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sábado, 25 de maio de 2024

Lição 9 - Ordenança para uma Vida de Santificação

                                                 

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Lei 9.610/98 (Direitos Autorais)

Nosso subsídio (comentário da lição) não é o mesmo conteúdo da revista Betel Dominical Adultos, é apenas um texto de auxílio complementar referente aos tópicos e subtópicos da lição.  

Introdução  

O texto de referência :    

2 Coríntios 7.1  
1 - Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.

1 Tessalonicenses 4.7 
7 - Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação.    

1 Tessalonicenses 5.23 
23 - E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.

1 - Sem Santificação Ninguém Verá o Senhor
A vida cristã exige constante vigilância, perseverança e santidade do discípulo em sua caminhada a Nova Jerusalém, onde só os puros habitarão [7] : "E  não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro" (Ap 21.27)

1.1 - Santificação é Essencial para ter Comunhão com Deus

O que é Santificação ?
O termo grego empregado para santificação é AGIASMOS, que significa tanto 'consagração', 'separação' ou 'santificação' propriamente dita. Santificação é um processo pelo qual o crente em Jesus se torna santo, dedicado, separado para Deus. Ao aceitar a Cristo num ato, o convertido é tornado santo, pela lavagem da regeneração do Espírito Santo (Tt 3.5), por meio da Palavra de Deus (Ef 5.26).
A santificação é, ao mesmo tempo, um ato (na conversão), e um processo gradual, contínuo, na vida cristã, que leva o crente a aperfeiçoar o seu caráter espiritual, fazendo-o participante da natureza divina (2Pe 1.4; 2Ts 2.13; Rm 6.19,22; 1Co 1.30; 1Tm 2.15; 1Pe 1.2).   [10]

Porque a Santificação é Essencial para ter comunhão com Deus ?
A palavra Comunhão no dicionário significa harmonia no modo de sentir, pensar e agir. Para ter comunhão com Deus a pessoa precisa considerar o modo de sentir, pensar e agir de Deus, nesse entendimento como pode uma pessoa impura ter harmonia com Deus que é Santo ?
"E Qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro" (1Jo 3.3)

Por que a Impureza impede nossa Comunhão com Deus ?
Deus criou o ser humano em estado de Santidade e em perfeita comunhão com Deus, todavia, a desobediência de Adão e Eva instituiu a queda da raça humana, trazendo variadas e graves consequências tanto para eles como para toda a humanidade, já nascemos como pecadores, contaminados pelo pecado, Paulo escreveu: "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23).
A mais grave das consequências do Pecado de Adão foi o rompimento da comunhão entre Deus e o ser humano (estamos destituídos, impedidos, afastados da presença gloriosa de Deus). O estado de santidade em que tinham sido criados deu lugar ao estado de natureza pecaminosa. O pecado nos separa de Deus, o profeta Isaías escreveu : 
"As vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça" (Is 59.2).
"Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus." (2Co 7.1)
Geziel Gomes: Paulo deixou em sua epístola a Timóteo uma advertência de caráter universal: "Conserva-te a ti mesmo puro" (1Tm 5.22). Toda impureza se transforma em um grande impedimento ao livre agir de Deus na nossa vida. A pureza deve partir do coração, pois Jesus declarou: "Bem-aventurados os limpos de coração porque eles verão a Deus (Mt 5.8). [9]

1.2 - Elementos e Meios para a Santificação
Os filhos de Deus são santificados :
(a) mediante a fé (At 26.18), 
(b) pela união com Cristo na sua morte e ressurreição
      (Jo 15.4-10; Rm 6.1-11; 1Co 1.30), 
(c) pelo sangue de Cristo (1Jo 1.7-9), 
(d) pela Palavra (Jo 17.17) 
(e) pelo poder regenerador do Espírito Santo no seu coração
     (Jr 31.31-34; Rm 8.13; 1Co 6.11; 1Pe 1.2; 2Ts 2.13).

