldados, transformando-os em apóstolos dedicados, com João sendo conhecido posteriormente como o "discípulo amado" e autor de um dos Evangelhos.
1.1 - Dois Jovens Impetuosos
Tanto João como seu irmão Tiago tinham temperamento impetuoso, ou seja, agiam de forma impulsiva, precipitada e muitas vezes sem controle, com pouca reflexão sobre as consequências de suas ações.
A Bíblia mostra ocasiões que demonstraram que João e Tiago tinham um temperamento impetuoso, vejamos :
a) Quando queriam que Jesus chamasse fogo do céu para consumir um vilarejo samaritano que não os recebeu bem (Lc 9.51-56).
b) Quando queriam proibir um grupo de pessoas expulsarem demônios usando o nome de Jesus (Mc 9.38).
c) Quando a mãe de Tiago e João pediu a Jesus que eles se sentassem à sua direita e à sua esquerda em seu Reino, gerou indignação entre os outros apóstolos. Além disso, Tiago e João também demonstraram seu temperamento impetuoso nessa ocasião. Mateus relata que a Mãe de João e Tiago fez o tal pedido (Mt 20.20-21), já Marcos relata o pedido sendo feito diretamente por Tiago e João (Mc 10.35-37). Ambos os relatos concordam que o desejo de ocupar posição de destaque no Reino de Jesus partiu dos irmãos, no entanto Mateus destaca a intercessão da mãe. O que importa aqui é que o pedido de Tiago e João já demonstrava um comportamento impetuoso evidenciado pela ousadia do pedido e falta de entendimento.
1.2 - Filhos do Trovão
Jesus deu a Tiago e João o apelido de "Boanerges" , que significa "Filhos do Trovão". Esse apelido provavelmente se referia ao temperamento impetuoso e zeloso dos dois irmãos.
O caráter impetuoso de João e seu irmão Tiago foi notavelmente transformado ao longo da narrativa bíblica, especialmente no caso de João. Embora a Bíblia não detalhe cada passo dessa transformação, podemos inferir a mudança pelos escritos e pela forma como são retratados após a ressurreição e ascensão de Jesus.
O Temperamento Inicial: "Filhos do Trovão"
Como vimos, os apelidos de "Boanerges" (Filhos do Trovão) e os episódios em que queriam chamar fogo do céu sobre os samaritanos ou buscavam os primeiros lugares no Reino de Jesus, são evidências claras de seu temperamento inicial:
a) Zelo Intenso : Uma paixão fervorosa por Jesus e sua causa, mas muitas vezes manifestada de forma agressiva e egoísta.
b) Impaciência: Desejo de ação imediata e de ver a justiça (ou o que eles consideravam justiça) ser feita rapidamente.
c) Ambição: Uma inclinação a buscar proeminência e reconhecimento.
A Transformação Pelo Exemplo de Jesus
A convivência diária com Jesus foi o principal catalisador para essa transformação. João e Tiago testemunharam a paciência, a humildade, o amor incondicional e o sacrifício de Jesus. A repreensão de Jesus em Lucas 9.55 ("Não sabeis do que espírito sois ...") e a lição sobre o serviço em Mateus 20.25-28 ("quem quiser tornar-se grande entre vocês deverá ser servo") certamente impactaram profundamente a visão deles sobre o Reino de Deus e o discipulado.
A Transformação de Tiago
Tiago, sendo o primeiro apóstolo a ser martirizado (Atos 12.2), teve uma vida apostólica mais curta, mas sua prontidão para beber do "cálice" de Jesus (sofrimento e morte) pode ser vista como um sinal de sua transformação e amadurecimento na fé.
