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Introdução
Texto de Referência :
Êxodo 18.21-24
21 - E tu, dentre todo o povo, procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinquenta e maiorais de dez.
22 - Para que julguem este povo em todo o tempo, e seja que todo negócio grave tragam a ti, mas todo negócio pequeno ele o julguem; assim, a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo.
23 - Se isto fizeres, e Deus to mandar, poderás então subsistir; assim também todo este povo em paz virá ao seu lugar.
24 - E Moisés deu ouvidos à voz de seu sogro e fez tudo quanto tinha dito.
1 - Conhecendo Jetro
Quem era esse notável personagem bíblico mencionado no livro de Êxodo de nome Jetro ? Vejamos :
1. Sogro de Moisés
Ele deu sua filha, Zípora, em casamento a Moisés, após este fugir do Egito e se estabelecer na terra de Midiã (Êxodo 2:21). Moisés trabalhou como pastor para Jetro por 40 anos antes de ser chamado por Deus na sarça ardente.
2. Sacerdote de Midiã
A Bíblia o identifica como líder religioso e influente entre o povo midianita, um povo nômade da região (Êxodo 3:1).
3. Também Conhecido como Reuel
Em algumas passagens, ele é chamado de Reuel (Êxodo 2:18), que pode ser seu nome original ou um título, pois significa "Amigo de Deus".
4. Conselheiro Sábio
Seu momento de maior destaque é em Êxodo, capítulo 18, quando ele visita Moisés no deserto. Ao observar Moisés tentando julgar todas as questões do povo de Israel sozinho, Jetro lhe deu um conselho crucial.
Moisés, o libertador, humildemente acata o conselho de seu sogro, transcende a narrativa bíblica e se estabelece como a fundação de todo bom governo: a necessidade de organização hierárquica e a sabedoria de capacitar outros para garantir que a liderança seja sustentável e acessível a todos.
1.1 - Maior que Todos os deuses
"E Moisés contou a seu sogro todas as coisas que o SENHOR tinha feito a Faraó e aos egípcios por causa de Israel, e todas as aflições que lhes sobrevieram no caminho, e como o SENHOR os livrará" (Êx 18:8)
Este versículo estabelece o tom do diálogo. Moisés, o líder e profeta, não se vangloria de suas próprias proezas, mas se concentra em dar o crédito total a Deus (o SENHOR).
Moisés age como uma testemunha da obra de Deus, relatando a um não-israelita (Jetro era um sacerdote midianita) as maravilhas do Deus de Israel, o Maior de todos dos deuses.
Moisés narra uma história em três partes:
1. Ação Divina contra os Inimigos
O que o Senhor fez a Faraó e aos egípcios (as pragas e o Mar Vermelho)
2. As Dificuldades Humanas
As "aflições" e provações que o povo enfrentou no caminho (a murmuração, a falta de água e comida).
3. A Solução Divina (O livramento)
A intervenção final do SENHOR, que sempre proveu o livramento.
"E alegrou-se Jetro de todo o bem que o SENHOR tinha feito a Israel, livrando-o da mão dos egípcios" (Êx 18.9)
É notável que a alegria de Jetro não se limita ao fato de seu genro ter se tornado um líder poderoso. Sua satisfação vem do bem que o SENHOR demonstrou para com o povo de Israel, livrando-o da opressão.
Este versículo ilustra a capacidade de um forasteiro (um gentio, ou não-israelita) de reconhecer e se regozijar com a graça e o poder de Deus de Israel, um tema que ressoará em toda a Bíblia.
"E disse Jetro: Bendito seja o SENHOR, que vos livrou da mãos dos egípcios e da mão de Faraó; que livrou a este povo de debaixo dos egípcios. Agora sei que o SENHOR é maior que todos os deuses, porque naquilo em que se ensoberbeceram, os sobrejujou" (Êx 18.10-11).
