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domingo, 18 de maio de 2025

Lição 8 - A Fidelidade na Mordomia Cristã: Um Chamado à responsabilidade e ao compromisso

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Introdução
Texto de Referência : Lucas 16.1-6
1 - E dizia também aos seus discípulos: Havia um certo homem rico, o qual tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens.
2 - E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isto que ouço de ti? Dá contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo.
3 - E o mordomo disse consigo: Que farei, pois que o meu senhor me tira a mordomia? Cavar, não posso mendigar tenho vergonha.
4 - Eu sei o que hei de fazer, para que, quando for desapossado da mordomia, me recebam em suas casas.
5 - E, chamando a si cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deve ao meu Senhor?
6 - E ele respondeu: Cem medidas de azeite. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e assentando-te já, escreve cinquenta.

1 - O Princípio da Mordomia

1.1 - O Conceito de Mordomia

Fundamento da Mordomia Cristã
O fundamento da mordomia cristã é o reconhecimento de que Deus é o Criador e dono de todas as coisas, e que o cristão é apenas um administrador (mordomo) dos recursos materiais e espirituais que Deus lhe confiou (Sl 24.1; 1Co 4.2).

Abrangência da Mordomia Cristã
A mordomia cristã abrange todas as áreas da vida: tempo, talentos, dons espirituais e ministeriais, tesouros (bens materiais), corpo, meio ambiente e relacionamentos. É uma chamado à fidelidade, responsabilidade, gratidão e serviço a Deus e ao próximo, reconhecendo que tudo o que temos pertence a Deus e deve ser usado para a Sua glória.

Conceito Teológico de "Mordomia Cristã"
Mordomia cristã é o exercício responsável, fiel e obediente da administração de todos os recursos dados por Deus (tempo, dons, bens materiais, corpo, meio ambiente e relações), com o propósito de glorificá-Lo e cooperar com a Sua missão no mundo. 
Este conceito se apoia em uma cosmovisão teocêntrica, na qual o ser humano é visto como um "mordomo" (do grego Oikonomos), ou seja, um administrador da "casa" de Deus.

"Que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel" (1Co 4.1,2).
Biblicamente, mordomo e despenseiro são termos relacionados e, em muitos contextos, são sinônimos, pois ambos se referem à pessoa encarregada de administrar os bens de outra pessoa, especialmente do senhor da casa. 

Referências Bíblicas que apoia o conceito de Mordomia :

(1) Soberania de Deus 
Tudo pertence a Deus (Sal 24.1; 1Co 10.26)

(2) Criação 
Deus criou o mundo e confiou ao ser humano o cuidado da criação (Gn 1.26-28; 2.15)

(3) Vocação e Missão 
O Cristão é chamado a servir a Deus com o que tem recebido tanto no âmbito material como espiritual (Rm 12.1; 1 Pedro 4.10)

(4) Responsabilidade e Prestação de Contas 
O mordomo é chamado a prestar contas de sua administração (Mt 25.14-30; Lc 16.1-13)

Aplicações Práticas
(a) Usar os dons espirituais para edificação do Corpo de Cristo
(b) Empregar os recursos financeiros com generosidade e propósito
(c) Valorizar e cuidar do tempo, do corpo e criação como dádivas de Deus
(d) Viver de forma ética, sustentável e solidária, em resposta ao senhorio de Cristo

1.2 - Você é um Mordomo Fiel ?
O mordomo fiel deve administrar os bens de seu Senhor com fidelidade, sabedoria, responsabilidade e propósito espiritual. A Bíblia apresenta diversos princípios que orientam a forma como o cristão deve exercer essa mordomia :

(1) Com Fidelidade
Fidelidade significa agir de acordo com a vontade do Senhor, não buscando interesses próprios, mas a glória de Deus: "Além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel" (1Co 4.2).

(2) Com Responsabilidade e Prestação de Contas
O mordomo sabe que prestará contas a Deus por tudo o que lhe foi confiado: "Depois de muito tempo, o senhor daqueles servos voltou e acertou contas com eles" (Mt 25.19)

(3) Com Sabedoria e Discernimento
Deve tomar decisões sábias no uso dos recursos, agindo com prudência e sensatez : "Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor confiará os seus servos..." (Lc 12.42).

