Total de visualizações de página

sábado, 8 de outubro de 2022

Lição 3 - A Ação do Espírito Santo antes do Pentecostes

 

                         CLIQUE AQUI - BAIXAR SLIDE - TELA PROJEÇÃO: PADRÃO

                         CLIQUE AQUI - BAIXAR SLIDE - TELA PROJEÇÃO: WINDSCREEN

                         CLIQUE AQUI - SAIBA COMO BAIXAR SLIDE


               Subsídio aos Professores

                                             CLIQUE AQUI - BAIXAR SUBSÍDIO (PDF)

                                             CLIQUE AQUI - BAIXAR SUBSÍDIO (WORD)



Lei 9.610/98 (Direitos Autorais)

Nosso subsídio (comentário da lição) não é o mesmo conteúdo da revista Betel Dominical Adultos, é apenas um texto de auxílio complementar referente aos tópicos e subtópicos da lição. 

Introdução 

O texto de referência :
E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. (Gênesis 1.2)
E o enchi do Espírito de Deus, e de sabedoria, e de entendimento, e de ciência em todo artifício. (Êxodo 31.3)
Então entrou em mim o Espírito, quando falava comigo, e me pôs em pé,  e ouvi o que me falava. (Ezequiel 2.2)
Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. (Mateus 4.1)

1 - O Espírito Santo na Criação
"E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas." (Gn 1.2)
É aqui que a palavra "Espírito" aparece pela primeira vez, e aparece participando ativamente na criação.
Qual é a origem do Espírito Santo?
A origem do Espírito Santo não se encontra nas tábuas genealógicas, pois, sendo Ele um dos membros da Divindade, é a origem de si mesmo e a causa de sua própria substância.[6]
A natureza do Espírito Santo se evidencia através da sua definida personalidade, sua participação ativa nos atos criativos da divindade, suas manifestações e obras, seus símbolos e nomes. Sem o Espírito Santo não haveria criação, o universo, nem a raça humana. 
O Espírito Santo é da mesma essência divina que o Pai e o Filho, possui a mesma natureza, mesmos atributos:
(1) Onipotência: Pode todas as coisas 
(2) Onisciência: Tem pleno conhecimento de tudo. Seu saber é perfeito e infinito, em relação passado, presente e futuro. Ele é eterno: não tem princípio e nem fim (Sl 139.2) 
(3) Onipresença: Está presente em todo lugar, de modo pleno (Jr 23.23-24). Conhece todos os atos e pensamentos dos crentes. Ele perscruta o seu entendimento. [7]


1.1 - A Ação do Espírito Santo na Criação
"Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente." (Hb 11.3)
Albert Barnes: A "Fé" aqui exercida é a confiança na verdade das declarações divinas em relação a criação. O significado é que nosso conhecimento sobre esse assunto é uma mera questão de fé no testemunho divino. Não é que pudéssemos "raciocinar" isso e demonstrar que os mundos foram assim criados; não é que a história profana retorne a esse período e nos informe isso; é simplesmente que Deus nos disse isso em sua palavra. Depois de todos os atos de fé que já foram exercidos neste mundo, talvez não exista nenhum que seja realmente mais forte, ou que exija maior confiança em Deus, do que a declaração de que esse vasto universo foi trazido à existência por uma palavra. [5]
Portanto, pela fé na palavra de Deus, cremos que Deus trouxe a existência a terra sem forma e vazia [desabitada] e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. É através da nossa fé que derrubamos qualquer teoria que tente explicar a origem do universo, como: a teoria do evolucionismo e a teoria do Big Bang, onde tudo parece ter se originado por acaso sem a interferência de um ser supremo.

Trindade
Na Bíblia não encontramos a palavra "Trindade", mas encontramos evidências da operação de um Deus único através de três pessoas divinas: Deus Pai, Filho e Espírito Santo:
"Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo, e estes três são um." (1Jo 5.7)
Segundo o Manual de doutrinas das Assembleias de Deus: "Cremos em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19 e Mc 12.29).
Há várias passagens bíblicas que deixa claro a existência da Trindade desde o Antigo Testamento:
"E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas." (Gn 1.2)
"E disse Deus FAÇAMOS o homem à nossa imagem..." (Gn 1.26)
"Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de NÓS" (Gn 3.22)
"Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de vir por NÓS?" (Is 6.8)

