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quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Lição 3 - A Oração de Gratidão pelo Conhecimento

      


 










Texto Áureo
"Orando em todo tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos." (Efésios 6.18)
Verdade Aplicada
Pela oração nos comunicamos com Deus e cultivamos o necessário contato com Nosso Senhor, para nossa constante edificaçao. 

Texto de Referência
Efésios 1.15-18
15 - Pelo que, ouvindo eu também a fé que entre vós há no Senhor Jesus e a vossa caridade para com todos os santos,
16 - Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações,
17 - Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação;
18 - Tendo iluminado os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos.

                             Introdução
Embora tenhamos recebido de Deus a salvação pela graça, temos a obrigação de orar em todo tempo para que sejamos fortalecidos na fé e prossigamos vencendo as tentações e desfrutando as bênçãos da salvação [1Ts 5.17].

A oração não é uma opção, mas um “dever” de todos os cristãos.

"E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca desfalecer." (Lc 18.1)

PONTO DE PARTIDA

Orar é falar com Deus.

Obs. Aproveite para alertar que quando nos reunimos em oração (cultos específicos de oração, como circulo de oração, por exemplo), não é necessário o uso de microfone, pois atrapalha os demais a se concentrarem e conectarem com Deus. Na verdade aqueles que assim fazem imaginam estar contribuindo com a comunidade, mas somente o orador é beneficiado, pois conseguem orar, enquanto os demais são prejudicados. Quando estou na direção de trabalhos de oração não utilizo microfone para que todos igualmente fale com Deus. Pense nisso!

1 - Fatores que nos motivam a Orar
Por intermédio de Jesus Cristo, Deus está formando um povo para Si [At 15.14; Ef 2.14]. Para tanto, a Igreja é enviada ao mundo para anunciar a mensagem de Cristo e do amor de Deus a todos os homens.

1.1 - A Oração vinda de um Coração Alegre
A fé e o amor que havia na vida dos santos de Éfeso foram o combustível para que Paulo intercedesse por eles para que fossem ainda além [Ef 1.16-17].[...]. A oração feita aqui vai além de devoção ou compromisso, ela exprime a alegria de um coração agradecido por ver um povo de bem com Deus

Subsídio do Professor: O apóstolo Paulo não somente fundou a igreja naquela região, ele também a acompanhava de perto. Qual é o pai que não se sente feliz ao ouvir que seus filhos estão trilhando caminhos de sucesso? Assim como todo bom pai, e como todo bom semeador, ele se alegrou com o desenvolvimento e o progresso do que havia semeado. Essa motivação lhe conduziu a orar para que eles alcançassem altos níveis de vida espiritual [Ef 1.15-19].

1.2 - A Fé Exercida pelos Santos
A igreja estava numa área estratégica. Éfeso era uma cidade portuária que atraía pessoas de várias culturas. A cidade cultuava a deusa Ártemis ou Diana, a deusa da fertilidade, que era representada por uma figura feminina com muitos seios. Havia uma grande estátua de Ártemis, no grande templo. A festa de Ártemis envolvia orgias, libertinagem sexual e bebedeira. A vida religiosa e comercial de Éfeso girava em torno da adoração àquela divindade pagã. Mesmo em meio a essa pressão idólatra, os crentes de Éfeso se mantinham inabaláveis e fiéis ao evangelho que haviam recebido [Ef 1.15].

“Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo” (Fp 2.15).

Devemos influenciar a sociedade em que vivemos, por meio de atitudes de fé que enalteçam o nome do Senhor.

Se alguém hoje fosse resumir sua vida numa frase ou duas, o que ele ou ela diria sobre você? Qual é a sua reputação? O que o faz conhecido? Se você realmente leva a sério a vontade de viver de uma forma que agrade a Deus, deve fazer essas perguntas a um amigo de confiança. As respostas podem surpreendê-lo ou até ferir seus sentimentos, mas também lhe darão algumas idéias claras sobre que áreas da sua vida precisam de mudança. A forma como você vive determinará como você será lembrado.”. (KENDRICK, M. 365 lições de vida extraída de personagens da Bíblia. RJ: CPAD, 1999, p.10.)

1.3 - O Testemunho dos Santos
Esta igreja destacou-se por sua fé e seu amor. O amor não era para essas pessoas simplesmente um lema ou um rótulo. Os cristãos daquela congregação expressaram um amor verdadeiro, baseado em sua fé no Senhor Jesus [Ef 1.15]. Existe uma forma de lealdade a Cristo que não leva ao amor a nossos semelhantes, mas ao cumprimento religioso de certos hábitos e ritos que quase sempre isolam o cristão dos demais. Um verdadeiro cristão deve amar Cristo e amar a seus semelhantes [1Jo 4.20-21]. Por mais ortodoxa que seja uma igreja, por mais pura que seja sua teologia e por mais nobre que seja sua liturgia, ela não é uma igreja verdadeira no sentido real do termo, a menos que seja caracterizada pelo seu amor por seus semelhantes.