(4) Com Generosidade e Justiça
O bom mordomo entende que os bens devem ser usados também para abençoar o próximo e promover a justiça : "ordene aos ricos ... que sejam ricos em boas obras, generosos e prontos a repartir" (1Tm 6.17-18)

(5) Com Propósito Eterno
O foco não está na acumulação, mas na eternidade e no Reino de Deus : "Ajuntai para vós tesouros no céu" (Mt 6.20)
  
1.3 - Administrando os Bens Recebidos
O erro do mordomo da parábola em Lucas 16.1-13 foi a má administração dos bens do seu senhor, agindo de forma desonesta e irresponsável.

Resumo do parábola
Jesus conta que um mordomo foi acusado de dissipar os bens do seu senhor. Ao saber que perderia o cargo, ele tomou medidas para garantir seu futuro: chamou os devedores de senhor e reduziu as dívidas deles de forma estratégica, provavelmente para ganhar favores e ser bem recebido após ser demitido (Lc 16.4).

Erros principais do mordomo 

(1) Mau uso de bens alheio (Lc 16.1)
Ele foi acusado de esbanjar ou dissipar os recursos do seu senhor, ou seja, foi negligente e desonesto como administrador.

(2) Falta de Fidelidade (Lc 16.2)
Não prestou contas adequadamente, o que revela irresponsabilidade moral e administrativa

(3) Ação interesseira e manipuladora (Lc 16.3-7)
Ao perceber que perderia o cargo agiu com astúcia, distorcendo valores das dívidas, para garantir acolhimento posterior.

Importante Observar
"O senhor elogiou o administrador desonesto por agir com astúcia, pois os filhos deste mundo são mais sagazes no trato com seus semelhantes do que os filhos da luz" (Lc 16.8)
Jesus não elogia a desonestidade, mas a esperteza (astúcia) do mordomo diante de uma crise iminente, pois usou o dinheiro da injustiça para fazer amigos e lhe trazer acolhimento no futuro (Lc 16.9).

O Mordomo Cristão deve fugir do que é Errado
O mordomo da parábola era perverso, cujo desejo interior estava voltado para o mal, amava o que era errado, agindo em contraste com os justos e fora das ordens de seu senhor, por isso caiu em uma armadilha mortal, aqui simbolizada pela sua demissão.
O Mordomo Cristão deve agir ao contrário do mordomo da parábola para que possa ser abençoado e aprovado no dia da prestação de contas. 

"Vivam entre os pagãos de maneira exemplar, para que, naquilo em que os acusam de praticar o mal, observem as boas obras de vocês e glorifiquem a Deus no dia da sua intervenção" (1Pe 2.12)
O apóstolo Pedro escreve para cristãos espalhados pelo mundo romano, muitos deles sendo perseguidos ou mal vistos por sua fé. O apelo é para que vivam de maneira santa e irrepreensível mesmo em meio a uma sociedade hostil. Pedro faz apelo a ética, respeito, honestidade, bondade e amor prático, pois haverá o dia da intervenção, que pode se referir tanto ao juízo final quanto a momentos de salvação e arrependimento.

2 - O Pai Exemplar

2.1 - O Caráter do Mordomo Fiel
"Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito" (Lc 16.10)
Após contar a parábola, Jesus tira lições práticas sobre a vida espiritual e o caráter dos seus seguidores:
(a) Jesus afirma que a fidelidade é uma questão de caráter, não de quantidade, se é sobre muito ou pouco.
(b) A pessoa fiel com pequenas responsabilidades ou recursos, será também fiel quando receber coisas maiores.
(c) Isso mostra que Deus observa como lidamos com o "pouco" para nos confiar "mais" (ver Lc 19.17)
(d) Assim como a fidelidade se revela nas pequenas coisas, a injustiça também.
(e) Uma pessoa que é desonesta ou negligente em pequenas tarefas não deve ser confiada com grandes encargos
(f) Isso alerta contra a ideia de que "quando eu tiver mais, então serei fiel", a fidelidade começa agora.

Aplicações Práticas
(a) Deus testa e prepara seus servos através da fidelidade no cotidiano no trabalho, na família, nos recursos, no tempo.
(b) A maneira como usamos o que temos hoje revela nossa maturidade espiritual e determina como Deus nos confiará mais.
(c) Devemos cultivar integridade constante, mesmo quando ninguém está vendo, pois o caráter se forma nas pequenas decisões.