1.2 - O Espírito se movia sobre a face das águas.
No segundo versículo da Bíblia, podemos notar a ação do Espírito Santo na criação do mundo:
"E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas." (Gn 1.2)
Thomaz Coke: A Terra em seu primeiro estado era um mero caos confuso, sem qualquer forma regular, sem a existência de plantas, animais, árvores, etc. tudo ainda estava em estado estagnado... a terra estava envolvida na escuridão total; havia privação absoluta de toda a luz. [5]
Mesmo nestas condições, o Espírito Santo, a terceira pessoa da trindade se movia sobre a face das águas, ou seja, já estava participando do processo de criação do globo terrestre, Thomaz Coke, enfatiza que o Espírito Santo agitou a vasta massa confusa de matéria e a colocou em forma.
 
1.3 - O Espírito e o Seu poder criador e sustentador
Assim como o termo "Trindade" não aparece na Bíblia, o termo "Espírito Santo" também não aparece no Antigo Testamento, por vezes aparece como "Espírito" , "Espírito de Deus"  e  "Espírito do Senhor", todavia, há muitas passagens que mostra a ação do Espírito Santo na Criação.
Jó escreveu: "O Espírito de Deus me fez; e a inspiração do Todo-Poderoso me deu vida." (Jó 33.4)

2 - É o Espírito quem capacita o Homem

Bispo Oídes José do Carmo [4]

2.1 - A Ação do Espírito na Vida dos Artesãos
Observemos os textos abaixo:

Êxodo 31
1 - Depois falou o SENHOR a Moisés, dizendo:
2 - Eis que eu tenho chamado por nome a Bezalel, o filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá.
3 - E o enchi do Espírito de Deus, de sabedoria, e de entendimento, e de ciência, em todo o lavor,
4 - Para elaborar projetos, e trabalhar em ouro, em prata, e em cobre,
5 - E em lapidar pedras para engastar, e em entalhes de madeira, para trabalhar em todo o lavor.
6 - E eis que eu tenho posto com ele a Aoliabe, o filho de Aisamaque, da tribo de Dã, e tenho dado sabedoria ao coração de todos aqueles que são hábeis, para que façam tudo o que te tenho ordenado.
7 - A saber: a tenda da congregação, e a arca do testemunho, e o propiciatório que estará sobre ela, e todos os pertences da tenda;
8 - E a mesa com os seus utensílios, e o candelabro de ouro puro com todos os seus pertences, e o altar do incenso;
9 - E o altar do holocausto com todos os seus utensílios, e a pia com a sua base;
10 - E as vestes do ministério, e as vestes sagradas de Arão o sacerdote, e as vestes de seus filhos, para administrarem o sacerdócio;
11 - E o azeite da unção, e o incenso aromático para o santuário; farão conforme a tudo que te tenho mandado.

Deus arquitetou o Tabernáculo e ordenou sua construção em parceria com o povo de Israel durante a peregrinação no deserto. Mesmo sendo um projeto de caráter provisório, visto que o povo de Israel não iria peregrinar perpetuamente no deserto, Deus fez questão de passar em detalhes a medida do tabernáculo, e seus respectivos espaços: Pátio, Lugar santo, Lugar Santíssimo; bem como deveria ser confeccionados os objetos sagrados: O Altar dos holocaustos, a Pia de bonze, a mesa dos pães, o altar de incenso, etc. 
O objetivo de Deus era habitar no meio do povo de Israel:
"E me farão um santuário, e habitarei no meio deles" (Êx 25.8)
Elienai Cabral: O Tabernáculo seria um santuário em pleno deserto, onde Deus habitaria entre o seu povo [...] Deus elaborou a engenharia e arquitetou toda a construção do Tabernáculo, dando a Moisés a relação dos materiais que deveriam ser utilizados. No monte Sinai, o Altíssimo deu a Moisés as diretrizes para construir o lugar onde Ele habitaria. [8] 
Para que o projeto do Tabernáculo saísse do papel e fosse materializado, Deus chamou pessoas especiais para executar esse trabalho como vimos no texto bíblico acima. Para talhar as peças do tabernáculo, Deus chamou Bezalel da Tribo de Judá e Aoliabe da Tribo de Dã.
É justamente aqui nesse ponto que nos chama a atenção, pois tanto Bezalel como Aoliabe foram cheios do Espírito Santo, ambos foram capacitados pelo Espírito de Deus para trabalharem com o ouro, prata, bronze e madeira; ambos foram dotados de sabedoria, entendimento, e de ciência em todo artifício (habilidade) para fazer conforme Deus havia ordenado e ensinar o ofício a outras pessoas:
"Também lhe dispôs o coração para ensinar a outros; a ele e a Aoliabe, o filho de Aisamaque, da tribo de Dã." (Êx 35.34).
Hoje na Igreja local, o Espírito Santo capacita a irmandade na diversidade de dons e talentos, capacitando-os a liderança espiritual, ação social, ensino, evangelização, capelania, na parte musical e nas demais necessidades.
Elianai Cabral: No Reino de Deus muitas habilidades poderão ser utilizadas, não somente as de caráter espiritual, mas também as de caráter social, educacional e material.[8]
  