Para cumprir a vontade de Deus quanto à santificação, o crente deve participar da obra santificadora do Espírito Santo :
(a) Cessar a praticar o mal (Is 1.16)
(b) Purificar de toda imundícia da carne e espírito 
      (2Co 7.1; Rm 6.12; Gl 5.16-25) 
(c) Guardar da corrupção do mundo 
      (Tg 1.27; Rm 6.13,19; 8.13; Ef 4.31; 5.18; Tg 4.8)

A verdadeira santificação requer que o crente :
(a) mantenha profunda comunhão com Cristo (Jo 15.4), 
(b) mantenha comunhão com os crentes (Ef 4.15,16), 
(c) dedique a oração (Mt 6.5-13; Cl 4.2)
(d) Obedeça à Palavra de Deus (Jo 17.17)
(e) tenha consciência da presença e dos cuidados de Deus (Mt 6.25-34)
(f) ame a justiça e odeie a iniquidade (Hb 1.9)
(g) mortifique o pecado (Rm 6)
(h) submeta-se à disciplina de Deus (Hb 12.5-11)
(i) seja cheio do Espírito Santo (Rm 8.14; Ef 5.18)    [12]
 
1.3 - Aperfeiçoamento a nossa Santificação no Temor de Deus
"Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus" (2Co 7.1)

Por que precisamos buscar a santificação ? 
Sem a santificação jamais alguém verá a Deus (Hb 12.14).
Como santo, ele tem de viver no mundo, mas não pode ter comunhão com o mundo. Jesus disse: "Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece" (Jo 15.19).
O verdadeiro santo é aborrecido do mundo.
Assim, a santificação é a vontade de Deus, ou o escopo de Deus, na salvação do pecador. Paulo desejava que isso ficasse bem claro na mente dos irmãos tessalonicenses: "Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação" (1Ts 4.3)  [10]

2 - Sede Santos, porque Eu Sou Santo
"Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hb 12.14)
Os leitores estavam familiarizados com o ritual de purificação cerimonial que os preparava para a adoração, e sabiam que deveriam ser santificados ou estar purificados a fim de entrar no Templo. O pecado sempre bloqueia nossa visão em relação a Deus; por isso; se quisermos ver a Deus, devemos renunciar ao pecado e obedecer ao nosso Senhor (veja Sl 24.3-4). A santidade está atrelada a viver em paz. [6]

Eliezer Lira: A Escritura ensina que a santificação é decorrente de uma nova natureza: "Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e asperção do sangue de Jesus Cristo: graça e paz vos sejam multiplicadas" (1Pe 1.2).
O crente foi resgatado para uma vida santa (1Co 6.19,20; 1Pe 1.16). Cristo não veio apenas livrar o homem do inferno; veio torná-lo santo (Tt 2.14).
O objetivo de Deus é que o crente participe da "herança dos santos na luz" (Cl 1.12). João chama de mentiroso aquele que diz ter comunhão com Deus e não muda seu modo de viver (1Jo 1.5,6; 2.4). O salvo é luz no meio de um mundo perverso (Fp 2.15).  [8]

2.1 - Deus quer um Povo Santo
"Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível" (Ef 5.27).
Jesus sabe das nossas dificuldades para viver em Santidade, não chegaremos ao grau máximo da perfeição, todavia, Jesus sabe e conhece nosso esforço constante para nos afastar das impurezas, Ele conhece nossas lutas para renunciar as desejos de nossa natureza carnal e é isso que Deus requer de nós, viver em santidade.
     