A Transformação de João
A transformação é mais evidente na vida de João. O "Filho do Trovão" se tornar "discípulo amado" e o apóstolo do amor. Seus escritos, especialmente o Evangelho de João e suas três epístolas (1, 2 e 3 João), são permeados por temas de amor, luz, verdade e comunhão. Agora vamos ver oportunamente alguns pontos que evidenciam a transformação de João :
a) Ênfase no Amor
Nas epístolas de João, a palavra "amor" (ágape) aparece dezenas de vezes. Ele insiste que Deus é amor e que os crentes devem amar uns aos outros, por exemplo: "Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama nasceu de Deus e o conhece. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor" (1Jo 4.7-8).
b) Foco na Graça e na Verdade de Jesus
Seu Evangelho apresenta uma profunda teologia sobre a pessoa de Cristo como o Verbo encarnado, cheio de graça e verdade, contrastando com a justiça legalista ou retributiva que ele talvez buscasse no início.
c) Vida de Exílio
João, o último dos apóstolos a morrer, passou por exílio na ilha de Patmos (Ap 1.9), um período de grande tribulação, mas que resultou em uma revelação de esperança e da soberania de Deus, e não em amargura ou raiva.
1.3 - O Perigo de se Achar Superior
Vamos Ler o Texto de Referência em Marcos 9.38-40 :
38 - E João lhe respondeu, dizendo: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue;
39 - Jesus, porém, disse: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo falar mal de mim.
40 - Porque quem não é contra nós, é por nós.
Observamos no texto que João, um dos discípulos mais próximos de Jesus, estava preocupado com a "ortodoxia" (aplicação correta dos ensinamentos de Jesus) ou a "exclusividade" do ministério. Ele e outros discípulos viram um homem realizando curas e expulsando demônios em nome de Jesus. A reação instintiva deles foi impedir o homem, pois ele não "os seguia", ou seja, não estava no círculo íntimo de Jesus.
A resposta de Jesus, no entanto, é surpreendente e contraria a lógica exclusivista dos discípulos: "Não o impeçam".
A resposta de Jesus mostra que :
a) Jesus valoriza a ação de fé e o resultado do milagre em Seu nome, independente de quem o realizava.
b) Aqueles que genuinamente operam no poder de Cristo não são inimigos e podem de alguma forma estar alinhados com Ele
c) Existem outras pessoas fora do círculo imediato de Seus discípulos que podem promover o Reino de Deus, mesmo de um forma diferente ou fora das estruturas esperadas pelos apóstolos.
Lições Práticas para os Cristãos Contemporâneos
Este texto de Marcos 9.38-40 desafia nossa tendência natural de exclusividade e nos convida a abraçar uma visão mais ampla e inclusiva do Reino de Deus. Nos lembra que a obra de Cristo é maior do que qualquer estrutura ou grupo humano. Somos chamados a reconhecer o mover de Deus onde quer que ele ocorra e a nos alegrar com o avanço do Verdadeiro Evangelho, seja qual for a mão que o semeia. Este episódio é um poderoso lembrete e um desafio para a Igreja e os crentes de hoje :
1. Cuidado com o Exclusivismo e o Denominacionalismo
Assim como João e os discípulos, muitas vezes caímos na armadilha de pensar que Deus só opera dentro de nossa denominação, igreja ou grupo específico. Jesus nos lembra que o Reino de Deus é muito maior que nossas estruturas eclesiásticas. Um cristão fiel em outra denominação, ou mesmo alguém fora do que consideramos o "padrão", pode estar genuinamente servindo a Cristo. As vezes temos mania de nos acharmos superiores a outros cristãos de outras denominações, a lição prática é que ao invés de criticar e desqualificar, devemos apoiar e encorajar qualquer esforço genuíno que glorifique a Cristo e promova Seu Reino, mesmo que não seja feito "do nosso jeito".
2. Foco nos Frutos, Não Apenas nas Credenciais
Jesus não questionou as credenciais do homem, mas sim os frutos de sua ação. Se alguém está operando em nome de Cristo e vidas estão sendo transformadas, isso é um sinal de que Deus está agindo. A lição prática é que devemos nos perguntar: "Isso glorifica a Cristo? Isso ajuda as pessoas? Isso avança o Verdadeiro Evangelho? Se a resposta for sim, a preocupação com a "identidade" do agente se torna secundária.