2.2 - A Ação do Espírito Santo na vida dos profetas

Os Profetas falavam pelo Espírito em nome do Senhor:
"Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas." (Am 3.7)
"Quando o profeta falar em nome do Senhor, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele." (Dt 18.22)

Os Profetas eram inspirados pelo Espírito de Deus:
"Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo." (2Pe 1.21)

Ezequiel recebeu o Espírito de Deus:
"Então entrou em mim o Espírito, quando ele falava comigo, e me pôs em pé, e ouvi o que me falava" (Ez 2.2)

2.3 - A Ação do Espírito na Vida dos reis de Israel

O Espírito de Deus se apoderou na vida de alguns reis de Israel, nossa lição destaca esse ocorrido na vida do rei Saul e do rei Davi.

Ao ungir o rei Saul :
"E o Espírito do Senhor se apoderará de ti, e profetizarás com eles, e tornar-te-ás um outro homem" (1Sm 10.6)
Quando o rei Saul se apostatou da fé:
"E o Espírito do Senhor se retirou de Saul, e atormentava-o um espírito mau da parte de Deus." (1Sm 16.14)
O Espírito de Deus estava na vida do rei Davi:
"E sucedia que, quando o espírito mau, da parte de Deus, vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa e a tocava com a sua mão; então, Saul sentia alívio e se achava melhor, e o espírito mau se retirava dele." (1Sm 16.23)
O rei Davi tinha medo do Espírito do Senhor se retirar dele, como ocorreu com o rei Saul:
"Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo." (Sl 51.11)

3 - O Espírito Santo nos Evangelhos

3.1 - Israel antes da Efusão do Espírito
Na História do povo de Israel, podemos observar que havia os altos e baixos em relação a questão espiritual.
O ministério de Jesus Cristo foi marcado pela frieza espiritual dos religiosos da época (Fariseus, Saduceus, Herodianos), além dessa questão religiosa, havia muita desordem, instabilidade e insegurança quanto as questões políticas. A hipocrisia, o legalismo e a arrogância predominava entre os religiosos da época, além disso, muitas pessoas se aproximaram de Jesus por interesse políticos, pensavam que Jesus tomaria o trono do rei Herodes e libertaria o povo de Israel do domínio do Império Romano.
Essa linha de entendimento era tão forte em Israel, que mesmo depois da Morte e Ressurreição de Jesus, seus discípulos perguntaram:
"Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino de Israel?" (At 1.6)
Vemos aqui que mesmo os discípulos de Jesus não estavam compreendendo as profecias messiânicas. Jesus, o Messias veio estabelecer o plano de salvação para a humanidade, veio para anunciar o futuro Reino de Deus e não criar o reino de Israel. Essa interpretação equivocada dos judeus, os tornaram cegos quanto as profecias do Antigo Testamento, Jesus foi rejeitado e ainda é rejeitado como Messias para os judeus. Mesmo nesse contexto espiritual, O Espírito Santo estava ativo na vida de muitas pessoas: Isabel e Zacarias, Maria e José, Simeão, João Batista, os discípulos de Jesus, e outros.