Aqui está o ponto central da passagem:
1. Bênção e Louvor
Jetro inicia com um louvor direto: "Bendito seja o SENHOR". Ele reconhece Deus como a fonte exclusiva do livramento, do resgate que foi completo e total.
2. Confissão de Soberania
Jetro faz uma poderosa declaração teológica: "Agora sei que o SENHOR é maior que todos os deuses". Isso implica que, embora Jetro fosse um sacerdote em Midiã e provavelmente adorasse a Deus de alguma forma; ouvir o testemunho direto e ver as provas concretas do poder divino o levaram a um entendimento e convicção com mais profundidade.
3. O Triunfo sobre a Arrogância
A razão final para essa confissão é dada: "porque naquilo em que se ensoberbeceram, os sobrepujou". O ponto de honra de Faraó e dos egípcios era seu poder e arrogância. Deus não apenas os derrotou, mas o fez no auge de sua soberba, mostrando que Sua autoridade é suprema e incontestável. Jetro viu na queda dos arrogantes egípcios a prova irrefutável da superioridade do Deus de Israel sobre qualquer outra divindade ou poder humano.
1.2 - Jetro, o Bom Conselheiro
"Não é bom o que fazes. Totalmente desfalecerás, assim tu como este povo que está contigo; porque este negócio é mui difícil para ti" (Êx 18.17-18)
Moisés havia tirado o povo do Egito e agora conduzia Israel pelo deserto, julgando todas as causas do povo sozinho (Êx 18:13-16).
Jetro, seu sogro, percebeu que aquilo era insustentável, e deu conselho para Moisés descentralizar e compartilhar a responsabilidade.
1. "Não é bom o que fazes"
Moisés tinha zelo, mas estava sobrecarregado. Perceba que nem sempre o zelo e a boa intenção significam boa administração.
A liderança exige discernimento para não carregar peso sozinho.
2. "Assim, tu totalmente desfalecerás"
O excesso de carga leva ao desgaste físico, emocional e espiritual. Nenhum líder é autossuficiente.
A fadiga poderia comprometer a missão de Moisés e a saúde do povo.
3. "Porque este negócio é muito difícil para ti, tu só não o podes fazer"
O líder precisa reconhecer a limitação humana.
Deus nunca chamou um líder para agir isoladamente.
A liderança bíblica é compartilhada (Atos 6.1-7; Ef 4:11-12)
Lições Práticas
(a) Reconheça seus limites
Assim como Moisés, precisamos admitir que não conseguimos fazer tudo sozinhos.
(b) Delegue Responsabilidades
Um líder sábio forma outros líderes (2Tm 2:2)
(c) Cuide de si e do povo
O esgotamento do líder afeta toda a comunidade
(d) Busque conselhos sábios
Jetro foi instrumento de Deus para orientar Moisés
1.3 - Jetro diz o que fazer
"E tu dentre todo o povo procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que odeiem a avareza; e pôe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinquenta, e maiorais de dez" (Êx 18.21)
"Para que julguem este povo em todo o tempo; e seja que todo o negócio grave tragam a ti, mas todo o negócio pequeno eles o julguem; assim a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo" (Êx 18.22)
Jetro, sogro de Moisés, orienta-o a estabelecer líderes auxiliares, parece-nos que aqui surge o primeiro esboço de uma organização administrativa e judicial no meio do povo de Deus.
Estes versículos mostram que a liderança sábia é baseada em caráter, organização e cooperação.
1. Características dos líderes escolhidos
Jetro cita quatro princípios que pesa mais que o talento :
(a) Homens capazes (competentes, com habilidades práticas)
(b) Tementes a Deus (para garantir justiça e retidão)
(c) Homens de verdade (íntegros, firmes na palavra, confiáveis)
(d) Que aborreçam a avareza (livres de corrupção, que não governem por interesse)
2. Estrutura Organizacional
(a) Líderes em diferentes níveis: mil, cem, cinquenta e dez
(b) Mostra organização, hierarquia e distribuição equilibrada de funções
(c) Cada grupo tinha um responsável, facilitando o cuidado com todos
3. Funções desses líderes
(a) Julgar o povo em todo o tempo (proximidade com a comunidade)
(b) Assuntos pequenos (resolvidos pelos líderes locais)
(c) Assuntos graves (levados a Moisés)
Perceba que essas atribuições permitia decisões mais rápidas e menos desgaste.
