2° Trimestre de 2025
domingo, 15 de junho de 2025
sexta-feira, 13 de junho de 2025
Lição 12 - A Igreja e os Necessitados: O Chamado de Deus para cuidar dos mais vulneráveis

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Introdução
Texto de Referência : 2 Coríntios 8.1-6
1 - Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia;
2 - Como, em muita prova de tribulação, houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua generosidade.
3 - Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente.
4 - Pedindo-nos com muitos rogos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos.
5 - E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor e depois a nós, pela vontade de Deus;
6 - De maneira que exortamos a Tito que, assim como antes tinha começado, assim também acabasse esta graça entre vós.
1 - O Exemplo das Igrejas de Macedônia
O texto de referência (2 Coríntios 8.1-6), o apostolo Paulo apresenta o exemplo das igrejas da macedônia não como um mero apelo por contribuições, mas como uma poderosa demonstração da graça de Deus em ação; essas igrejas da macedônia se dispuseram a ajudar os irmãos necessitados de Jerusalém. Abraçaram a causa da generosidade, voluntariedade e alegria na contribuição rompendo barreiras étnicas e sociais, entre os crentes gentios e judeus, consolidando a unidade ensinada por Cristo.
1.1 - Deus Generoso, Igreja Generosa
As Igrejas da Macedônia serve como exemplo, realmente foram como um farol que brilha na densa escuridão da noite e que em condições de baixa visibilidade no mar: orienta, sinaliza, e contribui para a segurança da navegação.
Em um cenário de relacionamento tenso, após uma "visita dolorosa" e uma "carta de lágrimas" para a Igreja de Corinto que estava em processo de restauração; o apóstolo Paulo no texto de referência, destaca para eles o exemplo dos irmãos das Igrejas da Macedônia, uma província romana, que mesmo enfrentando dificuldades econômicas demonstraram generosidade para com os irmãos judeus de Jerusalém.
Corinto, uma cidade cosmopolita e próspera, contrastava fortemente com a situação econômica da Macedônia.
Em um mundo frequentemente consumido pelo materialismo e pela autopreservação, o exemplo das igrejas da Macedônia permanece como um farol desafiador. Ele nos conclama a reavaliar nossas próprias atitudes em relação à generosidade, a buscar uma alegria que transcende as circunstâncias e a viver uma vida de entrega radical a Deus e ao próximo, tudo pela poderosa e transformadora graça de Deus.
"Agora, irmãos, queremos que você conheçam a graça que Deus concedeu às igrejas da Macedônia" (2Co 8.1)
Paulo inicia não um pedido, mas um testemunho. A generosidade dos macedônios não é primariamente um feito humano, mas um obra da "graça" (em grego, charis) de Deus. Charis aqui transcende a noção de favor imerecido; é a força transformadora de Deus que capacita e inspira a ação. Ao atribuir a generosidade à graça divina, Paulo estabelece o fundamento teológico para tudo o que se segue.
A Graça como Fonte de Generosidade
A verdadeira generosidade não é gerada por pressão, culpa ou busca por reconhecimento, mas é um fruto da graça transformadora de Deus em nossos corações.
1.2 - Alegria em Meio à Tribulação
"No meio da mais severa provação, a grande alegria e a extrema pobreza deles transbordaram em rica generosidade" (2Co 8.2)
Este versículo apresenta um paradoxo impressionante. Os macedônios (as igrejas de Filipos, Tessalônica e Bereia) estavam enfrentando "severa provação" e "extrema pobreza". A palavra grega para pobreza, PTOCHEIA, denota uma carência severa, não apenas um falta de luxos. No entanto, em meio a essa dificuldade , duas qualidades floresceram: "grande alegria" e "rica generosidade". Isso desafia a lógica humana, que frequentemente associa a generosidade à abundância material. A fonte de sua alegria e generosidade não estava em suas circunstâncias, mas em sua fé.
