“A paciência de Jó (Tg 5.10,11) [...]os profetas que falaram em nome do Senhor’ (v.10) e a fidelidade de Jó em suas adversidades (v.11). Nos dois exemplos, o ponto que Tiago deseja enfatizar é que devemos considerar aqueles que perseveram como abençoados. Por saberem que ‘o Senhor é muito misericordioso e piedoso’, Jó e os profetas foram pacientes frente às aflições que sofreram.Os crentes precisam imitar o exemplo da perseverança de Jó sem se ‘desviarem da verdade’ (5.19) de que Deus é a imutável fonte de ‘toda boa dádiva e de todo dom perfeito’ (Tg1.17). Precisam imitar o exemplo dos profetas falando ‘em nome do Senhor’, isto é, usando de seu discurso para mostrar a divina ‘misericórdia e piedade’ (v.11) para que possamos trazer de volta aqueles que se desviaram da verdade por atos pecaminosos ou por terem acusados a Deus por suas dificuldades (1.13). Aqueles que assim fizerem serão abençoados com a vida eterna e com o perdão de seus pecados (5.20)” (ARRINGTON, French L; STRONSTAD, Roger (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1687).
“Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência” (Tg 1.2,3).
“Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo.” 1Pe 1.7
Jó 1.1-5.
1 — Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e este era homem sincero, reto e temente a Deus; e desviava-se do mal.
2 — E nasceram-lhe sete filhos e três filhas.
3 — E era o seu gado sete mil ovelhas, e três mil camelos, e
quinhentas juntas de bois, e quinhentas jumentas; era também muitíssima a gente
ao seu serviço, de maneira que este homem era maior do que todos os do Oriente.
4 — E iam seus filhos e faziam banquetes em casa de cada um no
seu dia; e enviavam e convidavam as suas três irmãs a comerem e beberem com
eles.
5 — Sucedia, pois, que, tendo decorrido o turno de dias de seus
banquetes, enviava Jó, e os santificava, e se levantava de madrugada, e
oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; porque dizia Jó:
Porventura, pecaram meus filhos e blasfemaram de Deus no seu coração. Assim o
fazia Jó continuamente.
Subsídio do Professor: No período em que Jó viveu, a riqueza era medida pela quantidade de posses, como: terras, animais e servos; e Jó era abundante nessas coisas. Mesmo assim, sua riqueza jamais o afastou da presença de Deus. Ele tinha plena convicção de que o Senhor lhe concedera todos os seus recursos [Jó 1.21] e sempre usou sua riqueza como generosidade para beneficiar a outros [Jó 4.1-4; 29.12-17; 31.16-32]. Sua grande riqueza era a confiança que depositava em Deus [Jó 19.25].
QUEM ERA JÓ
[...] o traço biográfico do patriarca da terra de Uz. A lição
joga luz sobre o modo de vida desse gigante da fé. Ele tinha bens materiais,
uma sólida família e uma espiritualidade profunda, atestada pelo testemunho do
próprio Deus (Jó1.8). Nessa tríade existencial podemos afirmar que Jó era
verdadeiramente próspero.
[...]. A ideia é demonstrar que Jó foi um homem rico e mantinha
um caráter íntegro.
Aplicação
À luz de toda lição, podemos estabelecer princípios para trabalhar com a
classe. Em primeiro lugar, o temor a Deus deve ser o esteio de nossa vida.
Devemos amar ao Senhor, buscá-Lo de todo coração. À medida que vivemos essa
devoção, amaremos e cuidaremos de nossa família e viveremos uma vida moral e
piedosa que dê testemunho aos outros.(revista CPAD, 4ºtrim, 2020)
Subsídio do Professor: Jó manteve sua integridade diante dos ataques de Satanás, das acusações de seus amigos e do silêncio de Deus. Jó era um homem como qualquer outro, não era um indivíduo sem pecados. Quando a Bíblia o descreve como “íntegro e reto”, significa que seu caráter era maduro, pleno, e sua conduta, “reta” [Jó 1.8]. Francis I. Andersen (Comentário Vida Nova): “Jó era íntegro e reto. A personalidade de Jó é muito atraente, e agradável ao próprio Deus. A frase, literalmente, “completo e direito”, afirma sua total retidão. Era completamente honesto. As palavras que se seguem expandem e explicam esta integridade. A bondade de Jó tinha dois aspectos, como a sabedoria em Jó 28.28. Era devoto; temente a Deus, como Abraão [Gn 22.12]. Era um homem moral (…), se desviava do mal. Rejeitava o que era errado; não meramente o evitava.”