2.2 - Santificação de Espírito, Alma e Corpo
"E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor" (1Ts 5.23)
Natalino Neves: A intimidade com Cristo leva a uma mudança de mentalidade, em que as coisas que agradam a Deus é que passam a orientar a vontade e as atitudes do crente. No nosso corpo físico, os membros atendem aos comandos do cérebro (mente). No sentido espiritual acontece o mesmo, pois, uma vez tendo a mente de Cristo por meio da renovação do nosso entendimento, esta mente conduz a emoção, à vontade e os membros do corpo físico.
A pessoa que tem a mente de Cristo discerne as coisas espirituais, mesmo no mundo material, e usa os membros do corpo a serviço da justiça (2Co 2.14,15). O 'velho homem' tinha uma mente insubmissa ao Espírito Santo, além de estar entregue ao domínio do pecado. O salvo, porém, submete sua mente ao controle do Espírito Santo. Assim, a paz de Deus que excede todo entendimento guarda seu coração e seus sentimentos (Fp 4.6-7) e, consequentemente, conduz seus membros para a prática da justiça [11]
Reflita neste tópico com seus alunos que a Santificação tem que ser por inteiro, ou seja, deve refletir no Corpo, Alma e no espírito. Ensine que o processo de santificação não deve refletir somente na aparência exterior do nosso corpo que são notadas pelo nosso modo de vestir, pelo nosso modo de expressar, pela frequência na EBD e nos cultos. A Alma e o espírito deve refletir o que fazemos com o nosso corpo, mesmo porque, sem a união do corpo, alma e espírito não há ser humano completo. Assim como o ser humano é atingido pelo pecado na sua totalidade, a Santificação deve abranger todo o nosso ser, no mais, a redenção de Cristo também nos alcança por completo, e quanto ao dia da ressurreição, nosso corpo, alma e espírito será redimido para estar com Cristo, ao passo que nosso corpo não será mais corruptível, mas ressuscitará em um corpo glorificado e completo (Corpo, Alma e Espírito).

2.3 - Jesus quer uma Igreja Santa e Irrepreensível
Natalino Neves:  O Senhor estabeleceu uma aliança com os hebreus e essa aliança exigia santidade e compromisso a fim de que os outros povos pudessem ter o conhecimento do Senhor. Por isso, encontramos no Pentateuco várias exortações para que os israelitas  não se misturassem com os demais povos, em especial, com suas práticas. Deus não mudou e Ele continua a exigir do seu povo uma vida de santidade, separação do mundo e das suas práticas. [11]

3 - A Participação do Discípulo de Cristo
"Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação" (1Ts 4.7)
Geziel Gomes:  A vida de pureza está diretamente ligada a uma vida de integridade, à formação moral, à retidão de conduta e à excelência do caráter. A pureza deve ser observada em cada aspecto do nosso ser: no andar, no falar, no olhar, no comer, no vestir, no conversar, no proceder, no planejar, no amar, no ouvir. [9]

3.1 - Despojeis e Revistais
Deus é santo e deseja que sejamos como Ele é. Viver uma vida santa é viver em conformidade com os preceitos morais da Bíblia e em contraste com o modo de vida pecaminoso do mundo. É despojar-se do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano e estar revestido do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade : "que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis no espírito da vossa mente; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade" (Ef 4.22-24)
A importância da santidade na vida do crente é evidente também na forma como ela é ligada à própria vida. O apóstolo Paulo declarou: "Pois se viverdes segundo a carne [isto é, segundo a sua própria vontade pecaminosa, que é contrária à santidade de Deus] , morrereis; mais, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis" (Rm 8.13).
Portanto, a santificação é vista como um elemento essencial na vida do cristão [7]

