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sábado, 21 de agosto de 2021

Lição 9 - A Suficiência de Cristo em meio às dificuldades

      



 










Texto Áureo
"Posso todas as coisas naquele que me fortalece." (Fp 4.13)

Verdade Aplicada
Em Cristo somos fortalecidos e capacitados a vencer as adversidades do tempo presente.

Texto de Referência
Filipenses 4.10-13
10 - Ora, muito me regozijei no Senhor por finalmente reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.
11 - Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
12 - Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em toda as coisas estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome; tanto a ter abundância como a padecer necessidade.
13 - Posso todas as coisas naquele que me fortalece.


                             Introdução
É diante das adversidades que o verdadeiro cristão tem um entendimento mais amplo sobre o que é essencial e indispensável para sua vida, bem como uma excelente oportunidade de testemunho para edificar outros.

1 - A Realidade dos Momentos Difíceis
Enquanto estivermos nesse mundo caído, as adversidades farão parte da vida do crente fiel, contudo, elas não servem para nos parar, e, sim, para que o plano de Deus seja manifesto.[...] 

Podemos passar pelas aflições da vida, o cristão não está livre de passar aflições, Jesus disse: "Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (Jo 16.33), nós sabemos que Deus está no controle de tudo, sua misericórdia e fidelidade para conosco traz a esperança mesmo em meios as tragédias, as pandemias, ao luto, a crise econômica, as doenças, etc.(Pr. Eder Tomé)

A vontade de Deus para as nossas vidas é boa, perfeita e agradável (Rm 12.2). O escritor aos hebreus reconhece que o Senhor, muitas vezes, usa a provação para corrigir-nos e fazer brotar em nossa vida o "fruto pacífico de Justiça" (Hb 12.3-11). No exercício desse processo, crescemos como pessoas e servos de Deus, aprendendo na faculdade das aflições da vida. Assim, podemos dizer inequivocamente que "todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto" (Rm 8.28) (Pr. Eliezer de Lira e Silva - Revista CPAD - 3T - 2012)


1.1 - Resultado da realidade do Pecado
A Bíblia nos relata a entrada do pecado na história humana [Gn 3.16-19]. As consequências do pecado na criação trouxeram um mal sem precedentes. Todo sofrimento que advém sobre a humanidade tem sua causa primordial no pecado de Adão. Sofremos diretamente os resultados do pecado na história desde os primórdios. [...]

O pecado é real e continua destruindo vidas, famílias, ministério, igrejas (locais), etc. Se o pecado é tão danoso e destruidor, porque muitas igrejas priorizam mensagens sobre prosperidades materiais, mensagens de alto ajuda, mensagens positivistas e outras e não priorizam a mensagem da cruz que restaura o pecador? 

O Diabo peca desde o princípio (1Jo3.8) e trabalha para que muitos se prendam as riquezas materiais e desprezem a propiciação que alcançamos pela morte no nosso amado Jesus. Só existe uma solução eficaz contra o pecado: o sangue de Cristo Jesus derramado na cruz do Calvário.

E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo. (1Jo 2.2).

1.2 - Há dias de Calamidades e Aflições
Desde os tempos antigos o ser humano se pergunta: por que o justo sofre? O livro de Jó é a resposta do Antigo Testamento para essa pergunta. No livro de Jó Deus apresenta os motivos para o sofrimento do patriarca: “Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero, e reto, e temente a Deus, e desviando-se do mal.” [Jó 1.8]. Ele padece porque é justo! O salmista também questiona a Deus acerca da causa da prosperidade do ímpio e do padecimento do justo [Sl 73]. Por fim, vemos no ministério dos apóstolos e principalmente no ministério de Jesus, as adversidades como marca da aprovação de Deus em sua vida, pois Ele é o socorro bem presente na hora da angústia [Sl 46.1].

“A paciência de Jó (5.10,11)

Esses versos marcam a transição dos ensinamentos de Tiago sobre a nossa responsabilidade por aqueles que estão fora da comunidade da Igreja, para com os que estão dentro dela, à luz do julgamento de Deus. Faz essa transição através de dois exemplos que os crentes devem seguir; ‘os profetas que falaram em nome do Senhor’ (v.10) e a fidelidade de Jó em suas adversidades (v.11). Nos dois exemplos, o ponto que Tiago deseja enfatizar é que devemos considerar aqueles que perseveram como abençoados. Por saberem que ‘o Senhor é muito misericordioso e piedoso’, Jó e os profetas foram pacientes frente às aflições que sofreram.

