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sábado, 27 de agosto de 2022

Lição 11 - A Relevância do Discernimento

 

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Lei 9.610/98 (Direitos Autorais)

Nosso subsídio (comentário da lição) não é o mesmo conteúdo da revista Betel Dominical Adultos, é apenas um texto de auxílio complementar referente aos tópicos e subtópicos da lição. 

Introdução 

O texto de referência fica em Mateus 7:1-5
1 - Não julgueis, para que não sejais julgados. 
2 - Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.
3 - E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?
4 - Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?
5 - Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.

Havia comentado que podemos estruturar o estudo do sermão da Montanha em cinco grandes discursos, a saber: 
1 - As Bem-Aventuranças (Mt 5.3-12)
2 - Sal e Luz (Mt 5.13-16)
3 - Jesus é o cumprimento da Lei (Mt 5.17-48)
4 - Os Atos de Justiça (Mt 6.1-18)
5 - Declarações de Sabedoria (Mt 6.19 a Mt 7.27)
Sendo assim, nessa lição vamos continuar o estudo do quinto e último grande discurso de Jesus: Declarações de Sabedoria.

Nesta lição será abordado ensinos de Jesus concernente aos nossos relacionamentos pessoais. Trataremos a respeito do julgamento do próximo, falaremos sobre a Hipocrisia e o Discernimento entre o que é Digno e Indigno. Antes de adentrar no estudo propriamente dito, gostaria de deixar uma importante consideração:
Pr. Osiel Gomes: A Igreja é o corpo de Cristo, formada por Santos, porém humanos, imperfeitos e com dificuldades nos relacionamentos por isso estamos sujeitos a enfrentar contendas e disputas (1Co 1.11,12) [8]

1 - Discernimento entre o Certo e o Errado
Primeiramente Jesus nos ensina a examinar nossas atitudes quando nos colocamos na posição de julgamento de alguém.
Como você encara as falhas dos outros? 
Você também se reconhece um pecador? 
Compete a nós, seres imperfeitos e falhos, nos colocarmos em uma posição de julgamento? 

1.1 - Não Julgueis
Os líderes religiosos procuravam ter uma aparência externa perfeita diante das pessoas com a motivação de receber elogios.
Esses mesmos líderes religiosos, destacando os fariseus, julgavam com hipocrisia o seu próximo, fazendo julgamento censurador e injusto.
Jesus enfatizou bem esta questão:
"Não julgueis, para que não sejais julgados." (Mt 7.1)
Pr. Osiel Gomes: Somente o Senhor, que é conhecedor de todas as coisas, tem autoridade para julgar suas criaturas. Deus é justo juiz (2Tm 4.8) e toda avaliação pertence somente a Ele. O crente cheio do Espírito Santo é misericordioso, não julga os outros precipitadamente e procura viver como "sal" e "luz" do mundo [8]
Bp. Abner Ferreira: Comumente, as mesmas características que nos aborrecem nos outros são a que temos. Jesus nos ensina que devemos examinar nossas motivações e nossa conduta em vez de julgar o próximo. [4]
Quando o profeta Natã foi ter com Davi para revelar suas iniquidades (Adultério e homicídio) contou a história de um viajante que matou a única ovelha de um homem pobre. Nesse episódio, Davi faz um juízo exagerado desse viajante condenando-o a pena de morte (2Sm 12.5), todavia, Davi  estava escondendo seus próprios erros ainda mais graves, até que foi desmascarado pelo profeta Natã que afirmou que o viajante era o próprio rei Davi. É justamente isso que Jesus está combatendo em seu ensino, o julgamento hipócrita, censurador e injusto.