Alegria em Meio à Adversidade
A alegria cristã não depende das circunstâncias externas. Os macedônios nos ensinam que é possível experimentar uma alegria profunda e transbordante mesmo em meio as provações e dificuldades.
"Pois dou testemunho de que eles deram tudo o que podiam e até mesmo além do que podiam. Por iniciativa própria" (2Co 8.3)
A doação dos macedônios foi voluntária e sacrificial. Eles não deram apenas do que lhes sobrava, mas "além do que podiam". Isso não implica imprudência financeira, mas uma confiança radical na provisão de Deus e um compromisso que transcendia o cálculo humano. A frase "por iniciativa própria" enfatiza a espontaneidade e a sinceridade de sua oferta, contrastando com qualquer forma de coação.
O Sacrifício como Medida do Amor
A generosidade não é medida pela quantia dada, mas pelo sacrifício envolvido. Dar "além das posses" reflete uma confiança radical em Deus e um amor que se estende para além do conforto pessoal.
1.3 - Ajudando e Sendo Ajudado
"eles nos suplicaram com insistência o privilégio de participar da assistência aos santos" (2Co 8.4)
Aqui, o conceito de "graça" (charis) reaparece, desta vez com o "privilégio" de participar do serviço (Diakonia) aos santos. A palavra grega para "participar" é Koinonia, que significa comunhão ou parceria. Os macedônios não viam a doação como um fardo, mas como uma oportunidade graciosa de expressar sua comunhão com os crentes em Jerusalém. Eles "suplicaram com insistência" para participar da ajuda aos irmãos de Jerusalém.
A Doação como um Ato de Adoração e Comunhão
A contribuição para as necessidades de outros crentes é uma forma de Koinonia (comunhão) e diakonia (serviço), um ato de adoração que expressa nossa unidade em Cristo.
2 - Igreja Cristã, lugar de Acolhimento
Tantos as Igrejas da Macedônia (2Co 8.1-6) como a Igreja Primitiva de Jerusalém (At 2.45,46) demonstraram a prática das boas obras na prática, não apenas ficando na fé em palavras.
2.1 - Igreja, Exemplo do Amor de Deus
A missão de proclamar o Evangelho não isenta a Igreja e/ou o cristão da responsabilidade em ajudar os pobres e necessitados.
Na verdade, ambas as responsabilidades estão profundamente entrelaçadas na prática da fé cristã, de acordo com as Escrituras:
1. A Evangelização e a prática do amor ao próximo caminham juntas
Jesus deixou claro que amar a Deus e amar ao próximo são os maiores mandamentos (Mt 22.37-39).
Amar ao próximo inclui cuidar dos necessitados, dos pobres, dos doentes e dos marginalizados.
2. Jesus vinculou a ajuda aos necessitados à própria aceitação no Reino
"Porque tive fome, e me deste de comer; tive sede, e me deste de beber; era estrangeiro, e me acolheste; estava nu, e me vestiste; enfermo, e me visitaste; preso, e foste ver-me". E então os justos perguntarão quando fizeram isso, e Jesus responde:
"Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um deles meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes" (Mt 25.35-40)
Aqui, Jesus mostra que o cuidado prático com os necessitados não é opcional, mas parte essencial da vivência cristã.
3 - Os apóstolos também reforçaram essa responsabilidade
"Somente nos recomendaram que nos lembrássemos dos pobres, o que me esforcei por fazer" (Gl 2.10)
Paulo, ao ser aceito pelos apóstolos em Jerusalém, recebeu essa exortação clara; não esquecer dos pobres.
"De que adianta, meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Acaso a fé pode salvá-lo? Se um irmão ou irmã estiverem nus e precisando do alimento de cada dia e um de vocês lhes disser: "Vão em paz, aqueçam-se e alimentem-se bem", sem, porém, lhes dar o que é necessário para o corpo, que adianta isso? Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta" (Tg 2.14-17)
Tiago é bem direto: uma fé que não se traduz em ações práticas, especialmente em socorro aos necessitados, é uma fé morta.