Subsídio do Professor:Andar em sinceridade diante Deus é ter a certeza de que viveremos em nossas vidas momentos e circunstâncias inesperadas, que certamente não gostaríamos. No entanto, devemos acreditar que, ainda que tudo pareça caminhar na contramão, no final tudo dará certo [Rm 8.28]. As lutas na vida cristã manifestam-se de diversas formas, mesmo assim, precisamos, como Jó, nos conscientizar de que Deus está conosco em todos esses momentos, seja na solidão, na desilusão, na incerteza, e até mesmo no silencio. Ele reina, nada acontece sem a Sua permissão. Tudo o que Deus faz tem um propósito específico para as nossas vidas [Rm 5.3-4].
Podemos citar ainda:
“A prova no limite
da capacidade humana (1Co 10.13)
Abraão chegou ao
máximo de sua capacidade emocional e intelectual para aceitar o desafio que
Deus lhe fizera. Foi-lhe pedido algo impossível mediante a lógica do propósito
divino para sua vida. Deus lhe pediu em holocausto ‘o filho da promessa’. Além
da relação espiritual da existência desse filho, com a relação emocional
familiar entre Abraão e Isaque e sua mãe, o velho Abraão não podia entender as
razões de Deus. Era como se Deus estivesse pedindo devolução de algo que havia
dado a Abraão. Isto se tornou um desafio a sua lógica, a sua racionalidade.
Era, de fato, uma prova que superava todas as demais experimentadas pelo velho
patriarca. Abraão pareceu chegar ao limiar da prova, do desânimo, da
desistência. Na infinita sabedoria divina, somos conduzidos, às vezes, ao
limite de nossa resistência para aprendermos a confiar no exaurível poder de
sustentação de Deus. Quantas vezes confessamos nossas limitações e dizemos:
‘Não posso mais!’, ‘Não aguento mais!’, ‘Estou sem forças para reagir!’. Então
Deus entra em ação e suaviza o nosso sacrifício. Ele não deixa que nossas
resistências estourem sem que saibamos que Ele nos prova para que o conheçamos
melhor” (CABRAL, Elienai. Abraão: As experiências de nosso pai na
fé. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2002, pp.173-74).
Os cristãos são ensinados a
considerar as riquezas materiais do ponto de vista de sua transitoriedade. Elas
passam, acabam e podem ser roubadas. Porém, devemos lembrar que Jesus jamais
condenou alguém pelo fato de ser rico, mas sim por servir as riquezas, e,
assim, tornar-se miserável para com Deus (Lc 12.21).
O verdadeiro tesouro está ligado a
Deus e ao Seu Reino. Isso não significa que ter bens materiais é
pecaminoso, pois pecaminoso é o ato de se priorizar as riquezas deste mundo em
detrimento das riquezas eternas. Comente com os alunos que isso sim é
condenável diante de Deus, porque torna-se idolatria, visto que a pessoa passa
a viver e servir às riquezas, pondo nelas o coração (Mt 6.21). Reforce para os
alunos que devemos possuir bens e não os servir prioritariamente.(BETEL 3ºtrim
, 2016)
Subsídio do Professor:Jó tinha uma perfeita convicção de que tudo na vida é passageiro. Ele realmente poderia dizer: Deus deu e Deus tomou. Ele compreendia perfeitamente que tudo o que temos vem de Deus e nos é confiado para que administremos, como mordomos fiéis [Jó 1.21]. Jó compreendia que os bens são um meio para se fazer o bem, ele não estava apegado a nada de material dessa vida. Satanás errou feio ao pensar que Jó adorava a Deus pelo que Ele lhe dava. Não sabia que o maior bem de Jó era o Senhor [Sl 103.1-5].
“Seus bens mais queridos e mais valiosos era os seus dez filhos;
e, para concluir a tragédia, uma notícia lhe foi trazida ao mesmo tempo de que
eles estavam mortos e enterrados em meio às ruínas da casa na qual festejavam,
junto com os criados que os serviam, exceto um que veio rapidamente com essa
notícia (vv.18,19). Esta foi a maior das perdas de Jó, e que o atingiu mais de
perto: e por isso o Diabo a reservou para o final, para que se outras
contrariedades falhassem, esta pudesse fazê-lo amaldiçoar a Deus. Nossos filhos
são partes de nós mesmos; é muito difícil separar-nos deles, e isso fere um bom
homem de maneira mais profunda possível. Mas separar-se de todos eles de uma
vez, e o fato de estarem todos mortos, sim, aqueles que haviam sido por tantos
anos a sua preocupação e a sua esperança, era algo que o atingia realmente no
âmago do seu ser” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a
Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.10).