2.2 - Os Mordomos do Senhor
O mordomo infiel da parábola tinha total autoridade em relação a administração dos recursos do seu senhor, e infelizmente foi negligente e irresponsável.
"Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém" (1Pe 4.11)
Da mesma forma, o cristão também recebe recursos materiais e espirituais do Senhor, e como bom mordomo deve ser zeloso, sábio, responsável e fiel para que o nome de Deus seja glorificado e honrado.

2.3 - O que Você tem nas Mãos Hoje ?
Quais são os recursos materiais e espirituais que Deus tem colocado nas suas mãos ? Temos cuidado com Zelo e Integridade na sua administração ? Será que não estamos demasiadamente apegado aos nossos bens materiais ? 

"Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele" (1Tm 6.7)
Aqui o apóstolo Paulo está orientando Timóteo sobre os perigos do amor ao dinheiro, exortando-o a cultivar a piedade com contentamento e a não se deixar dominar por desejos materiais.
Paulo nos lembra da nossa origem terrena simples e temporária. Chegamos ao mundo sem posses, sem poder, e isso evidencia nossa dependência total de Deus desde o início.
Assim como viemos sem nada, também partiremos sem nada material, isso nos alerta sobre a futilidade de colocar o coração nas riquezas, que são passageiras e não têm valor eterno.
Paulo ensina que os bens materiais não devem ser o foco da vida cristã. O que realmente levaremos da vida são os frutos espirituais e a nossa fidelidade a Deus.

Aplicações Práticas
(a) Viva com simplicidade e gratidão sabendo que tudo que temos é temporário.
(b) Invista em valores eternos, como fé, amor, serviço e generosidade
(c) Lembre-se de que a vida não se resume a posses, mas à nossa relação com Deus e com o próximo.

3 - Sejamos Mordomos Fiéis

3.1 - Mordomia e Caráter Íntegro
Mordomia cristã e caráter íntegro estão profundamente ligados, pois um mordomo fiel só pode administrar bem os recursos que Deus lhe confiou se tiver um caráter moldado pela integridade, fidelidade e temor do Senhor.
A forma como alguém cuida do que não é seu (tempo, dinheiro, dons, oportunidades) revela quem essa pessoa é por dentro.
A Fidelidade prática é reflexo de um caráter íntegro.
O Caráter íntegro é essencial para um boa mordomia.
José, por exemplo, é um grande exemplo: foi mordomo na casa de Potifar e agiu com pureza e lealdade mesmo sendo injustiçado (Gn 39). Lembremos que o caminho de crescimento no Reino de Deus está alinhado à integridade.
Sem integridade, a mordomia se transforma em abuso: uso egoísta, desonesto ou negligente dos recursos de Deus. O  mau mordomo de Lucas 16 foi infiel e, por isso, perdeu a confiança do seu senhor.

"Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque ou há de aborrecer a um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamon" (Lc 16.13).
Jesus ensina que a lealdade do coração não pode ser dividida. O ser humano foi criado para servir a um único Senhor. Tentar agradar a Deus e ao mesmo tempo viver dominado pelo amor ao dinheiro (riquezas ou "Mamon") é incompatível.
Jesus nos chama a fazer um escolha clara: Deus ou o Dinheiro? A verdadeira mordomia cristã exige fidelidade a Deus acima de qualquer bem material.

3.2 - O Mordomo Fiel
Aqui, nosso comentarista cita Eliezer, o mordomo de Abraão como um exemplo de Mordomo Fiel.
Eliezer era o mordomo-chefe ou servo principal de Abrão, alguém de grande confiança, possivelmente nascido ou adquirido em Damasco. Na cultura da época, um servo fiel podia herdar os bens do seu senhor caso este não tivesse filhos. Abaixo vou pontuar algumas qualidades de Eliezer :

(1) Fidelidade e Confiança
Abraão confiava tanto nele que, sem um filho, considerava deixá-lo como herdeiro legítimo. Isso demonstra um caráter íntegro e lealdade constante. Com o nascimento de Isaque, o herdeiro prometido, Eliezer aceito a vontade de Deus demostrando humildade e desprendimento; ele servia sem ambição pessoal.

(2) Discrição e Submissão
Eliezer não é mencionado como alguém que buscava poder ou posição. Ele era discreto e submisso à autoridade de Abraão.