3.2 - Separação dos Padrões do Mundo
"E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Rm 12.2)
No versículo acima, o apóstolo Paulo advertiu os cristãos para "Não se conformar com este mundo". Os cristãos sábios decidem que muitos dos comportamentos do mundo são proibidos para eles, porque, normalmente, são egoístas e frequentemente trazem corrupção. Nossa recusa em nos conformarmos com os valores deste mundo deve ir além do comportamento e dos costumes; ela deve estar firmemente plantada em nossa mente: "transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus". É possível evitar muitos dos costumes mundanos e ainda ser orgulhoso, cobiçoso, egoísta, teimoso, rebelde e arrogante. Somente quando o Espírito renova, reeduca, e reorienta nossas mentes somos verdadeiramente transformados: "Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do Espírito" (Rm 8.5)   [6]
Cada dia que passa a sociedade está se enveredando por caminhos contrários a Palavra de Deus e nós cristãos não podemos nos contaminar com as práticas impuras desse mundo que jaz no maligno. 
Cumpre-nos andar em santidade, apartados de toda forma de impureza, pois somos a Igreja de Cristo, comprada com Seu precioso sangue. Não podemos entregar nosso corpo à prostituição, imoralidades sexuais, impurezas, lascívias, bebedices, glutonarias ... A santidade de Deus exige a crucificação completa das nossas paixões e desejos impuros. [7]
"Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida" (2Tm 2.4)
"Deixemos todo embaraço do pecado que tão de perto nos rodeia" (Hb 12.1)
      
3.3 - Abster-se dos Prazeres Carnais e Toda Espécie do Mal
"Abstende-vos de toda a aparência do mal" (1Ts 5.22).
Os cristãos não conseguem evitar todos os tipos de males, porque vivemos em um mundo de pecados. Mas podemos nos certificar de não darmos ao mal um ponto de apoio, evitando situações tentadoras, e nos concentrando na obediência a Deus. [6]

José no Egito nos deixou um exemplo de integridade e Santidade quando fugiu da mulher de Potifar para não pecar e perder sua comunhão com Deus, por vezes, a prática da satisfação dos prazeres carnais tem um preço muito alto a pagar, até mesmo com consequências irreversíveis para a vida inteira, como: Desonra, divórcio, perda da família, gravidez indesejável, perda ministerial, prejuízo financeiro, sofrimento para a alma. FUJA ! Davi agiu diferentemente de José, não fugiu da aparência do mal, mas alimentou sua concupiscência e colheu sérias consequências para ele e sua família.

Viva em Santidade, desviando os seus olhos do mal, ensurdecendo os seus ouvidos e cerrando os seu lábios às palavras e às conversações torpes. Fujamos dos apelos constantes à sensualidade feitos pelos meios de comunicação. Fujamos da impureza em todas as suas formas. O caminho é estreito, espinhoso, mas glorioso e conduz à vida eterna com Cristo. O discípulo de Jesus está crucificado para o mundo.

O tema abordado nesta lição é de extrema relevância para o cristão, seu aluno deve chegar ao final da aula consciente da importância de viver em santidade e da necessidade de estar disposto a lutar para alcançá-la.

Comentário 
Pr. Éder Tomé

Referências

[1] Bíblia Sagrada (ARC) – Sociedade Bíblica do Brasil - 4° edição - 2009
[2] Bíblia Sagrada King Jones – Atualizada – Fiel aos Originais
[3] Bíblia Sagrada (NTLH) - Linguagem de Hoje
[4] Revista Betel Dominical Adultos - 2T - 2024
[5] versículoscomentados.com.br
[6] Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal - CPAD
[7] Revista Discipulado - Mestre 2 - CPAD - Pág.24-30
[8] Revista Lições Bíblicas - Adultos - CPAD - 1T - 2006 - Pág.79
[9] Lições da Palavra de Deus - Ano 7 - Nro. 29 - Central Gospel - Pág 60
[10] Vida Santa até a Volta de Cristo - Elinaldo Renovato - CPAD - Pág.75
[11] Justiça e Graça - Natalino Neves - CPAD - Pág. 92
[12] Bíblia de Estudo Pentecostal - CPAD - Pág. 1937

terça-feira, 21 de maio de 2024

Lição 8 - Ordenança para Confessar os Pecados e Perdoar as Ofensas

 

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Lei 9.610/98 (Direitos Autorais)

Nosso subsídio (comentário da lição) não é o mesmo conteúdo da revista Betel Dominical Adultos, é apenas um texto de auxílio complementar referente aos tópicos e subtópicos da lição. 