4 - O Exemplo da Igreja Primitiva
"Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo a necessidade de cada um" (At 2.44-45)
A Igreja nascente tinha um forte compromisso não só com a pregação, mas também com a partilha e o cuidado mútuo.
Evangelizar sem Ajudar ou Ajudar sem Evangelizar ?
Nem uma das duas, vejamos :
A missão de proclamar o Evangelho é inseparável da prática do amor ao próximo, especialmente aos pobres e necessitados. O cristão é chamado tanto a anunciar a salvação em Cristo quanto a manifestar, por meio de suas ações, o amor e a justiça do Reino de Deus.
Proclamar sem amar de forma prática é incoerente com os ensinamentos de Jesus. E ajudar sem anunciar o Evangelho também é incompleto, porque priva as pessoas da salvação eterna.
2.2 - Igreja, lugar de Fraternidade
A Origem do Egoísmo
Gênesis 3 narra a queda de Adão e Eva. Ao desobedecerem a Deus, o ser humano rompeu seu relacionamento perfeito com o Criador. A partir desse momento, o coração humano se voltou de Deus para si mesmo. O amor próprio desordenado substituiu o amor de Deus e ao próximo.
"Pois tudo o que há no mundo, a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens não procede do Pai, mas do mundo" (1Jo 2.16).
Aqui vemos que a ostentação dos bens e o desejo descontrolado por posses são expressões claras da corrupção do coração humano. O amor aos bens materiais se torna uma forma de idolatria, quando o ser humano passa a confiar mais nas riquezas do que em Deus: "Portanto, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena de vocês: imoralidade sexual, impureza, paixão, desejos maus e a ganância, que é idolatria" (Cl 3.5).
Desde que se separou de Deus, o ser humano tenta preencher o vazio espiritual com coisas materiais, o texto abaixo mostra que o coração humano nunca se satisfaz apenas com coisas materiais, mas continua buscando mais, de forma insaciável :
"Quem ama o dinheiro jamais terá o suficiente; quem ama as riquezas nunca ficará satisfeito com seus rendimentos. isso também é vaidade" (Ec 5.10).
A bíblia trata o egoísmo, avareza e apego aos bens materiais como idolatria, cobiça e vazio espiritual, mostrando que somente através de Cristo é possível uma transformação interior que liberta o ser humano desse ciclo de busca insaciável por segurança nas riquezas.
A Igreja não é lugar de Egoísmo, é lugar de Fraternidade
Biblicamente, a Igreja deve ser um lugar de exercício da solidariedade, do amor e da prática do bem comum, funcionando como um contraste vivo em relação ao mundo, que é dominado pelo egoísmo, individualismo e busca desenfreada por interesses próprios. O cristão e, consequentemente, a igreja não devem assumir os valores egoístas do mundo, mas viver uma cultura do Reino, baseada no amor, na generosidade e na compaixão.
A verdadeira espiritualidade se expressa no cuidado mútuo, na empatia e na solidariedade prática : "Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo" (Gl 6.2).
A Igreja deve ser um reflexo visível do amor de Deus, sendo luz em meio às trevas de um mundo marcado pelo egoísmo : "Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei ... Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros" (Jo 13.34-35).
O apóstolo Paulo ensina que a solidariedade não é opcional, mas parte do próprio funcionamento da comunidade cristã : "... para que não haja divisão no corpo, mas que os membros tenham igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e se um membro é honrado, todos se alegram com ele" (1Co 12.25-26).
Resumindo, a Igreja deve ser um lugar onde se pratica o bem comum, a solidariedade, a partilha, o amor e o serviço mútuo. Ela deve ser um testemunho vivo e contracultural, diferente do mundo egoísta e materialista, refletindo os valores do Reino de Deus.
2.3 - A Estratégia do Maligno
O Mundo Jaz no Maligno
O apóstolo João deixou claro que "somos de Deus e que o mundo jaz no maligno" (1Jo 5.19).