3.2 - O Espírito Santo estava sobre Cristo
Lendo os evangelhos que foram escritos por Mateus, Marcos, Lucas nos anos 55-65 d.C e o evangelho de João dos anos 80-95 d.C , podemos perceber que o Espírito Santo estava sobre Cristo conforme as profecias do Antigo Testamento.
"Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará. E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor." (Is 11.1-2)
Albert Barnes: Não há dúvida de que aqui é feita referência ao Espírito Santo, a terceira pessoa da sagrada Trindade, que desce sobre Jesus Cristo na plenitude de suas influências e produzindo nele perfeita sabedoria, conhecimento e temor do Senhor. [5]
Como pode o Espírito Santo sendo Deus estar sobre Cristo que também é Deus? Pode Jesus ser enriquecido com o dom e a graça do Pai ?
Bem sabemos que Jesus ao ser encarnado tinha duas naturezas: A Divina e a humana. John Calvin em seus escritos explica que o Espírito Santo estava sobre Cristo na medida que Ele se tornou humano, como Ele desceu até nós, recebeu os dons do Espírito para que Ele pudesse conceder-nos.
Albert Barnes: Jesus era um homem descendente da linha honrada de Davi (filho de Jessé) e como homem, ele era provido para o seu trabalho pela ação do Espírito Santo.[5]

"E o menino crescia, e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre Ele." (Lc 2.40)
John Calvin: Cristo recebeu, em sua natureza humana, de acordo com sua idade e capacidade, um aumento dos dons gratuitos do Espírito para que "de sua plenitude", Ele possa derramar sobre nós; pois extraímos graça de sua graça. [5]

"E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo." (Mt 3.16-17)
Albert Barnes: O Espírito Santo desceu sobre Cristo em forma de uma pomba, símbolo de pureza de coração, inofensividade e gentileza. A forma escolhida aqui foi sem dúvida um emblema da inocência, mansidão e ternura do Salvador. O dom do Espírito Santo, dessa maneira, foi a aprovação pública de Jesus, e um sinal de que Ele foi designado para o ofício de Messias [5]

"E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto; e quarenta dias foi tentado pelo diabo ..." (Lc 4.1-2)
Aqui a frase "foi levado pelo Espírito ao deserto" significa que Jesus foi influenciado ou direcionado pelo Espírito Santo a ir ao deserto e lá seria tentado pelo diabo.
Adam Clarke: Durante os quarenta dias e quarenta noites em que se diz que Jesus foi tentado pelo diabo, Ele é levado, continuamente sustentado e apoiado pelo Espírito Santo.[5]

3.3 - O mesmo Espírito que estava sobre Jesus está na Sua igreja

Bispo Oídes José do Carmo [4] 

Comentário 
Pr. Éder Tomé

Referências

[1] Bíblia Sagrada (ARC) – Sociedade Bíblica do Brasil - 4° edição - 2009
[2] Bíblia Sagrada King Jones – Atualizada – Fiel aos Originais
[3] Bíblia Sagrada (NTLH) - Linguagem de Hoje
[4] Revista Betel Dominical Adultos - 4T - 2022
[5] versículoscomentados.com.br
[6] A Existência e a Pessoa do Espírito Santo - CPAD - Pág. 11
[7] Revista Discipulado Mestre 1 - CPAD - Pág. 58 
[8] Revista CPAD Adultos - 2T - 2019 - Elienai Cabral - Pág.7

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Lição 3 - As Abominações do Templo

 


               Subsídio aos Professores

                                             CLIQUE AQUI - BAIXAR SUBSÍDIO (PDF)

                                             CLIQUE AQUI - BAIXAR SUBSÍDIO (WORD)


Lei 9.610/98 (Direitos Autorais)

Nosso subsídio (comentário da lição) não é o mesmo conteúdo da revista Lições Bíblicas CPAD Adultos, é apenas um texto de auxílio complementar referente aos tópicos e subtópicos da lição. 