(3) Responsabilidade
Como mordomo, era encarregado de administrar os bens e negócios da casa de Abraão. isso exigia organização, sabedoria e discernimento.

(3) Obediência e Zelo
Embora Gênesis 15 seja sua primeira menção, em Gênesis 24, ele é enviado para buscar uma esposa para Isaque. Ali vemos que ele era zeloso, orava a Deus, e era fiel à missão que recebeu.

O Mordomo precisa conhecer bem o seu senhor
O mordomo só consegue exercer sua função com excelência, representando fielmente e administrando os bens de acordo com sua vontade, se conhecê-lo bem. Sem esse conhecimento, o mordomo corre o risco de agir por interesse próprio, negligência ou desobediência. Portanto, conhecer bem o seu senhor :
(1) Para cumprir corretamente a vontade dele
(2) Para agir com sabedoria, de acordo com o caráter do senhor
(3) para evitar a infidelidade e o egoísmo
(4) Para prestar contas com fidelidade
(5) Porque o serviço é um reflexo do relacionamento

3.3 - Administrando com Honestidade
Como vimos acima, Conhecer bem o Senhor é o alicerce da verdadeira mordomia cristã. Não basta apenas trabalhar, para ser aprovado é preciso trabalhar com fidelidade, em alinhamento com a vontade dEle, e isso só é possível com um relacionamento profundo e obediente.


Comentário 
Pr. Éder Tomé

Referências

[1] Bíblia Sagrada (ARC) – Sociedade Bíblica do Brasil - 4° edição - 2009
[2] Bíblia Sagrada King Jones – Atualizada – Fiel aos Originais
[3] Bíblia Sagrada (NTLH) - Linguagem de Hoje
[4] Revista Betel Dominical Adultos - 2T - 2025

domingo, 11 de maio de 2025

Lição 7 - Liberalidade, uma atitude de Gratidão e Reconhecimento

  

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Lei 9.610/98 (Direitos Autorais)

Nosso subsídio (comentário da lição) não é o mesmo conteúdo da revista Betel Dominical Adultos, é apenas um texto de auxílio complementar referente aos tópicos e subtópicos da lição

Introdução
Texto de Referência : 2 Coríntios 9.6-10
6 - E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância também ceifará.
7 - Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade, porque Deus ama ao que dá com alegria.
8 - E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, superabundeis em toda boa obra,
9 - Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre.
10 - Ora, aquele que dá a semente ao que semeia e pão para comer; também multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça.

1 - Ofertando com Alegria

1.1 - A Alegria de Contribuir

A Generosidade como um Dom Espiritual
"Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada. Se alguém tem o dom de profetizar; use-o na proporção da sua fé. Se o seu dom é servir, sirva; se é ensinar, ensine; se é dar ânimo, que assim faça; se é contribuir, que contribua generosamente, se é exercer liderança, que a exerça com zelo; se é mostrar misericórdia, que o faça com alegria" (Rm 12.6-8)
Aqui o apóstolo Paulo considerou a generosidade como um dom espiritual, ele lista diferentes dons espirituais dados pelo Espírito Santo aos cristãos, e entre eles está o dom de "repartir com liberalidade" ou "contribuir generosamente". Isso indica que Paulo via a generosidade não apenas como uma atitude ou comportamento, mas como uma capacitação espiritual concedida por Deus a alguns crentes para abençoar os outros de maneira especial.

A Generosidade não é um Peso
"Cada um contribua, segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade, porque Deus ama ao que dá com alegria" (2Co 9.7)
A pessoa com esse dom não contribui por obrigação, como se fosse um peso, mas sua contribuição parte do coração e com alegria.

1.2 - Contribuindo de Coração
O Dom da Generosidade, segundo o apóstolo Paulo, manifesta-se como capacidade especial de compartilhar recursos materiais, tempo,  apoio e encorajamento de maneira voluntária e abundante. Para Paulo, esse dom não se limitava apenas a dar dinheiro, mas abrangia todo tipo de ajuda prática para suprir as necessidades dos outros.
A pessoa com esse dom não contribui por obrigação, como se fosse um peso, mas sua contribuição parte do coração e com alegria. 
  