Introdução  

O texto de referência :    

1 João 1.7-10 
7 - Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.
8 - Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós.
9 - Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.
10 - Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.

1 - Precisamos do Perdão de Deus
"Suportando-vos e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como o Senhor vos perdoou, assim fazei vós também" (Cl 2.12)
Os discípulos de Jesus receberam seu perdão pela sua misericórdia, e estendeu esse mesmo ato a outras pessoas.
O Perdão é um ato da graça divina, e está alicerçado sobre a misericórdia, a bondade e a veracidade do Todo-Poderoso.
Perdoar segundo as Escrituras envolve atitude de legítima fé.
Significa doar-se a si mesmo, sem buscar retribuição.
Perdoar é dar amor quando o inimigo espera ódio; dar absolvição quando o ofensor merece castigo; dar compreensão quando agressor aguarda ira e vingança. [7]

Quando você perdoa, permite que Deus também anule as suas ofensas.
"Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai Celestial vos perdoará a vós" (Mt 6.14).
Além do perdão de Deus, você se livra de tensões, inabilidade para dormir e até doenças. O seu crescimento espiritual não é prejudicado, e aumenta a sua capacidade de amar o Senhor. Evita dúvidas sobre a sua salvação.
Você dá um belo testemunho aos outros. Este benefícios espirituais do perdão atingem tanto o perdoador como o perdoado. E o mais importante: o nome de Deus é exaltado entre os homens. [7]

1.1 - A Necessidade do Arrependimento
Ao ouvir a exposição da Palavra de Deus, o pecador é convencido através do Espírito Santo do estado em que se encontra, a pessoa toma conhecimento dos pecados praticados. A Palavra de Deus fala de uma forma tão forte, que a pessoa muda o coração.
O arrependimento é uma mudança de coração e mente que nos aproxima de Deus. O arrependimento inclui afastar-se do pecado e voltar-se para Deus para obter perdão.
Observe que Arrependimento, confissão e Perdão estão sempre andando juntos.
É necessário se arrepender, confessar e buscar o perdão :
"Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1Jo 1.9)

1.2 - A Necessidade da Confissão do Pecado para o Perdão
Do Arrependimento vem a Confissão e da Confissão vem o Perdão !
É necessário a confissão de pecados: "Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus" (Rm 3.23). 
No entanto: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar" (1Jo 1.9). 
Porém: "O que encobre as suas transgressões nunca prosperará" (Pv 28.13).

A Confissão de pecados é o ato de reconhecer e declarar abertamente o pecado praticado, vem logo após o arrependimento, é um mandamento bíblico e um pré-requisito para receber o perdão de Deus.
Davi Hoffmann: Do ponto de vista espiritual, a confissão proporciona libertação da culpa e da acusação, permitindo que a pessoa exerça todo o seu potencial tanto para sua vida pessoal, quanto para o serviço a Deus. Para a pessoa que confessa, traz alívio e paz, mas além disso, liberta a pessoa de qualquer laço espiritual, pois uma vez que confessamos nosso pecado, já não somos mais reféns daquele que nos acusa, o diabo.
 
1.3 - O Constante Pedido de Perdão
Mesmo depois de converter, o crente ainda pode cair em pecado, por isso vai o alerta bíblico para orar e estar em constante vigilância.
No momento da nossa conversão, no processo de regeneração (nascer de novo) ocorre a "santificação definitiva" que e à libertação instantânea do domínio do pecado por intermédio da maravilhosa graça de Jesus. O pecado não vai mais reinar em nosso corpo mortal (Rm 6.12).
Embora a pessoa regenerada por Cristo apresente transformações em sua vida, não obterá ainda a perfeição absoluta e necessitará da "santificação progressiva" que refere-se ao crescimento gradual do cristão em conhecimento e santidade, ou seja, a regeneração também dá a possibilidade do cristão progredir em santidade tanto em pensamentos como em ações, e o pecado não reinará mais em nós, mediante o arrependimento, confissão, pedido de Perdão e abandono do Pecado.