4. Efeito prático
(a) Alívio para Moisés (ele não ficaria sobrecarregado)
(b) Participação do povo (todos se sentiriam cuidados)
(c) Unidade e ordem (o peso da liderança era compartilhado)
Lições Práticas
(a) Liderança exige caráter mais do que habilidade
Deus procura pessoas fiéis, não apenas talentosas
(b) Delegar é bíblico
Centralizar tudo em uma pessoa enfraquece a missão
(c) Trabalho em equipe é essencial
A obra de Deus é sustentada quando cada um exerce sua função
(d) Organização evita confusão
Estrutura não é falta de espiritualidade, mas expressão de sabedoria
2 - Aprendendo a Ouvir
O Insensato não ouve, o Sábio sabe ouvir
"O caminho do insensato parece reto aos seus próprios olhos, mas o sábio ouve os conselhos" (Pv 12:15 - NAA)
Este versículo traz um contraste da atitude do insensato (tolo) com a atitude do sábio, observemos :
O Insensato
Ao escrever que "O Caminho do insensato parece reto aos seus próprios olhos", Salomão descreve a característica central da tolice: a autoconfiança cega e o orgulho.
O Insensato não questiona suas próprias ações ou pensamentos; ele tem uma visão distorcida de si mesmo e de suas escolhas. Essa convicção própria o isola e o impede de reconhecer que pode estar errado, levando-o a persistir em erros que outros veem claramente. O insensato não sabe ouvir outros e além de errar, também não sabe que erra.
O Sábio
Ao escrever que "o sábio ouve os conselhos", Salomão descreve a característica de uma pessoa sábia: reconhece que não é infalível, reconhece seus limites e a possibilidade da cegueira pessoal.
O Sábio tem a humildade de valorizar a perspectiva de outras pessoas, especialmente aquelas que são sábias, experientes ou que falam a verdade (o bom conselho). O ato de "ouvir" aqui implica não apenas escutar, mas dar atenção, considerar, e até mesmo acolher e aplicar o conselho.
Na Multidão de conselhos existe segurança
"Não havendo sábia direção, o povo cai, mas na multidão de conselhos existe segurança" (Pv 11:14)
Salomão aborda a importância da orientação e dos conselhos para que haja segurança e firmeza, especialmente no âmbito coletivo (povo, nação, liderança).
Onde não há orientação sábia (baseada na justiça, temor a Deus e prudência), o resultado inevitável é o fracasso ou a ruína.
Isso se aplica tanto a nações (um povo sem bons líderes), quanto a igrejas (sem liderança espiritual saudável) e até à vida pessoal (decisões tomadas sem sabedoria resultam em queda).
A Bíblia valoriza o aconselhamento coletivo, a consulta a pessoas maduras e experientes. Não significa simplesmente quantidade de vozes, mas conselhos sábios, provenientes de pessoas justas e tementes a Deus. Isso gera segurança, isto é, firmeza e estabilidade para avançar.
Lições Práticas
(a) Para a liderança da igreja
Um pastor ou líder não deve governar sozinho; é sábio ouvir presbíteros, diáconos, irmãos experientes, pois na multidão de conselhos há firmeza
(b) Para a família
Decisões importantes não devem ser tomadas de forma isolada. É bênção buscar conselhos de pais, cônjuges, irmãos na fé
(c) Para a vida pessoal
Evitar agir por impulso. Buscar orientação bíblica e de pessoas sábias antes de decidir traz proteção contra quedas.