1.2 - Quem Julga será Julgado
"Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós." (Mt 7.2)

Compete a nós, seres imperfeitos e falhos, nos colocarmos em uma posição de julgamento?
Durante o seu ministério Jesus julgou as pessoas, exemplos:
1 - Julgou as pessoas que desprezavam e escarneciam do evangelho, afirmando que essas pessoas  procediam como cães e porcos (Mt 7.6).
2 - Julgou os lideres religiosos, quando chamou os fariseus e escribas de hipócritas.
Apóstolo Paulo fez julgamento dos cristãos de Corinto e outras igrejas:
"Porque, que tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro?" (1Co 5.12)
"Os quais (os judeus) também mataram o Senhor Jesus e os seus próprios profetas, e nos têm perseguido; e não agradam a Deus, e são contrários a todos os homens." (1Ts 2.15)
"Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo." (1Jo 4.1)
Pr. Osiel Gomes: Muitas passagens bíblicas mostram que o julgamento envolvendo uma pessoa não pode ser desprezado, porém, é preciso ter em mente que não somos Jesus, o qual tinha conhecimento pleno da natureza humana (Jo 2.24-25). [8]
Se somente Jesus está apto para julgar alguém por deter o conhecimento pleno da pessoa, devemos ter responsabilidade para fazer julgamentos. Não devemos fazê-lo baseado somente no superficial, observando somente a aparência pessoal, fazendo falso rumores, praticando um falso testemunho contra a pessoa, mesmo porque, na mesma medida que julgamos seremos julgados.
Pr. Osiel Gomes: Jesus não espera dos crentes perfeição. Contudo, Ele exige que os súditos do seu reino sejam éticos e misericordiosos [8]
"Sede, pois misericordiosos como também vosso Pai é misericordioso" (Lc 6.36)
 
1.3 - O Autocontrole no Julgamento
Os judeus tinham o hábito de julgar, e faziam isso com hipocrisia, ou seja, julgavam sem observar a própria conduta que as vezes era pior do que o  erro da pessoa a quem estava julgando, por isso Jesus enfatizou:
"E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?" (Mt 7.3-4).
A advertência aqui, é tenha o Autocontrole no Julgamento, ou seja, olhe para si antes de julgar, guarde da precipitação ao apontar e divulgar defeitos de outras pessoas:
"Guarda a tua língua do mal, e os teus lábios de falarem o engano" (Sl 34.13) "De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim" (Tg 3.10).
Bp Abner Ferreira: Devemos examinar nossas motivações e nossa conduta em vez de julgar o próximo. [4]

2 - Discernindo a Natureza das Coisas
As pessoas julgam as outras por uma visão externa, pela aparência e quase sempre de maneira superficial. E a Bíblia mostra em várias passagem sobre esta questão, vejamos:
"Vocês observam apenas a aparência das coisas..." (2Co 10.7)
Albert Barnes: Não há duvida de que os irmãos da Igreja de Corinto se valorizavam em suas vantagens externas e reivindicaram uma honra especial na obra do ministério, porque eram superiores em aparência pessoal, em categoria, maneiras ou eloqüência em relação a Paulo. Paulo os repreende por julgá-los e assegura-lhe que esse não era um critério adequado para determinar qualificações para o ofício apostólico [5]
Apóstolo Paulo no mesmo capítulo, reforça a advertência afirmando que somente Deus conhece as pessoas por completo:
"Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos daquele a quem havemos de prestar contas." (2Co 10.10).

O profeta Samuel, cometeu o mesmo erro quando foi ungir o novo rei de Israel na casa de Jessé. Quando viu Eliabe, homem de aparência, boa estatura, achou que esse é que seria ungido, porém Deus, o advertiu:
"Porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração" (1Sm 16.7b)

2.1 - O Argueiro e a Trave
"E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?" (Mt 7.3)

Argueiro
Argueiro é um cisco, qualquer substância leve como palha seca, lasca de madeira, grama ou algum grão. Algumas versões bíblicas aparece como mote. [5]

Viga
Viga é um grande pedaço de madeira.