O apóstolo João diz que Deus é amor, quem não ama, jamais o conheceu (1Jo 4.7,8,12,20). Certa vez, um fariseu perguntou a Jesus qual era o grande mandamento da Lei. Então, o Mestre ensinou que amar ao Senhor de todo o coração e ao próximo é um resumo de todos os mandamentos (Mt 22.37-40). É importante ressaltar que amor não é somente sentimento, mas ação. Não basta amar somente de palavras.

O amor como fruto do Espírito faz com que eu queira para os outros aquilo que desejo para mim. Faz com que eu tenha prazer em doar meu tempo, meus dons e talentos para o bem do meu próximo.(Lições CPAD Jovens e Adultos » Adultos 2017 » 1º Trimestre)

2 - A Disciplina da Oração
Para vencer no mundo precisamos de orientação divina a cada passo da caminhada e a oração é o meio pelo qual o Senhor e nós interagimos para que recebamos essas coordenadas. 

2.1 - A Intercessão
Na maioria dos casos, as circunstâncias que nos levam a orar são dificuldades, doenças, problemas conjugais ou crises. É triste que nossa oração tenha que ser motivada por causas tão negativas. Aqui temos um caso atípico, foram as coisas positivas que motivaram a oração de Paulo [Ef 1.15-16]. Lamentavelmente, em muitos casos, a oração a Deus tem sido motivada pelo desejo de ter certas coisas e, dessa forma, em vez de um vínculo de amizade e comunicação com Deus, torna-se uma lista de pedidos. Interceder é não orar para si, é conversar com Deus em favor de outros. É um dever de todos os cristãos [Rm 15.30-33; Cl 4.2-4].

Amados irmãos na lição 7 estudaremos especificamente sobre a intercessão

Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,

Do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome,

Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior;

Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor,

Poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade,

E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.(Ef 3.15)

2.2 - Gratidão e Ações de Graça
A verdadeira oração intercessora não visa somente conhecer a vontade de Deus e vê-la realizada, mas vê-la se realizando, quer nos traga benefícios ou não. Esse tipo de oração procura dar glória a Deus, e nunca a nós mesmos [1Ts 5.18]. A relação entre o cristão e a pessoa de Deus através da oração já é um grande motivo para darmos graças. Saber que Deus já nos amava mesmo antes de existirmos redunda em ações de graças. Paulo afirma que fomos abençoados com todas as bênçãos, outra importante razão para sermos agradecidos em todo o tempo [Sl 95.2-3; Cl 3.15-17].

Obs. Uma oração não respondida também pode ser um motivo de gratidão considerando que Deus sabe o que é melhor para nós.

Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. (1 Ts 5:18)

Na verdade o apostolo Paulo não diz por tudo, mas em tudo (qualquer situação)

2.3 - Disciplina na Oração
Se fizéssemos uma lista de citações bíblicas dos tempos em que Paulo disse que estava orando por alguém, ficaríamos surpresos em ver a extensa lista de orações que o apóstolo tinha. Ele orou por muitas pessoas. Ele era um grande homem de oração [Fp 4.6-7]. Nesta epístola há duas das orações de Paulo, essas orações revelam sua preocupação como filho de Deus pelos outros crentes [Ef 1.17-23-; 3.14-21]. O bom cristão geralmente atua de três formas em oração: para renovar-se espiritualmente; quando tem uma necessidade pessoal; ou quando intercede por alguém.

O QUE SÃO AS DISCIPLINAS DA VIDA CRISTà

John Wesley cultivava a piedade, de tal maneira, que os seus colegas, na universidade, apelidaram-no de o metodista. No orar e no estudar a Bíblia, metódico. Erguendo-se ele como um perfeito exemplo de vida cristã, não lhe foi penoso avivar a Inglaterra no século 18. Wesley sabia o quanto são importantes, para o crente, as disciplinas devocionais (Tt 1.7,8).

Definição. Disciplinas da vida cristã são os exercícios espirituais, prescritos na Bíblia Sagrada, cujo objetivo é proporcionar ao crente uma intimidade singular com o Pai Celeste, constrangendo os que nos cercam a glorificar-lhe o nome (Hb 12.8).

Elementos das disciplinas da vida cristã. De conformidade com as Sagradas Escrituras, estas são as disciplinas a que deve submeter-se o crente: adoração a Deus, leitura diária e sistemática da Bíblia, oração, serviço, mordomia do corpo e dos bens, etc. Tem você se dedicado a essas observâncias? Outros elementos, igualmente valiosos, poderiam ser aqui arrolados; estes, porém, já são mais do que suficientes, para mostrar a sublimidade de nossa carreira cristã.

Para inteirar-se melhor do assunto, recomendo a leitura do livro Disciplinas do Homem Cristão de R. Kent Hughes,CPAD.