(d) Para a sociedade
Um povo com governantes ímpios ou sem sabedoria sofre; mas quando líderes se cercam de conselheiros prudentes, há estabilidade e progresso.
Provérbios 11:14 ensina que ninguém é autossuficiente. O caminho da soberba leva à queda, mas a sabedoria de ouvir conselhos e buscar direção garante segurança.
Assim como Salomão pede que confiemos no Senhor de todo o coração (Pv 3:5,6), esse versículo reforça que Deus muitas vezes nos guia por meio de conselheiros piedosos e da comunidade da fé.
2.1 - Jetro e Paulo para hoje
O que promoveu o conselho de Jetro ? (Êxodo 18:17-23)
O conselho de Jetro nasceu da sabedoria prática e administrativa, visando o bem-estar coletivo e a longevidade do ministério de Moisés, vejamos :
(a) Necessidade de organização
O povo precisava de uma liderança estruturada
(b) Prevenção do esgotamento
Moisés, sozinho, não daria conta da carga
(c) Eficiência no cuidado do povo
Dividir tarefas permitiria que mais pessoas fossem atendidas com justiça e rapidez
(d) Sustentabilidade do ministério
O líder não pode carregar tudo sozinho; precisa de auxiliares fiéis
O que promoveu o conselho de Paulo ? (2Tm 2:2)
O conselho de Paulo nasceu da visão missionária e espiritual, visando a permanência e expansão do ministério cristão, vejamos :
(a) Preservação da fé
Assegurar que a sã doutrina não fosse corrompida
(b) Multiplicação de obreiros
Formar novos líderes que continuariam a obra
(c) Fidelidade à missão
Transmitir não apenas conhecimento, mas também caráter (Homens fiéis e idôneos)
(d) Continuidade da igreja
cada geração deve preparar a próxima para manter viva a chama do evangelho
Lições Práticas
O conselho de Jetro surgiu da preocupação administrativa e prática (alívio do líder, justiça para o povo, estrutura funcional).
O conselho de Paulo surgiu da preocupação espiritual e missionária (fidelidade ao Evangelho, multiplicação de líderes, continuidade da obra).
Podemos aplicar ambos conselhos nos dias de hoje. Na Igreja, precisamos de organização sábia (Jetro) e também de formação espiritual de novos líderes (Paulo).
Sem organização, a obra pesa; sem discipulado, a obra morre.
2.2 - O Melhor Conselho está na Bíblia
"Ouve o conselho, e recebe a instrução, para que sejas sábio nos teus últimos dias" (Pv 19:20)
Este versículo nos ensina que a sabedoria não é adquirida de uma vez, mas construída ao longa da vida por meio da humildade de ouvir e da obediência em praticar. Quem anda nesse caminho, envelhece com maturidade, honra e tem segurança no Senhor.
"Ouve o Conselho"
O sábio não é aquele que já sabe tudo, mas o que escuta e considera o conselho de outros. Isso exige humildade, pois ouvir conselhos significa admitir que precisamos de orientação.
"Recebe a Instrução"
Ouvir não é suficiente; é necessário acolher e praticar. Instrução pode vir de pais, mestres, líderes espirituais, irmãos maduros na fé e, acima de tudo, da Palavra de Deus.
"Para que sejas sábio nos teus últimos dias"
O aprendizado constante gera maturidade e sabedoria duradoura. A vida é um processo: quanto mais cedo ouvimos e recebemos instrução, mais colhemos frutos na velhice.
A sabedoria adquirida cedo se transforma em experiência, estabilidade e testemunho no futuro.