Os crentes precisam imitar o exemplo da perseverança de Jó sem se ‘desviarem da verdade’ (5.19) de que Deus é a imutável fonte de ‘toda boa dádiva e de todo dom perfeito’ (1.17). Precisam imitar o exemplo dos profetas falando ‘em nome do Senhor’, isto é, usando de seu discurso para mostrar a divina ‘misericórdia e piedade’ (v.11) para que possamos trazer de volta aqueles que se desviaram da verdade por atos pecaminosos ou por terem acusados a Deus por suas dificuldades (1.13). Aqueles que assim fizerem serão abençoados com a vida eterna e com o perdão de seus pecados (5.20)” (ARRINGTON, French L; STRONSTAD, Roger (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1687).

1.3 - Momentos Difíceis são Leves e Momentâneos.
Apesar do tema da aflição e das provações ficar em aberto no âmbito do Antigo Testamento, o Novo Testamento nos revela o propósito e sentido das provações na vida do justo. O apóstolo Paulo afirma que as nossas provações são leves e passageiras [2Co 4.17]. 


2 - Paulo e a Igreja em Filipos
A comunidade de Filipos foi uma das igrejas levantadas pelo apóstolo Paulo que mais lhe ajudou e se aproximou dele.

2.1 - Um Início com Variedades e Contrastes
Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome; tanto a ter abundância como a padecer necessidade. (Fp 4.12)

[...]. Assim como as estações do ano, a vida do ser humano é caracterizada por momentos bons e momentos de dificuldades. Somos nós que qualificamos as experiências da vida, somos nós que transformamos momentos de dificuldade em aprendizado, ou em momentos de murmuração e desespero.


2.2 - Contexto da Carta aos Filipenses
A carta aos Filipenses é considerada pelos estudiosos como uma das cartas da prisão. Robert H. Gundry afirma que “as seguintes epístolas de Paulo, Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom, são denominadas de cartas do cativeiro, pois o apóstolo estava preso quando as escreveu.[...]. Em Filipenses 1.7, 12-17, Paulo interpreta os eventos acontecidos a ele, como sua prisão, como algo positivo. Ele percebe um propósito maior na sua aflição: a propagação do Evangelho.

Muitas vezes não sabemos por que estamos passando por determinadas adversidades, tais como uma enfermidade, problemas financeiros ou o desemprego, mas, certamente, Deus tem um propósito para todas as coisas. Às vezes, somos acometidos por aflições em prol do Evangelho, para que a vontade de Deus se cumpra e mais pessoas venham ao conhecimento do Filho de Deus. 

Paulo e a Igreja de Filipos

 Filipos foi a primeira cidade européia a receber o Evangelho (At 16.6-40). Foi na casa de uma negociante de púrpura, Lídia, que se estabeleceu o primeiro núcleo da comunidade cristã fundada por Paulo em Filipos. O apóstolo visitou a cidade muitas vezes, quando das suas viagens para a Macedônia.

Quando o apóstolo Paulo escreveu a Epístola aos Filipenses, ele achava-se preso. Correntes, pés presos aos troncos, solidão e longos períodos de prisão são umas das muitas consequências daquilo que significava ser preso no Novo Testamento. O sofrimento na prisão é um tema muito explorado pelo apóstolo nesta Epístola.

A Carta aos Filipenses retrata a assistência oferecida pela igreja ao apóstolo. Aqui está todo o contexto que impulsiona Paulo a redigir uma carta à comunidade que lhe assiste em tudo. A melhor maneira que o apóstolo encontrou de agradecer aquela igreja foi escrevendo a ela sobre o sentimento de gratidão que transbordara no seu coração pela generosidade da igreja filipense. Além desse motivo, podemos encontrar outros que constituem o propósito da Epístola:

(1) Agradecer a ajuda enviada pela comunidade filipense (2.25);

(2) informar a visita de Timóteo e explicar o motivo do retorno inesperado de Epafrodito (2.19-30);

(3) prevenir a comunidade cristã do perigo de se cultivar o “espírito” de competição, egoísmo e individualismo de alguns (2.1-4);

(4) alertar a comunidade de Filipos acerca dos pregadores judaizantes que depositavam a salvação nos costumes passageiros e na observação da Lei (3.2-11), como se esses elementos tivessem algum valor espiritual para conter os impulsos da carne (Cl 2.23).

Em sua Epístola aos Filipenses, o apóstolo Paulo mostra com vigor que a salvação não depende de observar a lei judaica e as suas tradições, mas apenas de Jesus Cristo, o Senhor Jesus é tanto o início como o fim da Lei. Ele é a própria Lei: “Misericórdia quero e não sacrifício” (Mateus 12.7). (SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO,CPAD)

2.3 - Regozijo no Senhor
É até estranho para a nossa realidade entender como o apóstolo conclama aquele povo para se alegrar, se ele mesmo estava preso e esperando seu julgamento [Fp 2.18]. A dificuldade de entender a alegria de Paulo no sofrimento em nome de Cristo nos mostra como estamos distantes do ideal desejado da compreensão da mensagem do Evangelho. Certamente que ninguém deseja padecer e nem sofrer a custo de nada, mas o que chama a atenção é que o apóstolo conseguia entender que aquele sofrimento servia para um propósito muito maior que ele mesmo. Em uma sociedade onde só se pensa em si mesmo, em prosperidade financeira, triunfalista, a mensagem do Evangelho é um escândalo [1Co 1.23].