1.3 - As Ofertas Voluntárias
As contribuições de Davi influenciaram significativamente as ofertas voluntárias do povo a construção do templo em Jerusalém. Davi não apenas preparou materiais em grande quantidade e doou de seus próprios tesouros pessoais (1Crônicas 29.2-5), mas também demonstrou uma atitude de generosidade e devoção a Deus. Seu exemplo como líder inspirou os líderes de Israel e o povo a também oferecerem voluntariamente para o projeto (1Crônicas 29.6-9).
A atitude de Davi mostrou que a liderança pelo exemplo é poderosa. Quando o povo viu a generosidade e dedicação de Davi, foi motivado a seguir o mesmo caminho, resultando em uma grande coleta de recursos para o templo.

2 - A Igreja Exemplar

2.1 - Uma Igreja Rica em Amor
Em 2 Coríntios 8 ao 9, Paulo elogia os crentes da Macedônia, que mesmo em dificuldades, foram generosos para ajudar outros crentes necessitados em Jerusalém.
As Igrejas da Macedônia: Filipos, Tessalônica e Bereia são exemplos de Igrejas que contribuíram generosamente, mesmo em tribulações e com dificuldades financeiras.
Os Filipenses, por exemplo, apoiaram o ministério do apóstolo Paulo, sustentaram em seu trabalho missionário (Fp 4.15-18).
Em 2 Coríntios 8.13-15, Paulo se preocupa com a "Distribuição com justiça" orientando que a generosidade deve visar à igualdade, para que aqueles que têm mais possam ajudar os que têm menos.

2.2 - Os Gentios Socorrem os Judeus
Nas Igrejas Gentílicas, Paulo ensinou e aplicou o dom da generosidade mostrando a existência da Unicidade da Igreja de Cristo, vejamos :

(1) Organizou Coletas para os Pobres
Especialmente para os crentes judeus de Jerusalém que passavam por dificuldades (1Co 16.2-4).

"No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam coletas quando eu chegar" (1Co 16.2)
"Primeiro dia da Semana" : refere-se ao domingo, o dia em que os cristãos primitivos se reuniam para adorar (Atos 20.7). Paulo orienta que a coleta seja feita de forma sistemática e regular.
"Cada um de vós" : Indica que todos os membros da igreja deveriam participar, independentemente de sua condição financeira.
"conforme a sua prosperidade" : O valor dado deveria ser proporcional ao que cada pessoa possuía. Não era um quantia fixa, mas baseada na capacidade individual. Todos na Igreja foram chamados a participar, não apenas os mais ricos.
"Para que não se façam coletas quando eu chegar" : Paulo queria que tudo estivesse organizado e pronto antes de sua chegada, evitando desordem e constrangimento. Dar não deveria ser uma decisão impulsiva, mas algo planejado e regular.

"E, quando tiver chegado, enviarei com cartas aqueles que aprovardes para levar a vossa dádiva a Jerusalém" (1Co 16.3)
"Com Cartas" : Paulo garantiria que os portadores da oferta levassem uma recomendação escrita, autenticando que eram representantes da igreja. Os fundos arrecadados deveriam ser entregues por pessoas confiáveis, com o apoio de cartas de recomendação.
"Aqueles que aprovardes" : A escolha dos mensageiros deveria ser feita pela igreja de Corinto, garantindo transparência e confiança. 
"Levar a vossa dádiva a Jerusalém" :  O objetivo final era ajudar os cristãos pobres em Jerusalém.

"E, se valer a pena que eu também vá, irão comigo" (1Co 16.4)
"se valer a pena" : Paulo estaria disposto a acompanhar os mensageiros, mas apenas se fosse necessário.
"irão comigo" : Ele se coloca à disposição para garantir que a oferta chegasse de forma segura e honesta.


(2) Ensinou sobre o Princípio da Semeadura e Colheita
Paulo incentivou os coríntios a serem generosos, garantindo que Deus supriria suas necessidades (2Co 9.6-11).

(3) Reconheceu e Honrou os Generosos
Como no caso dos Filipenses, que foram abençoados por seu apoio contínuo (Fp 4.19).

2.3 - Um Exemplo a ser seguido
O apóstolo Paulo, mostrou para as demais Igrejas Gentílicas as atitudes das Igrejas da Macedônia como um exemplo a ser seguido pelas demais.
"Quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia" (1Co 16.1)
Como já mencionado o apóstolo Paulo estava organizando uma coleta para ajudar os cristãos pobres da igreja de Jerusalém. Esta era uma expressão prática da unidade e amor entre as igrejas primitivas.
Aqui, Paulo instrui a Igreja de Corinto a seguir as mesmas diretrizes que deu à Igrejas da Galácia. Isso mostra que a coleta era um esforço coordenado entre várias Igrejas, refletindo o cuidado mútuo entre os cristãos.
O termo "santos" aqui significa os cristãos em geral, que eram considerados santos por estarem separados para Deus.