3 - O Objetivo da Oração
A intercessão feita por Paulo tinha objetivos a serem alcançados. A finalidade era que eles recebessem de Deus o espírito de sabedoria, espírito de revelação e que tivessem iluminados os olhos do entendimento [Ef 1.17-18].

3.1 - Espírito de Sabedoria
Não há consenso entre os comentaristas quanto à identificação do “espírito” mencionado na oração de Paulo [Ef 1.17]. Assim, na presente reflexão vamos focar o aspecto qualitativo da expressão. O apóstolo pede a Deus que os cristãos de Éfeso sejam abençoados com um dom que se refere a uma qualidade de mente ou de alma que se expressa em sabedoria e revelação produzidas unicamente pela ação do Espírito Santo, como expressou Francis Foulkes. Trata-se, assim, da sabedoria espiritual que habilita o discípulo de Cristo a se aprofundar no conhecimento de Deus, considerando que a simples sabedoria humana não é capaz de entender as coisas espirituais [1Co 2.14].

“SABEDORIA

Embora Paulo não tenha pregado de acordo com a sabedoria do mundo, todavia ele pregou a sabedoria oculta de Deus que só pode ser discernida quando Deus dá ao homem a direção e a ajuda do Espírito Santo (1Co 2.7-14). Deus deseja que o homem tenha e conheça sua sabedoria (Tg 1.5). Ela é espiritual e consiste no conhecimento de sua vontade (Cl 1.9; Ef 1.8,9). Ela é ‘do alto’ e é contrastada com a sabedoria terrena e humana deste mundo, que pode até ser inspirada pelos demônios (Tg 3.13-17; cf. Cl 2.23; 1Co 3.19,20; 2Co 1.12). A sabedoria de Deus deve ser revelada ou ‘dada’ aos homens (Rm 11.33,34; 2Pe 3.15; Lc 21.15). Isto pode ser conferido pela Palavra de Deus e pelo ensino humano dela (Cl 3.16; 1.28; Ap 13.18; 17.9)” (PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds.). Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009, p. 1712).

3.2 - Espírito de Revelação
O “espírito de revelação no conhecimento dele” não é outra coisa senão o conhecimento pleno e profundo de Deus, recebido através de todas as verdades reveladas por Ele mesmo na pessoa de seu Espírito Santo [Ef 1.17]. É interessante notar que essas duas petições estão intimamente relacionadas entre si. Já que o ato de possuir o “espírito de sabedoria” depende da revelação que nos é dada por Deus.

O sentido bíblico de revelação.

 O hebraico bíblico possui diversas palavras que correspondem ao termo “revelação” na língua portuguesa. Contudo, o vocábulo galâ, “descobrir”, “revelar”, “tirar”, “manifestar”, “aparecer” ou “revelar”, é usado em sentido reflexivo com o significado de “desnudar-se” ou “revelar-se”, como na revelação de Deus a Jacó (Gn 35.7; 28.10-17). O Novo Testamento emprega a palavra apokalypsis com o sentido de “revelar”, “desvendar”, “tirar o véu” ou “dar a conhecer” (Lc 2.32; Is 42.6; Rm 16.25). A doutrina da revelação de Deus nas Escrituras descreve assim a comunicação, revelação e manifestação de Deus ao homem. Ele revela sua mensagem, vontade e propósitos.

O conceito doutrinário de revelação.

 A revelação é uma ação livre e graciosa de Deus mediante a qual Ele se dá a conhecer às criaturas e lhes transmite um conhecimento de Si e de Sua vontade, que de outra forma o homem jamais saberia (Ef 1.9; 3.3; Dn 2.28,47). (Lições CPAD Jovens » 2015 » 4º Trim.)

3.3 - Iluminação do Entendimento
"Tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos." ( Ef 1.18)

A natureza caída do homem não lhe permite discernir corretamente as coisas concernentes ao mundo espiritual. Ele precisa que “os olhos de seu entendimento”  sejam iluminados pela chama do Espírito Santo de Deus[...]

Na Bíblia, a mente renovada é fruto da atuação do Espírito Santo (2Co 3.18; Tt 3.5). O crente de “mente renovada” pelo Espírito é capaz de discernir a perfeita e agradável vontade de Deus para a vida diária. Ele não se confunde e não se molda aos padrões e valores mundanos, pelo contrário, sabe o que agrada ou não a Deus. Neste texto, a razão iluminada pelo Espírito sobrepõe-se às emoções e inclinações naturais. O processo de renovação do entendimento do crente deve ser contínuo e pessoal. (Lições CPAD Jovens e Adultos» 2008 » 3º Trim.)

Romanos 12

1 - Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.

2 - E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

Conclusão
O Senhor não somente ouve e responde as petições que fazemos em favor de nossas necessidades, Ele também está pronto a ouvir as nossas intercessões [Tg 5.16].