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quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Lição 5 - Membros da Família de Deus


 










Texto Áureo
"Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e da família de Deus." (Efésios 2.19)

Verdade Aplicada
O perfeito sacrifício de Jesus Cristo resultou em reconciliação com Deus e permitiu que nos tornássemos membros de Sua família.

Texto de Referência
Efésios 2.11-14
11 - Portanto, lembrai-vos de que vós, noutro tempo, éreis gentios na carne e chamados incircuncisão pelos que, na carne, se chamam circuncisão feita pela mão dos homens;
12 - Que, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança e sem Deus no muno.
13 - Mas agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.
14 - Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio.

                             Introdução



1 - Um Novo Povo formado por Deus
 

1.1 - Éramos gentios na carne, chamados incircuncisão
A Bíblia nos ensina que Israel foi o povo escolhido por Deus para Lhe representar e anunciar a salvação diante das nações da terra [Êx 19.5-6; Jo 4.22]. Porém, ao detestar e até desprezar os pagãos, Israel fez mau uso desse privilégio. De acordo com Willian Barclay, os judeus acreditavam que Deus amava apenas a eles e mais ninguém.[...]

Pedro viu o céu aberto e descer um grande lençol que continha todo tipo de animal imundo. Uma voz se ouviu dizendo: "levanta-te, Pedro! mata e come" (At 10.13). Pedro disse: "De modo nenhum, Senhor! Porque jamais comi cousa comum ou imunda". Mas a voz se ouviu mais duas vezes: "Pedro, mata e come". Por três vezes a voz de Deus se fez ouvir aos ouvidos daquele homem teimoso. Pedro tinha vontade própria e quando ouvia pela última vez a vos dizer, "Pedro, mata e come", ele percebeu alguém batendo à porta. Eram os enviados do gentio Cornélio e que lhe disseram: "Vem, Pedro, mostra-nos o Evangelho!" Pedro responde: "Não, nunca entrei em casa de gentio algum!". Mas Deus o mandou e ele foi e entrou na casa de Cornélio. O que aconteceu? O próprio Pedro nos diz o que aconteceu em Atos 15.7-11, quando os apóstolos e presbíteros debatiam o que fazer com os gentios convertidos. Pedro conta sua experiência na casa de Cornélio dizendo: "O Espírito Santo desceu sobre estes gentios sujos que nada sabiam a Lei, exatamente da mesma forma que desceu sobre nós no dia de Pentecostes". 

Posteriormente, Pedro está em uma refeição na igreja gozando da comunhão com os gentios novos convertidos e alguns irmãos judeus aparecem. O que aquele pescador tão grande e forte faz? Pedro procura se esconder para não ser visto com os gentios. Então chega um pequeno homem, o apóstolo Paulo. O que ele diz a Pedro? Paulo o exortou na presença de todos: "E, chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível. Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão" (Gl 2.11-12). Porque Paulo fez isso? Porque Pedro negou o Evangelho, porque o Evangelho é livre para todos, é uma obra da graça para os gentios da mesma forma que é para os judeus. (extraído do blog : http://ospuritanos.blogspot.com)


1.2 - Éramos sem Cristo e sem Esperança
Existem momentos que essa palavra é muito apropriada em nossas vidas: "lembrai-vos" [Ef 2.11]. O teólogo William Hendriksen faz o seguinte resumo acerca da situação dos gentios naquele tempo: estavam sem Cristo, sem estado, sem amigos, sem esperança e sem Deus". Essa era a terrível situação do antigo mundo gentio antes de Cristo. 