Albert Barnes: No versículo, percebemos um objeto extremamente pequeno (argueiro) e outro grande (viga). O significado é que "somos muito mais rápido e perspicazes em julgar ofensas pequenas nos outros do que em ofensas muito maiores em nós mesmos". Discernimos muito mais rapidamente um cisco nos olhos de outro do que um pedaço de madeira fincado no nosso próprio olho. Um proverbio muito frequente para os judeus era "uma pequena falha em nosso vizinho, vemos mais facilmente do que uma grande falha  em nós mesmos." [5] 

Joseph Benson: Com que cara você se compromete a reprovar os outros por falhas menores, enquanto você é culpado por uma falha muito maior e não é sensível a eles, nem tem integridade para corrigi-los? Tu hipócrita, primeiro lança fora a trave de seu olho. É mera hipocrisia fingir zelo para acabar com o defeito dos outros quando não temos nenhum zelo para acabar com os nossos próprios defeitos. Corrija, portanto, os erros do seu julgamento e as enormidade da vida. E então, quando o que atrapalhou a sua visão for removido, você verá claramente o argueiro do seu irmão, e poderá tentar julgá-lo com mais decência e uma maior probabilidade de sucesso. [5]


Bp. Abner Ferreira [4]

Bp. Abner Ferreira: Somos por natureza tendenciosos, arbitrários e subjetivos em nossos julgamentos [4]

2.2 - Vencendo a Hipocrisia
Em várias passagens bíblicas, notamos Jesus combatendo a hipocrisia dos lideres religiosos de sua época. Os fariseus só enxergavam os defeitos e falhas dos outros, mas não olhavam para suas próprias vidas, eram incapazes de enxergar seus pecados.
Até nos dias atuais vemos muitos julgando e apontando pecados alheios, e o fazem com maestria; os que mais atuam dessa forma, são os que mais negligencia os seus pecados que por vezes são até mais graves. 
Essa hipocrisia é combatida por Jesus !

Bp. Abner ferreira, foi cirúrgico ao pontuar duas características do Hipócrita na nossa lição, a saber:
1 - O hipócrita não reconhece o seu próprio pecado, que é maior que o pecado alheiro
2 - O hipócrita finge justiça ou interesse espiritual, ordenando que os outros endireitem suas vidas [4]

2.3 - O Perigo de não ter Discernimento
"Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas." (Mt 7.6)

Cães
Albert Barnes: Cães significa pessoas que desprezam, se opõem e abusam dessa doutrina; pessoas de azedume especial e malignidade de temperamento, que o enfrentam como grunhidos e maldições Briguentas [5]; 

Porcos
Albert Barnes: Suínos denotam aqueles que pisariam os preceitos sob os pés; pessoas de impureza da vida; aqueles que são corruptos, poluídos, profanos, obscenos e sensuais; aqueles que não conheceram o valor do evangelho, e que pisariam como porcos.

Pérolas
Albert Barnes: Pérolas são pedras preciosas encontradas em mariscos, principalmente na Índia, nas águas que circundam o Ceilão. As Pérolas são utilizadas em uma narrativa para denotar algo especialmente precioso, Nesse versículo Pérolas está sendo usada para denotar as doutrinas do evangelho [5]. "Outrossim o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas; e, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a." (Mt 13.45,46)

Concluindo o Entendimento de Mateus 7.6
Albert Barnes: O significado desse provérbio, então, é: não ofereça sua doutrina àquelas pessoas violentas e abusivas que rosnariam e amaldiçoariam você; nem àqueles especialmente aviltados e esbanjadores que não perceberiam seu valor, o pisoteariam e abusariam de você. Enquanto os cães rasgam as doutrinas do evangelho, os  porcos pisam nas doutrinas do evangelho. [5]
John Calvin: Nesse versículo Cristo lembra os apóstolos e, por meio deles, todos os mestres do Evangelho, a reservar o tesouro da sabedoria celestial somente aos filhos de Deus, e não a expor a desprezadores indignos e profanos da sua Palavra. Mas aqui surge uma pergunta: pois depois Jesus ordenou a pregar o Evangelho a toda criatura (Mc 16.15), como é isso? o evangelho deve ser anunciado a todos pois não sabemos distinguir os filhos de Deus dos porcos, todavia, em dado momento os homens depravados, destituídos do temor de Deus e da verdadeira piedade responderão a mensagem se manifestando com um endurecido desprezo a Deus, esses são os cães e porcos, Jesus ensina não insistir com eles. O remédio da salvação deve ser oferecido a todas as pessoas, até que eles o tenham rejeitado, a fim de tornar evidente que eles são reprovados e autocondenados (aqui identificados como cães e porcos). [5]

"Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada voltou a revolver-se na lama." (2 Pe 2.22)
Adam Clarke: O provérbio "O cão voltou ao seu próprio vômito" é um provérbio judeus citado em Provérbios 26.11 que diz: "Como o cão volta ao seu vômito, assim o tolo repete a sua tolice".  Já o provérbio "a porca lavada voltou a revolver-se na lama" parece originar de um provérbio grego que tem algo parecido que diz "Vá e raciocine com o suíno, para que ele não seja enrolado na lama". O fato é que o cão comerá seu próprio vômito e o porco, mesmo que cuidadosamente lavado, voltará a sujar-se na lama. 
Conforme aplicado aqui, é muito expressivo: o pobre pecador, tendo ouvido o Evangelho de Cristo, foi levado a detestar e rejeitar seu pecado; e, em seu pedido a Deus por misericórdia, foi lavado de sua injustiça. Mas ele é aqui representado como retomando o que antes rejeitou e contaminando a si mesmo naquilo de que foi purificado. [6]

Bp. Abner ferreira, foi cirúrgico ao classificar duas coisas relacionadas a pregação do evangelho:
1 - A verdade não deve ser imposta aos rebeldes que a rejeitam
2 - As coisas santas não devem ser dadas ao que buscam os defeitos dos outros. [4]

3 - Discernindo entre o Digno e o Indigno

3.1 - Os Cães
Albert Barnes: Cães significa pessoas que desprezam, se opõem e abusam dessa doutrina; pessoas de azedume especial e malignidade de temperamento, que o enfrentam como grunhidos e maldições Briguentas [5]; 
John Wesley: Não fale das coisas profundas de Deus àqueles que você sabe que estão afundando no pecado, nem declare as grandes coisas que Deus fez por sua alma aos desgraçados profanos, furiosos e perseguidores. Não fale de perfeição aos cães, não dê sua experiência para os porcos. Jesus, de maneira alguma, nos proíbe de reprovar, tantos os cães como os porcos [5]

3.2 - Os Porcos
Albert Barnes: Suínos denotam aqueles que pisariam os preceitos sob os pés; pessoas de impureza da vida; aqueles que são corruptos, poluídos, profanos, obscenos e sensuais; aqueles que não conheceram o valor do evangelho, e que pisariam como porcos. [5]

Bp. Abner Ferreira [4]
      
3.3 - As Pérolas
Albert Barnes: Pérolas são pedras preciosas encontradas em mariscos, principalmente na Índia, nas águas que circundam o Ceilão. As Pérolas são utilizadas em uma narrativa para denotar algo especialmente precioso, Nesse versículo Pérolas está sendo usada para denotar as doutrinas do evangelho [5].

Bp. Abner Ferreira [4]

Comentário 
Pr. Éder Tomé

Referências

[1] Bíblia Sagrada (ARC) – Sociedade Bíblica do Brasil - 4° edição - 2009
[2] Bíblia Sagrada King Jones – Atualizada – Fiel aos Originais
[3] Bíblia Sagrada (NTLH) - Linguagem de Hoje
[4] Revista Betel Dominical Adultos - 3T - 2022
[5] versículoscomentados.com.br
[6] bibliaplus.org 
        https://www.bibliaplus.org/pt/commentaries/7/comentario-biblico-de-adam-clarke/2-pedro/2/22
[7] Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, Págs. 1397, 1398
[8] Revista Lições Bíblicas - 2T - 2022



sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Lição 10 - A Solicitude da Vida

 

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Lei 9.610/98 (Direitos Autorais)

Nosso subsídio (comentário da lição) não é o mesmo conteúdo da revista Betel Dominical Adultos, é apenas um texto de auxílio complementar referente aos tópicos e subtópicos da lição. 