Introdução 

Nesta aula estudaremos o texto Bíblico que fica em Ezequiel 8
5 - E disse-lhe: Filho do homem, levanta, agora, os teus olhos para o caminho do norte. E levantei os meus olhos para o caminho do norte, e eis que da banda do norte, à porta do altar, estava esta imagem de ciúmes, à entrada.
6 - E disse-lhe: Filho do homem, vês tu o que eles estão fazendo? As grandes abominações que a casa de Israel faz aqui, para que me afaste do meu santuário? Mas verá ainda maiores abominações.
9 - Então, me disse: entra e vê as malignas abominações que eles fazem aqui.
10 - E entrei e olhei, e eis que toda forma de répteis, e de animais abomináveis, e de todos os ídolos da casa de Israel estavam pintados na parede em todo o redor.
11 - E setenta homens dos anciãos da casa de Israel, com Jazanias, filho de Safã, que se achava no meio deles, estavam em pé diante das pinturas, e cada um tinha na mão o seu incensário; e subia uma espessa nuvem de incenso.
12 - Então, me disse: Viste, filho do homem, o que os anciãos da casa de Israel fazem nas trevas, cada um nas suas câmaras pintadas de imagem? E ele dizem: O SENHOR não nos vê, O SENHOR abandonou a terra.
14 - E levou-me à entrada da porta da Casa do Senhor, que está da banda do norte, e eis que estavam ali mulheres assentadas chorando por Tamuz.
16 - E levou-me para o átrio interior da Casa do Senhor, e eis que estavam à entrada do templo do SENHOR, entre o pórtico e o altar, cerca de vinte e cinco homens, de costas para o templo do SENHOR e com o rosto para o oriente, e eles adoravam o sol, virados para o oriente.     

O capítulo 8 de Ezequiel faz parte da primeira parte ou grupo da estrutura do livro de Ezequiel, conforme estudamos na lição anterior, do capítulo 1 ao 24, são abordadas as profecias sobre a ruína de Jerusalém.
Na primeira visão registrada no capítulo 1, Ezequiel viu uma carruagem da glória de Deus, nessa lição veremos que depois de 14 meses da primeira visão, Ezequiel teve uma segunda visão, ele vê o castigo de Jerusalém (Ez 8.1 até Ez 11.25).
No texto Bíblico acima (Ez 8.1-16) que vamos estudar nessa lição, Ezequiel viu as idolatrias sendo praticadas no Templo.

Estudiosos apontam algumas semelhanças entre o Livro de Ezequiel e o Livro de Apocalipse escrito pelo apóstolo João. O Livro de Ezequiel é repleto de símbolos, sonhos e visões,  que também é uma característica literária contida no livro de Apocalipse, mas as semelhanças vai além dessa característica literária.
Philip Carrington: Apocalipse é uma reescrita cristã de Ezequiel. Sua estrutura fundamental é a mesma. Sua interpretação depende de Ezequiel. A primeira metade dos dois livros conduz à destruição de Jerusalém terrena; na segunda metade eles descrevem uma Jerusalém santa e nova. Considere os paralelos: [11]


I - Sobre a Visão

1 - A Segunda Visão
Quando Ezequiel teve a visão, a cidade de Jerusalém e o Templo ainda não havia sido destruído, ele já estava cativo na Babilônia. Deus vendo as abominações do povo de Israel, mostra ao profeta que derramará o castigo sobre a cidade de Jerusalém, ela será destruída e o Templo também. 
Deus usou a boca dos profetas para mostra as abominações de Judá, porém o povo não deu ouvidos, foram indiferentes a voz de Deus:
"Por isso também eu os tratarei com furor; o meu olho não poupará, nem terei piedade; ainda que me gritem aos ouvidos com grande voz, contudo não os ouvirei." (Ez 8.18)

2 - As Visões das Abominações do Templo
Deus mostra as abominações que estavam acontecendo no Templo e o que iria acontecer em relação ao povo de Judá, bem como a cidade de Jerusalém e ao Templo.
Deus mostra para Ezequiel quatro das "abominações" que estava ocorrendo dentro do recinto do Templo (Ez 8.5-18):
(1) A Imagem dos ciúmes [dizia respeito ao rei e ao povo]
(2) A Adoração aos animais [dizia respeito aos anciãos de Israel]
(3) A Lamentação por Tamuz [dizia respeito as mulheres]
(4) O Culto ao Sol [dizia respeito ao átrio interior onde somente os 
      sacerdotes e levitas podiam entrar [10]
 