3. A Importância da Unidade no Propósito
"Quem não é contra nós, é por nós" é um chamado à unidade de propósito no corpo de Cristo. Embora possa haver diferenças de doutrina secundárias, métodos ou tradições, se o objetivo central é honrar a Jesus e levar Sua mensagem, devemos nos ver como aliados e não como concorrentes ou inimigos.
A lição prática é que devemos buscar pontos de colaboração e comunhão com outros cristãos e outras denominações, em vez de focar apenas nas diferenças. Reconheça que a diversidade de dons e abordagens pode enriquecer o Reino.
4. A Ambição Pelo Reino, Não Pelo Grupo
A atitude de João revelava uma ambição (inconsciente, talvez) pelo prestígio do próprio grupo apostólico. Jesus reorienta essa ambição para o Reino. A verdadeira honra não está em ser o único a fazer, mas em ver o nome de Cristo exaltado e Seu poder manifestado, por quem quer que seja.
A lição prática aqui nos leva a avaliar as motivações. Você busca o crescimento do Reino de Deus ou apenas o crescimento do seu próprio "império" ou "ministério" ?
2 - O Discípulo Amado
Podemos afirma categoricamente que o amor de Jesus contagiou João de tal maneira que ele passou de "Filho do Trovão" para "Apóstolo Amado" e essa é uma das transformações de caráter mais notáveis e inspiradoras em toda a narrativa bíblica.
O contraste entre o temperamento inicial de João e o que ele se tornou é gritante e poderoso. Jesus transformou João que desejava invocar fogo do céu sobre samaritanos e que desejava os primeiros lugares de honra no Reino em um apóstolo que mais enfatizou o AMOR nos seus escritos.
"O discípulo a quem Jesus amava"
João, frequentemente conhecido como "o discípulo a quem Jesus amava", é uma figura central e fascinante nos Evangelhos, especialmente no que leva seu nome. Essa designação única, que ele mesmo usa para se referir a si no Evangelho de João (Jo 13.23; 19.26; 20.2; 21.7; 21.20), revela não apenas uma proximidade especial com Jesus, mas também uma profunda compreensão da essência do amor divino.
2.1 - João e o Mestre
Alguns momentos cruciais do ministério de Jesus contou com a presença de João, Tiago e também Pedro, tal era o grau de proximidade com o Mestre. Eles foram testemunhas :
a) Da Transfiguração de Jesus no monte (Mc 9.2)
b) Da Ressurreição da filha de Jairo (Mc 5.37)
c) Da agonia de Jesus no Jardim do Getsêmani (Mc 14.33)
2.2 - João foi Impactado pelo Amor do Mestre
"Ora, um de seus discípulos, aquele a quem Jesus amava, estava reclinado no seio de Jesus" (Jo 13.23).
O versículo acima nos oferece uma das cenas mais íntimas e significativas do Evangelho de João, descrevendo a posição de um discípulo específico durante a Última Ceia. Embora não mencione o nome do discípulo, a tradição e o contexto do próprio Evangelho apontam para o apóstolo João, o filho de Zebedeu que reclinou ao lado de Jesus.
Essa proximidade física significava que João estava em uma posição de privilégio e confiança. Simbolicamente, essa posição pode representar a proximidade espiritual de João com o coração e a mente do Mestre Jesus.
A tônica (tema, ênfase) da mensagem e vida de João: O Amor.
O amor de Jesus, vivenciado e compreendido por João, tornou-se o tema dominante em todos os seus escritos e no que se sabe sobre sua vida.
O amor de Jesus não apenas impactou, mas redefiniu João.
Transformou sua essência, sua perspectiva e sua missão.
O amor de Cristo não foi apenas um ensinamento que João transmitiu, mas a própria substância de sua vida e a tônica inconfundível de sua mensagem. Ele se tornou o canal através do qual a Igreja Primitiva e todas as gerações subsequentes aprenderam a profundidade e a centralidade do amor de Deus.