Introdução 

O texto de referência fica em Mateus 6:25-27
25 - Por isso, vos digo: não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestido?    
26 - Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai Celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?
27 - E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?

Havia comentado que podemos estruturar o estudo do sermão da Montanha em cinco grandes discursos, a saber: 
1 - As Bem-Aventuranças (Mt 5.3-12)
2 - Sal e Luz (Mt 5.13-16)
3 - Jesus é o cumprimento da Lei (Mt 5.17-48)
4 - Os Atos de Justiça (Mt 6.1-18)
5 - Declarações de Sabedoria (Mt 6.19 a Mt 7.27)
Sendo assim, nessa lição vamos continuar o estudo do quinto e último grande discurso de Jesus: Declarações de Sabedoria.

Nesta lição, trataremos com mais profundidade do que a lição passada, sobre a questão da ansiedade e o cuidado de Deus para conosco.

1 - Combatendo a Ansiedade
Como cristãos não podemos viver preocupados demasiadamente com os bens materiais. Jesus nos ensina que a ansiedade quanto ao dia de amanhã é desnecessária. 

1.1 - Não andeis Ansiosos


Para os ímpios a vida consiste em comer, beber e vestir-se, não deve ser assim a vida dos cristãos. Comentamos na aula passada que a pessoa que somente se preocupa com coisas perecíveis não reserva tempo para sua vida espiritual.

Bp. Abner Ferreira [4]

1.2 - A Vida é mais que o Mantimento
A vida é mais do que comer, beber e vestir-se. 
Como existimos nesse corpo, precisamos de comida, bebida e abrigo para nos mantermos vivos, todavia, não devemos viver só para suprir nossas necessidades materiais, nos afastando da quietude. O comer, beber e vestir-se não pode estar em nosso coração acima da nossa fome e sede de justiça.
Adam Clarke: Como o corpo tem seus apetites naturais de fome e sede pela comida e bebida, a alma também tem ... assim como o corpo depende da nutrição, saúde e força da terra, o mesmo acontece com a alma. As coisas celestiais não podem sustentar o corpo; eles não são adequados à sua natureza; as coisas terrenas não podem sustentar a alma, pela mesma razão. Quando a sensação desconfortável denominada fome ocorre no estômago, sabemos que devemos obter comida ou perecer. Quanto a alma é despertada para um tempo tenso de suas necessidades e começa a ter fome e sede de justiça ou santidade, que é seu alimento adequado, sabemos que deve ser purificada pelo Espírito Santo e ser participante do pão vivo [João 8:48]. [4] 

A necessidade de mantimento para preservar nossa vida terrena (corpo) não deve nos levar a privação ou renuncia pela nossas necessidades espirituais (alma) e nem ao contrário.
Bp. Abner Ferreira: Ao afirmar que a vida é mais que o mantimento, Jesus não exige a absoluta abstenção de uma e a exclusiva busca de outra. [4]

Bp. Abner Ferreira [4]

"Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos" (Mt 5:6)
Albert Barnes: Fome e sede, aqui, expressam forte desejo, Nada expressaria melhor o forte desejo que devemos sentir em obter justiça do que fome e sede. Um desejo ardente por qualquer coisa é frequentemente representado nas Escrituras por fome e sede [4], exemplo : "A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?" (Sl 42:2)
Que nosso desejo pelas coisas espirituais supere em muitos os desejos pelas coisas terrenas.
 
1.3 - Olhai para as aves do Céu

Bp. Abner Ferreira [4]

O primeiro ponto que devemos observar do texto de Mateus 6.26, é que Jesus não está incentivando ninguém a preguiça:
"Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto, que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também" (2Ts 3:10).