3 - A Suficiência de Cristo

Cristo é suficiente para satisfazer o ser humano em sua essência, pois Ele nos revela aquilo que é indispensável.

3.1 - Viver com Contentamento
Muitos almejam como ideal de vida riquezas materiais, reconhecimento social, posições de destaque, entre outros, no entanto, esperam que tais benefícios sejam dados por Deus sem nenhum esforço ou trabalho. A vida do apóstolo Paulo aponta para uma vida de entrega plena à vontade do Senhor na pregação do Evangelho. Ele afirma que soube viver no muito e no pouco [Fp 4.11].

Nunca em todos os tempos se abriu tantas denominações evangélicas como nos dias atuais, todos querem ser líder, abandonar seus trabalhos e viver do evangelho. Prometem aos fieis prosperidade e um paraíso aqui na terra, desde que alimentem seus deleites, cuidado é sinal dos últimos dias.

2 Timóteo 3:1-5

1 - Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos;

2 - porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos.

3 - Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons.

4 - Traidores obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus.

5 - Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te

3.2 - Ser Fortalecido
Em Cristo, podemos passar pela dificuldade, ou pela vitória [Fp 4.13]. A palavra “fortalece“ vem do grego, endynamoo – segundo o Dicionário de Strong, revestir-se de força, receber força, ser fortalecido, crescer em força. Aqui o apóstolo utiliza o verbo no tempo presente, na voz ativa no modo particípio. Lourenço Stelio Rega afirma que a palavra nessa forma verbal dá uma ideia de continuidade. Portanto, nós não somos somente fortalecidos, mas passamos por um processo de contínuo fortalecimento no Senhor. Devemos, com isso, permanecer em Cristo e ser revestido pelo Seu poder.

“Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10b).
Jesus disse certa vez: “sem mim nada podereis fazer” (Jo 15.5). Paulo empregou a voz passiva para “fortalecei-vos”. Isso mostra que não se trata meramente de esforço humano, mas da completa dependência do Senhor Jesus. A expressão “força do seu poder” é um enérgico pleonasmo (figura de sintaxe pela qual se repete uma ideia com outras palavras para proporcionar elegância ou reforço à expressão), usado aqui para reforçar a magnitude do poder de Jesus. Esse poder provém do Espírito Santo (Ef 3.16); é a atuação da Trindade na vida da Igreja. 
((Revista CPAD, 1º trim. 2019)

 2 Timóteo 2.1-4

1 — Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus.

2 — E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros.

3 — Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo.

4 — Ninguém que milita se embaraça com negócio desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.

3.3 - A Espada do Espírito
A igreja de Filipos foi uma das comunidades que mais apoiaram financeiramente o ministério do apóstolo Paulo. Robert H. Gundry afirma que “a epístola aos filipenses é a mais pessoal, Paulo agradece ao respaldo financeiro enviado a ele por meio de Epafrodito [Fp 2.25]”. A igreja em Filipos era composta por irmãos que viviam o Evangelho em toda a sua essência. Não era uma igreja rica, como a comunidade em Corinto, mas participou economicamente da campanha do apóstolo. Era uma igreja que vivia a comunhão baseada na generosidade [Fp 4.18-19]. Em tempos onde o consumismo desenfreado, o egoísmo e a vaidade são incentivados pela sociedade e as mídias sociais, o Evangelho de Cristo mostra seus valores na partilha, na comunhão e na generosidade.

Paulo, um líder que amava a igreja. Ao longo de toda a Carta aos Filipenses, percebemos que a relação do apóstolo Paulo para com esta igreja era estabelecida em amor. Não era uma relação comercial, pois o apóstolo não tratava a igreja como um negócio. Ele não era um gerente e muito menos um patrão. A melhor figura a que Paulo pode ser comparado em seu comportamento em relação à igreja é a de um pai que ama os seus filhos gerados na fé de Cristo. Todas as palavras do apóstolo — admoestações, exortações e deprecações — demonstram um profundo amor para com a igreja de Filipos. Precisamos de obreiros que amem a Igreja do Senhor. Esta é constituída por pessoas necessitadas, carentes, mas, sobretudo, desejosas de serem amadas pelos representantes da igreja (2Tm 2.1-26).( Lições CPAD Jovens e Adultos »  2013 » 3º Trimestre)  

Conclusão
Diante da realidade humana, as adversidades não passarão, os desejos e anseios não vão passar, mas todo aquele que estiver em Cristo Jesus será fortalecido e será saciado em seu interior, pois Ele é suficiente.



    









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