O mundo neste contexto se refere :
a) Sistema Espiritual governado pelo Diabo e seus demônios
b) Ideias práticas e influências que se opõem a Deus
c) Sistema organizado de valores contrários a vontade de Deus
Esse mundo segundo João é dominado pelos desejos da carne, concupiscências dos olhos e soberba da vida (1Jo 2.16).
De fato, o mundo que vivemos exalta o que Deus condena e despreza o que Deus valoriza, o homem se coloca no centro de todas as coisas e nega a existência ou relevância de Deus, eleva o materialismo e nega a realidade espiritual.
O Sistema do mundo está dominado pelo Maligno, na tentação no deserto, o Diabo ofereceu-o a Jesus em troca de adoração : "E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e glória; porque a mim me foi entregue, e dou-lhe a quem quero. Portanto, se tu me adorares, tudo será teu" (Lc 4.6-7).
Deus criou o universo e é dono de tudo, salmista afirmou que ao "Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam" (Sl 24.1), todavia, o pecado de Adão e Eva deu legalidade para o Maligno dominar o sistema do mundo e a vida das pessoas: "porque a mim foi entregue". O pecado de Adão e Eva foi como dar uma chave para o Diabo atuar na terra com poder, glória e autoridade. Hoje o homem sem Jesus vive sob domínio das Trevas (2Tm 3.3-4).
O mal não está apenas nas ações externas, mas enraizado na natureza interior.
"Nã há quem faça o bem, não há seque um" (sl 53.3)
A humanidade inteira está corrompida pelo pecado.
A expressão "não há quem faça o bem" não significa que as pessoas não fazem atos de bondade social, mas que, aos olhos de Deus, nenhum ser humano é, por natureza, justo, perfeito ou moralmente puro. O mal não está apenas nas ações externas, mas enraizado na natureza interior.
Qual é a Estratégia do Maligno ?
A Estratégia do Maligno é dominar as pessoas, é fazer as pessoas repousar em suas mãos, cegá-las de tal forma que vivem sem vida espiritual dominadas pelas obras da carne de Gálatas 5.19-21 (Imoralidade sexual, Idolatria, Feitiçaria, Inimizades, Discórdias, Ciúmes, Iras, Egoísmos, Divisões, Facções, Invejas, Bebedices, Orgias e coisas semelhantes).
Trabalha em prol de um mundo egoísta, sem partilha, sem generosidade, sem ajuda ao próximo !
O cristão não é mais dominado pelo Diabo, não pratica mais as obras da carne, não jaz (repousa) no maligno, porque está liberto pelo sangue de Jesus, agora produz o Fruto do Espírito de Gálatas 5.22-23 (Amor, Alegria, Paz, Longanimidade, Benignidade, Fidelidade, Mansidão e Temperança).
Agora não somos avarentos, praticamos boas obras !
Conselho de Paulo sobre Generosidade
"Que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos e prontos a repartir" (1Tm 6.18)
A bênção financeira deve ser um meio de fazer o bem ao próximo, não de ostentação ou egoísmo. Deus deseja que sejamos abundantes, não em dinheiro apenas, mas em atos de bondade, serviço e generosidade.
A generosidade é uma marca do cristão fiel, que entende que tudo que possui vem de Deus. Portanto, o cristão, deve haver disposição constante para compartilhar, não de forma ocasional, mas como estilo de vida.
3 - Cooperando com a Igreja Local
3.1 - Cooperando com a Manutenção no Templo
[Comentário em Edição]
3.2 - Cooperando com o Serviço Ministerial
[Comentário em Edição]
3.3 - Cooperando com os Necessitados
[Comentário em Edição]
Comentário
Pr. Éder Tomé
Referências
[1] Bíblia Sagrada (ARC) – Sociedade Bíblica do Brasil - 4° edição - 2009
[2] Bíblia Sagrada King Jones – Atualizada – Fiel aos Originais
[3] Bíblia Sagrada (NTLH) - Linguagem de Hoje
[4] Revista Betel Dominical Adultos - 2T - 2025
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