3 - Como entender as Visões de Deus?
Ezequiel foi levado pelo Espírito da Babilônia para Jerusalém em visões de Deus: "E estendeu a forma de uma mão, e tomou-me pelos cabelos da minha cabeça; e o Espírito me levantou entre a terra e o céu, e levou-me a Jerusalém em visões de Deus, até à entrada da porta do pátio de dentro, que olha para o norte, onde estava o assento da imagem do ciúmes, que provoca ciúmes." (Ez 8.3)
Para alguns estudiosos o profeta Ezequiel descreve o estado real do que estava acontecendo em Jerusalém e no Templo, para outros o profeta falava simbolicamente. O que importa de fato é que Deus estava mostrando em visões para o profeta Ezequiel o que estava acontecendo e o que iria acontecer. Havia abominações sendo praticadas pelo povo, pelos sacerdotes e levitas.
John B. Taylor: A porta do norte era uma das três que davam acesso ao átrio externo do Templo para o átrio interno (as outras duas olhavam para o leste e o sul, respectivamente). Ezequiel foi colocado no átrio exterior exatamente ao lado da porta, não muitos metros de onde a imagem dos ciúmes tinha sido erigida [10]
"E eis que a glória do Deus de Israel estava ali, conforme o aspecto que eu tinha visto no vale." (Ez 8.4)
John B. Taylor: É notável que, a despeito de todas as corrupções que existiam, Ezequiel ainda diga: "Eis que a glória do Deus de Israel estava ali". Era como se quisesse ressaltar em alto relevo a diferença entre o Deus cujo lugar era ali, e os desvios que estavam sendo praticados ali, fazendo, assim, os crimes parecerem tanto mais hediondos. Talvez também quisesse dizer que Deus permaneceria com o Seu povo até o último momento da sua rejeição. [10]

II - Sobre as Abominações (Parte 1)
 
1 - A Imagem de Ciúmes
"E disse-lhe: Filho do homem, levanta, agora, os teus olhos para o caminho do norte. E levantei os meus olhos para o caminho do norte, e eis que da banda do norte, à porta do altar, estava esta imagem de ciúmes, à entrada." (Ez 8.5)
John B. Taylor: Manassés tinha colocado uma imagem de Aserá, a deusa cananita, na casa do Senhor (2Rs 21:7), e embora 2 Crônicas 33:15 narra como ele subseqüentemente a removeu, deve ter reaparecido, porque Josias mais tarde mandou retirá-la para ser queimada ao lado do ribeiro Cedrom (2Rs 23:6).[10]
W. F. Albright: As palavras de Ezequiel dão a impressão de que um dos sucessores de Josias tinha feito outra imagem, colocando-a ao lado da porta do norte. Esta era a mais honrosa das três portas, porque, sendo que o palácio real estava no lado norte do Templo, o rei usaria cada vez que entrasse para adorar. É chamada a  porta do altar, porque as vítimas sacrificiais eram imoladas "ao lado do altar, para a banda do norte, perante o SENHOR." (Lv 1.11) [10]

2 - O Culto aos animais e aos reptéis
"E levou-me à porta do átrio; então olhei, e eis que havia um buraco na parede.  E disse-me: Filho do homem, cava agora naquela parede. E cavei na parede, e eis que havia uma porta. Então me disse: Entra, e vê as malignas abominações que eles fazem aqui." (Ez 8.7-9)
Segundo A.R. Fausset, na porta interna do átrio ou pátio, havia um buraco na parede, isto é, havia uma abertura ou janela na parede das câmaras dos sacerdotes ao qual era possível ver os santuários, durante a reforma essa abertura foi bloqueada. Na visão Ezequiel cava, abrindo-a novamente e vê as abominações e as idolatrias que estavam sendo praticadas. [7]
"E entrei e olhei, e eis que toda forma de répteis, e de animais abomináveis, e de todos os ídolos da casa de Israel estavam pintados na parede em todo o redor." (Ez 8.10)
Ezequiel viu coisas terríveis, animais pintados (para John B. Taylor é melhor entender como esculpido em relevo) na parede das câmaras dos sacerdotes sendo adorados (zoolatria).

3 - Os Setenta Anciãos
"E setenta homens dos anciãos da casa de Israel, com Jazanias, filho de Safã, que se achava no meio deles, estavam em pé diante das pinturas, e cada um tinha na mão o seu incensário; e subia uma espessa nuvem de incenso." (Ez 8.11)
Segundo A.R. Fausset, os setenta homens dos anciãos de Israel são homens representantes da congregação, no tempo de Moisés os setenta anciãos foram designados para compartilhar o encargo do povo com Moisés, daí, mais tarde , originou-se os setenta membros que compõem o Sinédrio, ou grande conselho da nação. [7]
John B. Taylor: Os setenta homens dos anciãos de Israel não se tratava de uma assembleia geral, tal como o Sinédrio posterior, mas, sim, um número redondo dos líderes de Israel. [10]
A.R. Fausset: Jazanias talvez chefe dos setenta: filho de Safã, o escriba que leu para Josias o livro da lei; os privilégios espirituais do filho (2Reis 22:10-14) aumentaram sua culpa. A oferta de incenso não pertencia aos anciãos, mas aos sacerdotes; esta usurpação adicionou à culpa de Jazanias, o primeiro [7]
John B. Taylor: A menção nominal de Jazanias, filho de Safã sugere uma acusação direta por Ezequiel de um homem cuja família se destacara na vida pública de Jerusalém. Safã provavelmente deva ser identificado como o secretário de estado de Josias (2Rs 22.3), e Aicão, outro filho de Safã, era um partidário influente de Jeremias (Jr 26.24). Claramente, Jazanias era a ovelha nega da família digna. [10]