Aqui Jesus está nos ensinando para contemplar a provisão dEle através dos pássaros:  "Não tende vós muito mais valor do que elas? (Mt 5.26) , ou seja, a vida do seres humanos são mais importantes que as dos pássaros, portanto, Deus as proverá.

Albert Barnes: "Olhai para as aves dos céus" é um argumento de confiança na providência de Deus que deriva de uma bela referência às aves... Veja, disse o Salvador, veja as aves do céu: eles não têm ansiedade quanto ao suprimento de suas necessidades; eles não semeiam nem colhem; eles enchem o bosque de música, e encontram a luz da manhã que vem com seus cânticos; e derramam suas notas nos zéfiros das noite, sem preocupação com o suprimento de suas necessidades; mas quão poucos morrem de fome! Quão alegremente e regularmente são supridas as suas necessidades! Você, disse o Salvador a seus discípulos, é mais importante do que eles; e Deus os alimentará em tais números ... Confie, então, naquele Pai Universal que alimenta todas as aves do céu, e não temas que Ele também suprirá suas necessidades. [4]

2 - A Ansiedade para nada é Proveitosa
A Ansiedade é a antecipação de uma preocupação futura.
As preocupações ocasionais são normais, mas quem tem ansiedade se preocupa de uma forma mais intensa, mesmo quando não há uma razão clara para isso, ela é caracterizada por medo, apreensão, mal-estar, desconforto e insegurança. 
A pessoa ansiosa pode desenvolver: Insônia, medo irracional (sentimento esmagador, perturbador e desproporcional ao risco real envolvido), tensão muscular, problemas digestivos, problemas cardiovasculares, alergias, doenças autoimunes, câncer, disfunções hormonais, Burnout, TAG - Transtorno de ansiedade generalizada, pânico, fobias, depressão, dentre outras... [9]

2.1 - A Vida não permite Acréscimos
"E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?" (Mt 6.27)
Pr. Osiel Gomes: Não viva inquieto, preocupado, em aflição, gastando suas energias naquilo que pode prejudicar sua saúde. Devemos viver sossegados e quietos confiando no Todo-Poderoso, pois não podemos modificar ou acrescentar nada com as nossas preocupações [8] 

"Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas um só é necessária" (Lc 10.41)
Pr. Osiel Gomes: Não podemos viver como Marta, que poderia estar aos pés de Jesus, mas optou andar distraída em muitos serviços. Quando não temos equilíbrio, a preocupação e o serviço em excesso roubam a nossa comunhão com Deus. Precisamos trabalhar e servir ao Senhor, mas jamais podemos nos esquecer de que a nossa tarefa mais importante é a nossa devoção e adoração a Ele. [8]

2.2 - A Ansiedade é Cega

Bp. Abner Ferreira [4]

"E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam; E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles." (Mt 6.28-29).
Pr. Osiel Gomes: Jesus nos ensina que Deus cuida das aves e dos lírios do campo, de modo que nem mesmo Salomão, com toda a sua riqueza, se vestiu como qualquer um deles. As lindas flores são transitórias, efêmeras, logo se tornaram inexistentes, mas se o cuidado divino está direcionado para essas pequenas coisas, não cuidará Ele dos seus filhos? Para viver a quietude, o crente precisa buscar o Reino de Deus e sua justiça (Mt 6.33). [8]

2.3 - A Ansiedade é Incrédula
"Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?" (Mt 6.31)
Pr. Geremias do Couto: Jesus reprova a ansiedade ou a preocupação angustiosa da pessoa, revelando sua falta de fé no cuidado e no amor paterno de Deus (Ez 34.12; 1Pe 5.7) [6]

Bp. Abner Ferreira [4]