O pecado dificulta o relacionamento com Deus trazendo consequências ruins para nossa vida, por isso é necessário a pessoa se arrepender do pecado praticado, confessar e pedir o perdão e pedir ajuda de Deus para abandoná-lo.
Devemos confessar nossos pecados para Deus, todavia, muitas vezes além de cometer pecado contra Deus, também pecamos contra nossos irmãos, nesse caso, precisamos ir até nosso irmão ofendido e pedir perdão.

2 - O Credor Incompassivo

2.1 - O Perdão Exige Reciprocidade
"Assim vos fará também meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas" (Mt 18.35)
A "Parabola do Credor Incompassivo", ensina a forma de lidar com a ofensa e com o perdão.
Deus nos perdoa por intermédio de sua infinita graça, da mesma forma temos a responsabilidade de perdoar aqueles que nos ofendem.
Pedro queria saber quantas vezes deveria perdoar o irmão ofensor. Talvez tenha se sentido generoso ao sugerir: "Até sete?" (Mt 18.21).
Jesus fala que devemos perdoar setenta vezes sete (Mt 18.22), ou seja, na verdade Jesus está ensinando o perdão ilimitado, devemos perdoar quantas vezes forem necessárias com liberalidade e sinceridade.
Os servos do rei emprestavam dinheiro do tesouro imperial. No dia de prestar contas ao rei, identificaram um caso de um empréstimo de "dez mil talentos" (Mt 18.24) tratava-se de uma dívida impagável.
O servo que devia a dívida impagável, em reverência clamou por misericórdia e teve sua dívida perdoada.
No segundo quadro da parábola: O mesmo servo que teve sua dívida perdoada pelo rei, encontrou com seu conservo que lhe devia "cem dinheiros" ou "cem drenários". Contudo, aquele que teve sua dívida perdoada agora resolve ser absolutamente incompreensivo, recusando o perdão, lançando-o na prisão.
Os demais servos, ao sentirem-se revoltados pela atitude injusta do credor incompassivo, levaram o assunto até o conhecimento do rei (Mt 18.31).
O credor  incompassivo(incompreensivo)  acaba estão recebendo o castigo que merece por parte do rei (Mt 18.32-34)   [9]
     
2.2 - O Perdão excede a nossa compreensão de merecimento
O servo não merecia o perdão do rei, e nem o conservo merecia o perdão do servo que era seu credor, o perdão não se dá pelo merecimento.
Deus nos perdoou das nossas dívidas impagáveis não por merecimento, mas pela sua infinita misericórdia.
A mensagem que a parábola quer transmitir é unicamente o perdão de Deus e a obrigatoriedade que os homens têm em perdoar em função de Deus já tê-los perdoado [9]

2.3 - A nossa dívida era impagável
Por causa de nossos delitos e pecados contraímos uma dívida impagável para com Deus (Rm 6.23; 3.23).
O próprio Deus, providenciou uma forma para que pudéssemos "pagar" a nossa dívida, enviou seu filho unigênito para morrer em nosso lugar na cruz do calvário. Cristo verteu o sangue necessário para a remissão de nossos pecados.
A Bíblia nos assegura que "nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito (Rm 8.1). A misericórdia é uma marca do ensino e do ministério do Senhor Jesus. O perdão proporcionado por Deus, em Jesus, jamais poderia ser pago pela humanidade.
Se a misericórdia é uma marca do ministério de Cristo, deve ser também uma marca de seus seguidores. Assim, não podemos endurecer o coração para com aqueles que nos devem, uma vez que Jesus jamais agiu dessa maneira. A ênfase no juízo será proporcional à ênfase na misericórdia:
"Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; a misericórdia triunfa sobre o juízo" (Tg 2.13).