Lições Práticas
(a) Humildade para aprender
Ninguém é tão sábio que não precise ouvir
(b) Constância no ensino
A instrução recebida hoje será a base da sabedoria de amanhã
(c) Preparação para o futuro
Quem acolhe a disciplina agora, evita dores e tropeços mais tarde
(d) Vida cristã
Ouvir conselhos de homens de Deus e, principalmente, submeter-se à instrução da Palavra prepara o crente para permanecer firme até o fim
"Antes, rejeitastes todo o meu conselho e não quiseres a minha repreensão; também eu me rirei na vossa perdição e zombarei vindo o vosso temor" (Pv 1:25,26).
Estes Provérbios ensina uma lição poderosa sobre a oportunidade e a responsabilidade de rejeitar os conselhos de Deus.
A sabedoria é acessível e oferece um caminho de vida, mas a rejeição persistente e obstinada dessa oferta sela o destino do tolo. Quando a calamidade vier, o tempo de ouvir terá passado, e a mesma voz que clamava com convite será a voz que confirma a condenação resultante da própria escolha.
2.3 - A Procedência do Conselho
Por que o cristão deve verificar se a procedência do conselho que está recebendo está alinhado com a Bíblia Sagrada ?
1. A Bíblia é a Autoridade Máxima
A Bíblia é o padrão da verdade. Se Deus se revelou perfeitamente em Sua Palavra, então ela é o único padrão infalível para julgar o que é certo, verdadeiro e sábio. Qualquer conselho que contradiga a Bíblia é, por definição, um conselho que contradiz a vontade de Deus e a direção que Deus quer para nossa vida.
2. A Bíblia nos protege de cometer erros
Nem todo conselho, mesmo que bem-intencionado, é bom ou correto. O Cristão é chamado a examinar tudo e reter o que é bom (1Ts 5:21). Verificar o conselho com a Escritura é o principal meio de exercer esse discernimento espiritual e evitar ser levado por enganos, filosofias vazias e erros que pode afetar a vida até mesmo de modo irreversível.
3. A Bíblia é fonte de Sabedoria Divina
A sabedoria humana pode oferecer soluções temporárias ou baseadas em interesses próprios, mas a sabedoria de Deus é pura, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos (Tiago 3:17). O cristão busca a direção que honra a Deus e resulta no seu crescimento e santificação.
4. Haverá Prestação de Contas
O cristão prestará contas a Deus por suas decisões e ações. Seguir um conselho que claramente desvia dos mandamentos bíblicos não o isenta da responsabilidade.
O crente tem a responsabilidade pessoal de conhecer a Palavra e viver de acordo com ela. Ele não pode delegar sua consciência a outra pessoa. Verificar a Bíblia garante que a decisão tomada esteja em submissão direta a Deus, e não apenas à opinião de um homem.
3 - Rejeitando os Maus Conselhos
"Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores" (Sl 1:1)
O justo se recusa a adotar a filosofia, a mentalidade ou as estratégias de vida daqueles que não têm Deus. É um alerta contra a influência sutil na forma de pensar.
O cristão deve vigiar a influência dos ímpios (conselho), a conduta (caminho) e a identidade (roda) para manter a bem-aventurança, escolhendo deliberadamente a separação moral e espiritual. Portanto, este versículo alerta o crente a examinar continuamente suas associações e estilo de vida, rejeitando os Maus Conselhos.
3.1 - Conhecendo o Conselheiro
"Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes" (1Co 15:33)
Este versículo em particular serve como um alerta prático e atemporal sobre a influência do convívio social e suas consequências morais e espirituais.
"Não vos enganeis" , Paulo escreve iniciando com essa advertência direta, indicando que o erro ou a autoenganação é uma possibilidade real e perigosa.
"as más conversações" tradução de Homiliai Kakai no grego, que se refere a mau convívio, má companhia, ou conversas corruptoras. Não se trata apenas de fofoca ou linguagem obscena, mas da influência geral e o estilo de vida das pessoas com quem se passa tempo.
"corrompem os bons costumes" , aqui a ideia é que o convívio com pessoas que praticam o mal ou que defendem ideias contrárias à verdade e à santidade tem o poder de deteriorar, estragar e destruir a boa moral e o caráter do crente. A corrupção não acontece da noite para o dia, mas é um processo útil de contaminação.