Subsídio do Professor:Uma das áreas que Satanás mais tem atacado nos dias de hoje é a área familiar. Precisamos ter em mente que uma família desestruturada é um canteiro onde Satanás pode semear livremente suas ideias malignas [Mt 13.25]. Comentário Bíblico Moody: “A caridosa reserva da resposta de Jó testifica tão convincentemente quanto suas doxologias da genuidade de sua piedade. Ele não chamou sua esposa de doida, mas acusou-a de estar falando, no seu frenético desespero, como alguém em cuja companhia ela não costumava andar. A loucura do seu comportamento realça mais a sabedoria da piedosa paciência de Jó”.
“[…] Foi o patriarca constrangido a suportar as dores mais
terríveis e os piores desconfortos a que um ser humano jamais fora submetido.
Entretanto, reteve a sua integridade. Muitos são os servos de Deus que estão a
sofrer as mais terríveis enfermidades. Uns, à semelhança de Ezequias, enfrentam
um tumor maligno que, pouco a pouco, vão lhes consumindo as forças e o que lhes
resta das humanas feições. Outros, como Lázaro da história narrada pelo Senhor
Jesus, jazem cobertos de uma chaga que os tornam repulsivos, embora
espiritualmente sejam os mais puros dos homens. Outros, ainda, tal como o jovem
Timóteo, veem-se às voltas com uma doença no estômago que os fustiga com forte
ânsias” (ANDRADE, Claudionor de. Jó: O problema do sofrimento do justo e o seu
propósito. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.85).
“Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora
te veem os meus olhos” (Jó 42.3).
“Afirmou um crítico literário, certa vez, que dois são os
defeitos do Livro de Jó. O primeiro é que o antagonista da história — Satanás —
sai de cena ainda no prólogo. E o segundo é que, diferentemente dos dramas gregos,
romanos e ingleses, a história de Jó tem um final feliz. Não obstante,
acrescenta o crítico literário, o Livro de Jó é o mais belo poema de todos os
tempos. O que os críticos literários seculares classificam como defeito, nós
chamamos de perfeição. Pois, de uma forma magistral o autor sagrado pôde
conduzir o drama de Jó sem a presença do adversário. E se o Livro de Jó é
concluído com final feliz, é porque se manteve com absoluta fidelidade aos
fatos. Se os gregos, romanos e ingleses não se afeitam aos finais felizes, os
que servimos a Deus sabemos que, apesar das intempéries, sempre haverá um final
surpreendente venturoso àqueles que confiam nas promessas de Deus. Conforte-se
na história de Jó! Se as suas angústias são grandes, maiores ser-lhe-ão as consolações.
De toda essa provação, sairá alguém bem melhor. Em sua história, também haverá
um final feliz” (ANDRADE, Claudionor de. Jó: O Problema do Sofrimento do Justo
e o seu propósito. Rio de Janeiro: CPAD, 2020, pp.196,197).
Subsídio do Professor:Bíblia Missionária de Estudo: “Jó recebeu uma nova revelação de Deus, ou seja, uma compreensão espiritual renovada. Por isso, ele se humilha diante desse grande Deus e se arrepende da maneira como o questionara. Uma possível paráfrase do v. 6 poderia ser: “eu me submeto, deixo de pressionar Deus por uma resposta e aceito consolo, o fim do estado de luto e de questionamento””. É necessário que o discípulo de Cristo se submeta em ser ensinado e moldado pelo Senhor, sabendo que Ele nos ama.
“Mesmo em frangalhos, e mesmo não passando de ruínas, deveria Jó, naquele momento, atuar como sacerdote daqueles que muito o feriram com suas palavras. Que incrível semelhança com o Senhor Jesus Cristo! Nosso Salvador, embora tenha sido retratado pelo profeta como alguém desprovido de parecer e formosura, intercedeu por nós pecadores (Is 53.2,3,12). Se este retrato que o profeta revela do Senhor parece forte, o que diremos da pintura que do mesmo Salvador faz Davi: ‘Mas eu sou verme, e não homem, opróbrio dos homens e desprezado do povo’ (Sl 22.6)? No auge da angústia, Jó era mui semelhante ao Senhor Jesus. Mas quão distante achava-se ele da glória exterior do sacerdócio araônico! No entanto, caber-lhe-ia orar por seus amigos, e por seus amigos oferecer os sacrifícios prescritos pelo Senhor” (ANDRADE, Claudionor de. Jó: O Problema do Sofrimento do Justo e o seu Propósito. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.191).
Subsídio do Professor:Bíblia de Estudo NAA: “É de extrema importância notar que a restauração de Jó ocorre somente neste ponto, quando ele se rendeu a Deus e foi reconciliado com seus amigos – ainda em seu estado de quebrantamento e desolação. Precisamente neste ponto, a comunhão é restabelecida [Jó 42.10-11] e o próprio Jó é restaurado [Jó 42.12-15]”.