3 - Vencendo a Ansiedade

3.1 - O Pai conhece as nossas Necessidades
Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai Celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas;" (Mt 6.32)
Albert Barnes: Aqueles destituídos das verdadeiras doutrinas da religião, e não familiarizados com a devida dependência da Divina Providência, tornam sua principal ansiedade, a busca pela comida e roupas. Mas, você, que conhece o seu Pai no céu; Quem sabe que Ele suprirá suas necessidades, não deve ficar ansioso. Busque primeiro Seu reino; procure primeiro ser justo e interessar-se por Seu favor, e todas as coisas necessárias serão adicionadas a você. Ele tem controle sobre todas as coisas e pode lhe dar o que você precisa. Ele lhe dará o que julgar melhor para você. [5]
Adam Clarke: Uma razão contra a solicitude sobre o futuro é que nos preocupamos com nossos desejos ou necessidades com ansiedade, como se não houvesse providência... e sem orar a Deus ou consultar sua vontade, como se pudéssemos fazer alguma coisa sem ele; isso é imitar o pior tipo de pagão, que vive sem esperança e sem Deus no mundo, [5]

3.2 - Estabelecendo Prioridades
"Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6.33).
Aqueles que seguem a Cristo são conclamados a buscar acima de tudo, o reino de Deus e a sua justiça. O verbo "buscar" subentende estar continuamente ocupado com a busca de alguma coisa, ou fazendo um esforço vigoroso e diligente para obter algo. Cristo menciona dois objetos da nossa busca:
(1) "O Reino de Deus" - Devemos buscar diligentemente a demonstração da soberania de Deus em nossa vida e em nossas reuniões. Devemos orar para que o reino de Deus se manifeste no grandioso poder do Espírito Santo para salvar pecadores, para destruir a influência demoníaca, para curar os enfermos e para engrandecer o nome do Senhor Jesus.
(2) "Sua Justiça" - Com a ajuda do Espírito Santo, devemos procurar obedecer aos mandamentos de Cristo, ter a sua justiça, permanecer separados do mundo e demonstrar o seu amor para com todos. [7]

Nosso foco principal como crentes é viver para Cristo e tornar sua prioridade (O Reino de Deus) a nossa também. Quando assim fazemos, a vida em todas as suas ocupações pode ser vivida para a glória de Deus, o que resulta em nosso bem. Quando a vida fica difícil e até dolorosa, roupas e alimentos não são suficientes, mas o nosso Pai Celestial está sempre pronto para ajudar em nosso tempo de necessidade (Sl 46.1) [10]
      
3.3 - Basta a cada dia o seu Mal
"Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal" (Mt 6.34)
Pr. Osiel Gomes: Mesmo em tempos difíceis, não podemos viver preocupados e ansiosos, pois temos um Deus que tem cuidado de nós, suprindo as nossas necessidades (Sl 23.1). Ele já nos concedeu a salvação e proverá tudo de que precisamos. [8]
Pr. Geremias do Couto: A preocupação com o amanhã aparece como uma das causas para justificar a ambição pelas riquezas, na expectativa de termos um futuro bem assegurado. É óbvio que todas essas coisas não são indispensáveis, mas o que o Senhor condena é o fato de elas tomarem o lugar de Deus em nossa vida e se tornarem a fonte de nossa maior preocupação, pois via de regra é por aí que as riquezas acabam tornando-se o nosso algoz.
 

Comentário 
Pr. Éder Tomé

Referências

[1] Bíblia Sagrada (ARC) – Sociedade Bíblica do Brasil - 4° edição - 2009
[2] Bíblia Sagrada King Jones – Atualizada – Fiel aos Originais
[3] Bíblia Sagrada (NTLH) - Linguagem de Hoje
[4] Revista Betel Dominical Adultos - 3T - 2022
[5] versículoscomentados.com.br
[6] Revista Lições Bíblicas - 2T - 2001
[7] Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, Págs. 1397, 1398
[8] Revista Lições Bíblicas - 2T - 2022
[9] The Lancet, Zenklub, Saúde Interior
[10] Bíblia Além do Sofrimento, RJ, CPAD, 2020, Pág. 1415)