3.2 - Analisando o Conselho
Moisés analisou o Conselho de Jetro
Apesar de ser o líder divinamente nomeado e falar face a face com Deus. Moisés foi humilde o suficiente para aceitar o conselho corretivo de um homem mais velho, reconhecendo a validade e a sabedoria prática do plano de Jetro para delegar tarefas. Por certo, Moisés analisou o Conselho de Jetro, vendo que estava alinhado com a vontade de Deus de estabelecer ordem. O conselho de Jetro era "Se fizeres isto, e Deus to ordenar, poderás suportar; e assim também todo este povo tornará para o seu lugar em paz" (Êx 18:23). Isso demonstra que o conselho visava glorificar a Deus através da organização e do cuidado com o povo.
Moisés ouviu Jetro porque o conselho era praticamente sensato, veio de uma forte sábia e bem-intencionada e, fundamentalmente, não contradizia, mas sim auxiliava na execução do chamado divino.
Como o Cristão deve Analisar um Conselho ?
Aqui estão os passos e critérios essenciais para avaliar a validade de um conselho.
1. Nível Bíblico: A Base Inegociável
O primeiro e mais importante filtro é a Palavra de Deus.
O conselho está em conformidade com a Escritura Sagrada ?
O conselho é coerente com os princípios, mandamentos e o caráter de Deus revelados na Bíblia ?
Esse conselho me leva a amar a Deus e ao próximo de forma mais plena, ou viola algum mandamento explícito ?
Se o conselho for de natureza doutrinária ou teológica, ele deve ser sustentado por uma interpretação correta da Escritura, e não por versículos isolados.
2. Nível Prático: A Sabedoria e a Consequência
A sabedoria prática e as consequências do conselho devem ser examinadas.
O conselho é sábio, lógico e viável ?
Quais são os prováveis resultados práticos se for seguido ?
Quem está dando o conselho ?
A pessoa é madura, experiente, tem bom testemunho e é conhecida por sua sabedoria e fidelidade ?
3. Nível Espiritual: A Confirmação do Espírito
O cristão deve buscar a confirmação interna e externa.
Ao levar o conselho a Deus em oração, o Espírito Santo gera convicção e paz em seu coração ? Se o conselho gera inquietação, medo ou uma sensação de "estar errado", deve-se hesitar.
Se possível, procure confirmação em múltiplas testemunhas (Pv 11:14). Um conselho importante e transformador raramente será bom se for rejeitado por todos os seus conselheiros espirituais de confiança.
3.3 - Cuidado com os Maus Conselhos
Fatores como Inveja, Vingança, Competição podem levar pessoas próximas a nos dar maus conselhos para nos trazer estagnação e outros danos como retaliação por algum ressentimento passado. Muitos buscam nos eliminar, seja no mercado de trabalho, nos negócios ou em questões sociais.
Para Proteger-se de Maus Conselhos :
1. Avalie o Fruto
Observe a vida do conselheiro.
Ele tem sucesso ou estabilidade na área em que está aconselhando ?
2. Verifique a Motivação
Por que essa pessoa está me dando esse conselho ?
Ela ganha algo com isso?
3. Busque Profissionais
Para questões financeiras e jurídicas importantes, confie em profissionais qualificados e regulamentados, e não apenas em amigos e familiares.
4. Ore e Pondere
Use o discernimento espiritual e a reflexão pessoal antes de tomar decisões importantes.
Comentário
Pr. Éder Tomé
Referências
[1] Bíblia Sagrada (ARC) – Sociedade Bíblica do Brasil - 4° edição - 2009
[2] Bíblia Sagrada King Jones – Atualizada – Fiel aos Originais
[3] Bíblia Sagrada (NTLH) - Linguagem de Hoje
[4] Revista Betel Dominical Adultos - 3T - 2025
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