III - Sobre as Abominações (Parte 2)

1 - O Ritual de Tamuz
"E levou-me à entrada da porta da Casa do Senhor, que está da banda do norte, e eis que estavam ali mulheres assentadas chorando por Tamuz." (Ez 8.14)
Segundo John B. Taylor, Tamuz era um deus sumeriano da vegetação, que ao morrer tornou-se o deus do mundo dos mortos. O culto a Tamuz era um ritual de luto e partes em ritual de fertilidade.
John B. Taylor: As indicações da sua influência nos tempos do Antigo Testamento são poucas, mas uma delas pode ser achada em Isaías 17:10-11, o plantio de "jardins de Tamuz" [10]

2 - Os Adoradores do Sol
"E levou-me para a átrio interior da Casa do Senhor, e eis que estavam à entrada do templo do SENHOR, entre o pórtico e o altar, cerca de vinte e cinco homens, de costas para o templo do SENHOR e com o rosto para o oriente, e eles adoravam o sol, virados para o oriente." (Ez 8.16)
Aqui vemos uma abominação terrível, pois cerca de vinte e cinco homens (sacerdotes) estavam de costas para Deus, e virados para o oriente, cultuando o Sol, para Taylor, esses homens estavam abusando do Templo para um prática que era uma negação total do propósito santo para o qual foi dedicado (consagrado). Mais tarde, o rei Josias, na sua reforma, teve de tirar "cavalos que os reis de Judá tinham dedicado ao sol" e queimar "os carros do sol" (2Rs 23.11). [10]

3 - Os Anciães na Casa do Profeta
"E vieram a mim alguns homens dos anciãos de Israel, e se assentaram diante de mim. Então veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, estes homens levantaram os seus ídolos nos seus corações, e o tropeço da sua maldade puseram diante da sua face; devo eu de alguma maneira ser interrogado por eles:" (Ez 14.1-3)
Vemos aqui palavras dirigidas aos anciãos que estavam diante de Ezequiel, esses iam obter informações, interrogar sobre o exílio (duração, situação em geral), todavia, foram surpreendidos quando desmascarados por deixarem serem levados pelo ambiente babilônio, um nação idólatra.
Deus revela ao profeta Ezequiel, deveria ser interrogado por homens que se voltaram a idolatria, homens com lealdade dividida.
Para John B. Taylor, em lugar de uma resposta, Deus dá ao profeta um oráculo de julgamento para que eles se voltem ao arrependimento e voltem a rejeitar a idolatria. [10]

Comentário 
Pr. Éder Tomé

Referências

[1] Bíblia Sagrada (ARC) – Sociedade Bíblica do Brasil - 4° edição - 2009
[2] Bíblia Sagrada King Jones – Atualizada – Fiel aos Originais
[3] Bíblia Sagrada (NTLH) - Linguagem de Hoje
[4] Revista Betel Dominical Adultos - 1T - 2022
[5] versículoscomentados.com.br
[6] Biblia.org - Comentários bíblicos 
[7] apologeta.com.br/ezequiel-8/
[10] John B. Taylor - Ezequiel - Editora Mundo Cristão - Pág.13
[11] The Days of Vengeance - David Chilton - Pág. 20-25
       
        

                    Indicação de Livros
Indico o Livro Ezequiel de Roger Liebi da Editora Chamada, um livro excepcional, que comenta detalhadamente o Livro de Ezequiel. Roger Liebi é um especialista em línguas originais bíblicas e arqueologia de Israel. E indico também o Livro Ezequiel comentado por John B. Taylor.