3 - Perdoai-vos uns aos outros

3.1 - Jesus ensina o caminho do Perdão
Elinaldo Renovato: Quando oramos o Pai Nosso, rogamos: "Perdoa as nossas dívidas (ofensas), assim como nós perdoamos aos nossos devedores (ofensores) (Mt 6.12). Muitos estão selando sua culpa com essa oração. Se quisermos que Deus nos perdoe, precisamos também perdoar a ofensa recebida [8]

3.2 - O Perdão é o caminho para cura do corpo e da alma
Quando concedemos o perdão, somos contemplados por toda sorte de bênçãos, vejamos:

(a) Cura espiritual
O verdadeiro perdão sara as feridas da alma e traz alívio e paz ao coração.

(b) Libertação
O verdadeiro perdão liberta o ofendido do peso da mágoa: ele abre mão de seus direitos contra o ofensor, e entrega-os a Deus. Só Ele absolve o devedor quando este confessa suas transgressões e as abandona (Pv 28.13).

(c) Saúde Psicofísica.
O verdadeiro perdão não somente restabelece nossa comunhão com Deus, como também dá saúde à alma, à mente, ao coração e ao corpo promovendo o perfeito equilíbrio entre o homem e o meio em que vive. [8]

Perdoar não é esquecimento, mas nós como cristãos devemos ter um espírito longânimo, quando vir a lembrança de uma ofensa de alguém em nossa memória, se verdadeiramente perdoamos, estaremos livres da ira, do ódio, da mágoa, do espírito de vingança e juízo:
"... porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais lembrarei dos seus pecados" (Jr 31.34)
Elinaldo Renovato: Ora, como pode ser isto? Deus é onisciente e não se lembra de algo? Na verdade, o versículo acima afirma que Deus não mais se lembra do juízo sobre o  pecador arrependido. A lembrança de fato não tem mais efeito negativo, pois Deus já perdoou ! [8] 
      
3.3 - O Perdão precede a Adoração
Antes de Adorar e antes de ofertar, é necessário ter paz com todos, caso contrário, Deus não ira receber nossa adoração e nossas ofertas, isso é bíblico. Se temos algo contra nosso irmão, devemos procurá-lo, e reconciliar com ele [Mt 5.23-24].

Jorge Linhares: É próprio do ser humano sentir o desejo de vingar-se quando é ofendido por alguém. O primeiro desejo de quem sofre uma ofensa é "pagar com a mesma moeda". Parece que isso trará um prazer como de uma conquista ou vitória. No entanto, tal pensamento não é coerente com o espírito cristão (Lc 9.52-55). Jesus proíbe o ato de vingança porque esse é sempre produzido pela ira. A Bíblia recomenda que a vingança pertence ao Senhor (Rm 12.19). O apóstolo Paulo em seus ensinos destaca que em lugar de vingança, o cristão deve povoar a mente e o coração (Fp 4.8) e, em outra ocasião, ele ressalta a necessidade do perdão (2Co 2.10-11).   [10]


Comentário 
Pr. Éder Tomé

Referências

[1] Bíblia Sagrada (ARC) – Sociedade Bíblica do Brasil - 4° edição - 2009
[2] Bíblia Sagrada King Jones – Atualizada – Fiel aos Originais
[3] Bíblia Sagrada (NTLH) - Linguagem de Hoje
[4] Revista Betel Dominical Adultos - 2T - 2024
[5] versículoscomentados.com.br
[6] Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal - CPAD
[7] Revista Discipulado - Mestre 2 - CPAD - Pág.46-51
[8] Revista Lições Bíblicas - Adulto - CPAD - 3T - 2003 - Pág.17
[9] Revista Lições Bíblicas - Adulto - CPAD - 4T - 2018
[10] Revista Lições da Bíblia - Central Gospel - Nro.5 - Ano 2