"A esperança é essa em que Cristo morreu pelos nossos pecados e ressuscitou dos mortos a fim de que possamos ser regenerados para uma viva esperança." (Dr, Mark Jones)

A esperança cristã está enraizada na fé na salvação em Cristo (Gl 5.5), é a esperança futura da ressurreição dos mortos (Atos 23.6), da redenção do corpo e de toda a criação (Rm 8.23-25) dá glória eterna (Cl 1.17), da vida eterna e herança dos santos (Tt 3.5-7), do retorno de Cristo (Tt 2.11-14), da transformação à semelhança de Cristo (1 Jo 3.2-3), da salvação de Deus (1 Tm 4.10) ... (www.gotquestions.org)

A única esperança é o Senhor Jesus, o único que pode nos restaurar a Deus. Restaurar é restituir, e isso se aplica tanto a possessões e bens (Êx 22.14; Is 58.12; Lc 19.8) como também a pessoas (Jr 30.17). O plano de Deus é restaurar todas as coisas (At 3.21), mas Ele começou com os seres humanos. Nós estávamos perdidos, como o filho pródigo, e fomos restaurados a Deus pelo arrependimento (At 3.19; 2Co 7.10) e pela fé em Jesus (Rm 5.1). (Pr.Esequias Soares - Revista CPAD - 3T - 2017)

 

1.3 - Éramos estranhos às Alianças da Promessa
Paulo continua sua exposição sobre a situação dos gentios [Ef 2.12] dizendo que "estavam separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa'.

“Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio.” (Ef 2.14)

“A paz e a unidade entre judeus e gentios exigia que ambos fossem reconciliados‘ pela cruz... com Deus em um corpo (2.16). Isso pressupõe que tanto judeus como gentios eram pecadores separados de Deus (2.3) e necessitavam da morte expiatória de Cristo a fim de serem reconciliados com Deus (2.17,18). Sua ‘inimizade (2.16), que foi condenada à morte na cruz, era tanto horizontal como vertical - isto é, uma hostilidade entre povos não regenerados e Deus (Rm 5.10), e entre grupos hostis, tais como judeus e gentios. O milagre da reconciliação resultou em uma nova entidade espiritual chamada ‘um corpo’ de Cristo (2.16). Esse assunto tornar-se o foco de Paulo 2.19-22” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.417-18).

2 - A Unidade do Corpo de Cristo


2.1 - Estávamos longe e chegamos perto
Paulo usa duas palavras para explicar esse contraste: "Longe e perto" 


A Igreja é composta pelos salvos por Cristo oriundos de todas as nacionalidades.

1. Os judeus. Embora os primeiros cristãos fossem de origem judaica, não tiveram estes a primazia absoluta na Igreja, conforme o demonstra Pedro (At 10.34).

2. Os gentios. Considerados pelos judeus como cachorrinhos (Mt 15.26), por estarem alijados da comunidade de Israel (Ef 2.12), foram os gentios admitidos à família dos santos com pleno acesso às bênçãos espirituais.

3. A Igreja de Deus. Formada por judeus e gentios, a Igreja de Deus é vista como a Universal Assembléia dos Santos (Hb 12.22-24).

2.2 - Estávamos sem reconciliação e alcançamos a paz


A obra de Jesus Cristo na cruz do Calvário não apenas concedeu a paz entre Deus e nós, mas também estabeleceu a paz entre os dois povos: gentios e judeus. Dessa maneira, e pelo Seu sangue, agora todos os crentes são transformados em um único povo, um único corpo [Ef 2.15; Cl 1.20-22]. "Pelo sangue de Cristo, o pecado, poderoso separador, foi derrotado [Ef 2.13-15].

Professor, enfatize aos alunos que a paz de Deus não é apenas o reflexo de seu amor e misericórdia ao proteger, favorecer e cuidar do crente, mas a reconciliação do homem com Deus através da encarnação, sacrifício e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo (Ef 2.14). Por meio da justificação, o homem tem paz com Deus (eirēnēn prós ton Theon — Rm 5.1). Observe que a preposição “prós” é a mesma que, em Jo 1.1 (prós ton Theon), afirma que Jesus estava “face a face com Deus”. A paz oferecida por Cristo coloca-nos na relação certa com Deus — “cara a cara”. Isso não é maravilhoso! Em Fp 4.6, Paulo usa mais uma vez a preposição “prós” para afirmar que não devemos viver ansiosos por coisa alguma, “antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus (prós ton Theon)”. Uma vez que o crente está em Cristo, “frente a frente” com Deus, sua oração e adoração são feitas “diante ou cara a cara” com Deus! Assim, obtemos a Paz de Deus.( Lições CPAD Jovens e Adultos,2008, 3º Trim.)