Essa transformação serve como um poderoso lembrete para todos os cristãos de que a verdadeira fé leva a uma vida de amor que reflete o caráter de Deus.
2.3 - João ouvia o Mestre
"E inclinando-se ele sobre o peito de Jesus, disse-lhe: Senhor, que é" (João 13.25)
Neste versículo João perguntou para Jesus quem era o discípulo que iria traí-lo. Aqui, João está atuando como um intermediário entre Pedro e Jesus devido à sua posição de proximidade física e de intimidade com o Mestre, no versículo anterior podemos perceber que Pedro é quem queria fazer a pergunta:
"Simão Pedro fez-lhe sinal para perguntar a quem Jesus se referia" (João 13.24).
Portanto, João não está agindo como porta-voz dos demais apóstolos no sentido de representar o grupo ou falar em nome deles, nem mesmo nesse dia da Ceia foi um porta-voz dos demais apóstolos.
Em um estudo mais detalhado, é perceptível que o papel de porta voz de forma consistente nos Evangelhos e no livro de Atos, era desempenhado por Simão Pedro.
Pedro é o Porta-voz Comum nos Evangelhos, quase sempre era ele que fazia as perguntas (Exemplo: Mt 16.16; Jo 6.68).
Pedro, em Atos dos apóstolos, assume um papel de liderança proeminente na igreja primitiva, vejamos :
a) É Pedro que prega o primeiro sermão resultando na conversão de milhares.
b) É Pedro que lidera a escolha de Matias para substituir Judas
c) É Pedro que é o principal orador e defensor dos apóstolos perante o Sinédrio (At 4)
d) É Pedro que é foi um instrumento na cura do paralítico na porta do Templo (At 3), estava junto com João, mas é Pedro quem fala e age.
e) Em eventos como o julgamento de Ananias e Safira (At 5), Pedro exerce uma autoridade clara.
O apóstolo João era um dos discípulos mais próximos de Jesus e se tornou um pilar fundamental da Igreja primitiva, junto com Pedro e Tiago, irmão de Jesus em Jerusalém (Gl 2.9), todavia, o papel de porta-voz e líder principal entre os apóstolos era claramente de Simão Pedro.
3 - João, o Apóstolo do Amor
3.1 - João cuidou de Maria
Vamos estudar o texto de João 19.26-27 :
26 - Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho.
27 - Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.
Nesse dois versículos, encontramos um dos atos mais tocantes de Jesus na cruz, revelando uma profunda lição sobre amor, cuidado e responsabilidade.
Jesus está na cruz, sofrendo imensamente e se aproximando da morte. Mesmo em seu momento de maior agonia, Ele demonstra amor e um cuidado supremo por sua mãe, Maria, e por seu discípulo amado, João. Observações a serem feitas :
1. A presença de Maria e João
É significativo que, enquanto a maioria dos discípulos havia fugido, Maria, a mãe de Jesus, e João, o discípulo a quem Jesus amava, estavam presentes ao pé da cruz. Isso demonstra a devoção e a coragem deles.
2. O Mandato de Jesus e Maria
"Mulher, eis aí o seu filho" , aqui Jesus apresenta João para Maria como sendo "seu filho"; Jesus está garantindo que Maria terá um provedor e um filho para cuidar dela após Sua morte.
"Eis aí sua mãe" , aqui Jesus confia o cuidado da sua própria mãe a João. Essa incumbência não era apenas sobre sustento material, mas também sobre apoio emocional e familiar.
3. A Resposta imediata de João
"Dali em diante, esse discípulo a levou para casa" , aqui João assume a responsabilidade confiada por Jesus na hora e no dia mais critico. João integrou Maria em sua própria vida e família, cuidando dela como se fosse sua própria mãe. Lembrando que é quase universalmente aceito que José, pai terreno de Jesus, já havia falecido antes do ministério público de Jesus e, portanto, não estava vivo no dia da crucificação.