Aplicação Prática

(1) Unidade na Generosidade
Igrejas em diferentes regiões foram chamadas a participar de uma mesma causa, mostrando que a generosidade é uma responsabilidade coletiva dos cristãos.

(2) Organização
Paulo não apenas incentiva a doação, mas também a organiza de maneira prática, garantindo que a ajuda fosse eficaz.

(3) Princípio de Solidariedade
Ensina que a Igreja não é apenas uma comunidade local, mas um família global que deve se ajudar mutuamente.


3 - A Generosidade Cristã

3.1 - Abundantes em Generosidade

O Pedido para Participar da Ajuda aos Santos de Jerusalém
"pediram com insistência que os deixássemos participar da ajuda para o povo de Deus da Judeia e eles insistiram nisso" (2Co 8.4)
Os irmãos da Macedônia, estavam prontos para contribuir com alegria e não por uma obrigação, o pedido de consentimento para poder contribuir para ajudar os irmãos da Judeia, demostra que eles estavam cheios da graça de Deus, por isso foram tomados como exemplos para as demais igrejas.

3.2 - Abundantes em Solidariedade
Conforme mencionado, O Princípio de Solidariedade ensina que a Igreja não é apenas uma comunidade local, mas um família global que deve se ajudar mutuamente, nesse sentido podemos afirmar que os irmãos da Macedônia tornaram um exemplo de solidariedade.

3.3 - A Responsabilidade dos Cristãos
Baseado no que aprendemos nessa lição sobre liberalidade (generosidade) nos ensinamentos de Paulo, como cristãos temos o privilégio de socorrer os necessitados, e o que podemos fazer de maneira individual ou coletiva de forma prática ? Abaixo vou deixar algumas formas práticas :

(1) Educação e Encorajamento sobre Generosidade
Ensinar que a generosidade é um dom espiritual e que cada cristão pode participar, seja financeiramente, com tempo ou habilidades.
Promover estudos bíblicos que abordem os ensinamentos de Paulo sobre generosidade, como em 2 Coríntios 8 ao 9.

(2) Ofertas e Coletas para Necessitados
Organizar campanhas de doações para ajudar famílias carentes, missionários ou cristãos em crise, segundo o exemplo de Paulo com a coleta para os santos em Jerusalém.
Transparência na gestão dos recursos arrecadados, garantindo que eles cheguem a quem realmente precisa.

(3) Apoio a Ministérios e Missionários
A Igreja pode sustentar missionários ou apoiar projetos sociais com recursos regulares, assim como os filipenses apoiaram Paulo (Fp 4.15-18).
Criar uma cultura de apoio contínuo, não apenas em momentos de crise.

(4) Envolvimento Pessoal
Os membros são encorajados a doar não apenas dinheiro, mas também tempo, como servir em projetos sociais, visitar enfermos ou ajudar novos convertidos.
Identificar membros com o dom da generosidade e capacitá-los para liderar iniciativas de apoio.

(5) Prática de Igualdade
Distribuir recursos de maneira justa entre os que têm mais e os que têm menos, promovendo uma comunidade onde ninguém passe necessidades (2Co 8.13-15).
Desenvolver programas de apoio mútuo, como cestas básicas, apoio psicológico e treinamento profissional.

(6) Reconhecimento e Gratidão
A igreja pode reconhecer publicamente aqueles que demonstram generosidade, não para exaltar o doador, mas para encorajar outros, como fizemos ao tomar Davi como exemplo para o povo de Israel e como Paulo fez com os filipenses, mostrar gratidão e orar por aqueles que são generosos.


Comentário 
Pr. Éder Tomé

Referências

[1] Bíblia Sagrada (ARC) – Sociedade Bíblica do Brasil - 4° edição - 2009
[2] Bíblia Sagrada King Jones – Atualizada – Fiel aos Originais
[3] Bíblia Sagrada (NTLH) - Linguagem de Hoje
[4] Revista Betel Dominical Adultos - 2T - 2025