2.3 - Estávamos dois povos e nos tornamos um só povo
Elienai Cabral cita que a cruz de Cristo serviu de elo de reconciliação e também de destruição. Ela foi o ímã para a reconciliação dos homens com Deus [Rm 5.10; 2Co 5.18-20; CI 1.20], e foi também o símbolo de morte e destruição das inimizades existentes entre Deus e o homem. 

A eleição da graça é formada no presente por gentios e judeus nascidos de novo.

“A rejeição judaica da justiça pela fé em Deus abriu espaço para um número muito grande de gentios a serem enxertados na árvore enraizada na antiga aliança de Deus com Abraão. Esta não deveria ser objeto de orgulho gentio, mas de advertência. Nunca abandone o princípio de salvação pela graça através da fé” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.747).

3 - O Edifício de Deus


3.1 - O Fundamento dos Apóstolos e Profetas
A obra de Jesus Cristo não apenas reconciliou o homem com Deus, mas, além de tornar os dois povos um, os reúne em um projeto, como um edifício, chamado "congregação dos santos" ou "congregação dos justos, o que conhecemos hoje como "Igreja" [Rm 5.10-11; 2Co 5.17, 21].

“E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles e feito participante da raiz e da seiva da oliveira, não te glories contra os ramos; e, se contra eles te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti” (Rm 11.17,18). Infelizmente, não são poucos dentro da igreja evangélica que esquecem essa advertência e reverberam a ideia equivocada da Teologia da Substituição. Penso ser importante usar este espaço para falar um pouco da origem dessa teologia, pois pode haver alguém da sua classe que desconhece esse tema e lhe faça algumas perguntas.

A questão do papel do povo judeu hoje no plano de Deus tem despertado sentimentos variados nos cristãos do mundo atual em relação ao Israel contemporâneo. Tais sentimentos atrelam-se ao método adotado na interpretação bíblica ao longo da história eclesiástica. Assim, o método alegórico foi importantíssimo para o surgimento da Teologia da Substituição.

A destruição de Jerusalém, a Cidade de Deus, no ano 70 d.C, foi um acontecimento crucial para a eficácia desse método. No século IV, o clero cristão era constituído por bispos ocidentais e orientais influenciados pelo método alegórico — ele uniu-se ao império romano, mediante Constantino, o imperador de Roma. Esses clérigos consideraram a destruição de Jerusalém um sinal de que Deus havia rejeitado o povo judeu.

Neste contexto, a Teologia da Substituição ganhou força dentro do Cristianismo. A igreja romana advogou para si o título de o “Novo Israel de Deus”. E, a exemplo de outras tradições cristãs, passou a julgar os judeus como “O povo rebelde que matou Jesus” e para sempre fora rejeitado por Deus. Por isso, o estudioso Arnold Fruchtenkbaum conceitua a Teologia da Substituição como corrente que rejeita o moderno Estado de Israel como cumprimento da profecia bíblica. Neste caso, todas as profecias sobre o povo judeu já foram cumpridas e, por isso, não se deve esperar nenhuma restauração futura de Israel (cf. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. CPAD, 2008, p.372).

Ora, algumas respostas sobre a profecia bíblica deveriam responder a estas questões: Qual o público alvo da profecia bíblica? Cumpriu-se toda? A quem Deus prometeu uma terra localizada no Oriente Médio? À Igreja ou a Israel? Tal promessa se cumpriu plenamente? Então, o estudioso sério das Escrituras pensará muito antes de afirmar que a Igreja substituiu Israel.

3.2 - Nossa Posição no edifício de Deus
Para ilustrar nossa posição em Deus, Paulo usa a figura de um edifício. 