3.2 - João escreve sobre o Amor
João enalteceu a virtude do amor em seus escritos de forma central e profunda. Ele é conhecido como o "apóstolo do amor" devido à ênfase que deu a esse tema em seu Evangelho e, especialmente, em suas epístolas (1,2 e 3 João).
Em resumo, para João, o amor é a essência da vida cristã, o reflexo da natureza de Deus e a base para a comunidade de fé. Seus escritos servem como um lembrete perene da centralidade do amor na experiência humana e espiritual.
3.3 - O Amor Evidenciado em Cartas
Vamos refletir alguns versículos das Epístolas de João que evidenciam o Amor.
"Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo" (1Jo 2.1)
"Filhinhos, escrevo-vos, porque pelo seu nome vos são perdoados os pecados" (1Jo 2.12)
"E agora, filhinhos, permanecei nele; para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança, e não sejamos confundidos por Ele na sua vinda" (1Jo 2.28)
Em todos esse versículos João se dirige aos seus leitores como "meus filhinhos", uma expressão de carinho e amor paternal. Ele está escrevendo para que eles não pequem, mas se o fizerem, têm um Advogado (Jesus Cristo). Isso demonstra um amor que busca o bem-estar espiritual e a proteção dos seus "filhinhos".
Esses versículos embora não falem diretamente sobre "amor" em si, evidenciam a preocupação pastoral de João e seu desejo de que os crentes permaneçam em Cristo, o que está intrinsecamente ligado à prática do amor.
As cartas de João, especialmente a Primeira Epístola, são repletas de referências explícitas e profundas sobre o amor. Aqui estão alguns dos versículos mais marcantes:
"Vejam que grande amor o Pai nos concedeu, que fôssemos chamados filhos de Deus. E de fatos somos" (1Jo 3.1)
Este versículo destaca o imenso amor de Deus que nos adotou como Seus filhos.
"Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros" (1Jo 3.11)
Aqui, João reitera o mandamento fundamental do amor fraternal.
"Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e nós devemos dar a vida pelos irmãos" (1Jo 3.16)
Aqui, João apresenta o amor de Cristo como o modelo supremo para o nosso amor sacrificial pelos outros.
"Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade" (1Jo 3.18)
Este versículo enfatiza que o amor verdadeiro se manifesta através de ações concretas, e não apenas de sentimentos ou palavras.
"Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor" (1Jo 4.7-8)
Esses versículos são centrais na teologia de João, afirmando que Deus é a própria essência do amor e que o amor fraternal é uma prova de que se conhece a Deus.
"Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados" (1Jo 4.9-10).
"Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros" (1Jo 4.11)
A generosidade do amor de Deus nos impulsiona a amar uns aos outros.
"Ninguém jamais viu a Deus; se nos amamos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor está aperfeiçoado em nós" (1Jo 4.12)
O amor mútuo entre os crentes é a forma como Deus se torna visível no mundo e como Seu amor é plenamente realizado em nós.
"Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos nesse amor. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele." (1Jo 4.16)
Uma reafirmação poderosa da natureza de Deus e da união com Ele através do amor.
"Nós amamos porque ele nos amou primeiro. Se alguém diz: 'Eu amo a Deus', e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. E dele temos este mandamento: Que quem ama a Deus, ame também a seu irmão" (1Jo 4.19-21)
João estabelece uma conexão inseparável entre o amor a Deus e o amor ao próximo, afirmando que um não pode existir sem o outro.
Estes versículos mostram claramente que, para João, o amor não é apenas um conceito, mas a essência do evangelho, a prova da verdadeira fé e a base para o relacionamento com Deus e com o próximo.
Comentário
Pr. Éder Tomé
Referências
[1] Bíblia Sagrada (ARC) – Sociedade Bíblica do Brasil - 4° edição - 2009
[2] Bíblia Sagrada King Jones – Atualizada – Fiel aos Originais
[3] Bíblia Sagrada (NTLH) - Linguagem de Hoje
[4] Revista Betel Dominical Adultos - 2T - 2025
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