Importante também notarmos que a figura do edifício aponta para o aspecto da coletividade, tão enfatizado nas Escrituras e, às vezes, desprezado por alguns que dizem ser "igreja, porém não cultivam a necessária comunhão em uma igreja local [Ef 2.22 notar a expressão - "vós juntamente"; 4.16; Hb 10.25]. A Igreja, como resultado do sangue de Cristo derramado na cruz [Ef 2.13, 16], continua a crescer, constantemente edificada pela obra do Espírito de Deus até "o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo" [Tt 2.13].

"Apenas Cristo (1 Co 3.5-11) Nestes versículos, a Bíblia apresenta o ministério conjunto de Paulo e Apolo sobre o 'edifício e lavoura de Deus': um plantou, o outro regou, mas Deus deu o crescimento (vv.6,9,10; 1 Co 4.15). O crédito não é do pregador, muito menos do mestre, mas do Senhor (v.7). Em 1 Co 4.6-13, o apóstolo retoma mais uma vez a discussão iniciada em 3.5, afirmando que ele e Apolo servem de 'figura' à unidade cristã, pois, embora a igreja esteja dividida, os dois ministros desfrutam de comunhão e serviço sacrifical em favor do evangelho. Uma vez que o fundamento inamovível sob o qual a Igreja está edificada é a pessoa de Cristo (v.11), eles são apenas 'cooperadores de Deus' (v.9). Nem Paulo, nem Apolo têm a proeminência, mas Cristo. 'Portanto, ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso' (1Co3.21).

“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16.18)

A Igreja tem promessa de Deus para vencer. O inferno e todas as forças e potestades, que se levantaram e se levantam contra ela, não prevalecerão, porque Jesus está conosco. Se desejarmos ser vitoriosos, precisamos estar em comunhão com Cristo e com sua igreja.

A edificação da Igreja.

 Em Mt 16.18, vemos a promessa da edificação da Igreja sobre o próprio Cristo. Ele é a Rocha. Somente Ele satisfaz essa condição, conforme lemos em 1 Co 3.11; 10.14; Rm 9.33; Mt 21.42; Mc 12.20; Lc 20.17. Sem dúvida, Pedro foi um dos líderes da Igreja primitiva, ao lado de Tiago e de João (At 12.17; 15.13; Gl 2.9). Contudo, não há base bíblica para afirmar que a Igreja teria Pedro como a rocha sobre a qual ela seria edificada. Jesus é o fundamento da Igreja (1 Co 3.11). Se alguém tem dúvida, basta ouvir o que o próprio Pedro disse em 1 Pe 2.4,5; At 4.8,11. Lições CPAD Jovens e Adultos » 2000 » 2º Trim.)


3.3 - Morada de Deus em Espírito
Nossa posição em Deus é digna de nota. Recebemos uma salvação muito poderosa em Jesus Cristo. Como gentios, estávamos totalmente fora de qualquer promessa da parte de Deus, e de um Salvador. Mas a expiação de Cristo não somente tornou possível a nossa entrada ao templo,

 

Tal verdade revelada - que somos templo do Espírito Santo - deve despertar-nos para o fato de que não devemos pensar acerca de nós mesmos como independentes, como se tivéssemos plenos direitos sobre o que fazer com o nosso corpo, como muitos gostam de expressar.

O templo de Deus e a verdadeira sabedoria (1 Co 3.16-23). Anteriormente, Paulo ilustrou a igreja por intermédio das imagens do edifício e da lavoura (v.9), agora, emprega a figura do templo (vv.16,17). O Novo Testamento utiliza-se de dois termos para templo: hieros, usado para descrever todas as áreas do templo; e naos, especificamente, o santuário, a morada da divindade. Nesta passagem Paulo usa naos para designar que a Igreja é o lugar vivo da presença divina. O 'templo de Deus' é a comunidade dos redimidos habitada pelo Espírito Santo (vv.16,17)."

Paulo usa linguagem forte em 1.27,28. As coisas loucas do mundo irão envergonhar os sábios e as coisas fracas do mundo irão envergonhar os fortes". (HOOVER, T. R. Comentário Bíblico: 1 e 2 Coríntios. RJ: CPAD, 1999, pp.25-26.)

Conclusão