A santidade de Deus exige disciplina e padrões que o homem deve honrar e
obedecer. No passado, para Israel, e no presente, para a Igreja, esses
padrões são essenciais para viver em santidade, conforme Deus ordena.
1. Votos e dízimos.
O voto particular de uma pessoa era opcional e voluntário e de caráter
muito especial. Uma vez votado, o israelita não poderia deixar de cumprir o
voto. Já o dízimo não era opcional e sim uma determinação da parte do Senhor,
que deveria ser obedecida pelo israelita com prazer, por poder contribuir para
a obra do Senhor.
1.1. Os votos.
O voto era algo de suma importância e poderia ser feito em agradecimento
por bênçãos recebidas, como também por necessidade de receber um favor da parte
do Senhor. O voto deveria ser feito com entendimento, para que pudesse ser
cumprido o que votou, procurando evitar votos precipitados. Salomão assim
afirma:
“Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não
se agrada de tolos; o que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votes
e não pagues.” (Ec 5.4-5).
O voto poderia ser com respeito a
uma pessoa, um animal, uma casa ou campo. Tudo o que fosse dedicado a Deus
deveria ser trazido ao sacerdote e poderia ser resgatado, conforme estabelecido
pela lei.
O voto a Deus era uma prática comum entre o povo de Israel (Gn 28.20; Nm
30.2-16; 1Sm 1.11; 2Sm 15.8). Talvez um dos votos mais lembrados e debatidos
seja o de Jefté (Jz 11.30-40). Existem duas correntes de interpretação: a que
ele sacrificou a filha e outra que defende a manutenção da virgindade dela para
sempre. No Novo Testamento não há orientação específica concernente à prática
do voto, contudo alguns princípios são permanentes: cuidado para não usar a
prática do voto com intuito de barganhar com Deus; Deus não se agrada de votos
precipitados e promessas não cumpridas (Ec 5.4-6); o voto não é obrigatório
para alcançarmos o favor de Deus (Mt 7.9-11; Tg 1.5); que todo o nosso ser seja
oferecido em “sacrifício vivo, santo e agradável” (Rm 12.1-2).
(Revista do professor)
1.2. As bênçãos pela obediência.
Para iniciar este tópico pergunte para a classe:
”A obediência é o único motivo que os leva a ser um contribuinte da obra do
senhor?”
Espera-se que os alunos respondam que é
um dos motivos, mas quando contribuímos com uma obra de Deus somos movidos pela
fé e alegria do Espírito Santo.
Porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua
pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento.(Mc 12:44)
O desejo de Deus sempre é de abençoar o Seu povo, mas a obediência é uma
exigência divina para que isto ocorra (Lv 26.3). As bênçãos se multiplicariam
sobre o povo e a abundância estaria presente na existência de Israel; mas, se o
povo se afastasse do Senhor, então o castigo viria com graus de intensidade, como
um aviso para que se voltasse para Deus. Essas bênçãos decorrentes da
obediência levariam o homem a dizimar como um ato de reconhecimento de que tudo
o que recebera era uma dádiva da parte do Senhor.
Essas bênçãos que foram prometidas no capítulo vinte e seis do livro de
Levítico, Israel as alcançará na sua plenitude na dispensação do milênio, ,
período em que Israel estará convertido ao Senhor como nação. Todas as bênçãos
tinham o seu fundamento em só adorar a Deus (Lv 26.1), guardar o sábado (Lv 26.2),
reverenciar o local da habitação de Deus (Lv 26.2) e obedecer a Palavra de Deus
(Lv 26.3). Essa aliança de bênçãos foi dada a Israel, que Deus prometeu
abençoar nesta terra. (Revista do professor)
1.3. Os dízimos.
O termo dízimo, do hebraico “ma’ aser ou ma’ asar (no plural) e no
feminino ma’ asrah”, tem o sentido de décima parte, pagamento de uma décima
parte. É uma doutrina da Palavra de Deus e muito questionada por aqueles que
não servem ao Senhor, mas aceita com alegria por todos aqueles que, com um coração
sincero, servem a Deus e são alcançados pela Sua benevolência e liberalidade.
Tudo que o cristão faz para o Senhor deve ser feito com prazer. Portanto,
contribuir com o dízimo é um grande privilégio que o Senhor concede aos Seus
filhos.
Sendo a prática de dizimar alvo de questionamentos, levando muitos a
difamar os pastores por causa do dízimo, não devemos nos envergonhar de sermos
dizimistas, pois estamos obedecendo a Palavra de Deus. Observemos que Jesus
disse: “Eu sou a porta”, isto é, quando O aceitamos, passamos “para o lado de
dentro”. Fazendo uma ilustração, seria como se uma pessoa, estando do lado de
fora da casa, quisesse discutir a respeito da disposição dos móveis dentro da
casa. Ela não teria condição de dizer onde os móveis estariam melhor
posicionados, mas quem tivesse dentro da casa teria condição de fazê-lo.
Doutrina bíblica é para os que estão dentro, os que, “passaram pela porta”.
Assim, nós, os que cremos, temos condição de saber que o dízimo é o melhor para
nós, ainda que aqueles que estão do lado de fora nos critiquem.
Professor
seria interessante esclarecer que vivemos dias difíceis com relação à
credibilidade de algumas lideranças, todavia cada um prestará contas a Deus de
tudo que fez ou está fazendo. Atualmente clamamos por transparência nas contas
publicas e quando olhamos para algumas igrejas, lideres omitem de seus
contribuintes a lisura na prestação de contas da Igreja local ou regional e tal
fato é muito prejudicial.Oremos para que
Deus nos dê um coração semelhante ao da viúva e aos nossos lideres a sabedoria
para utilizar as contribuições.Que haja um retorno às prestações de contas à
igreja como era feito a alguns anos atrás( por exemplo década de 80/90).
2. Dízimos no Antigo Testamento.
O dízimo é a parte do Senhor e foi dado para aqueles que exercem o
ministério na casa do Senhor: “E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os
dízimos em Israel por herança, pelo seu ministério da tenda da congregação.”
(Nm 18.21). O dízimo também é dar honra a Deus.
Note
que a base para as contribuições é a manutenção da obra de Deus.
Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na
minha casa.(Ml 3:10)
2.1. Abraão dizimou.
A primeira menção do dízimo na Bíblia foi quando Abraão se encontrou com
Melquisedeque (Gn 14.20), depois de ser abençoado por ele (Gn 14.19). É
importante observar a sequência dos fatos: primeiro Abraão é abençoado, depois
ele dizima. Assim acontece com os que servem a Deus. Abraão é o pai da fé dos
que creem e como filhos espirituais devemos seguir o seu exemplo e trazer o que
é do Senhor para a Sua casa. Abraão foi um homem possuidor de muitas riquezas,
mas não se tornou um avarento, não tendo assim nenhuma dificuldade de entregar
o seu dízimo.
O discípulo de Cristo não pode ser regido por dois interesses, o dele e
o de Deus. Um deve ter a primazia sobre o outro e Deus quer ser o principal de
nossas vidas. Quando uma pessoa pensa mais no seu interesse, terá muita
dificuldade para cumprir o que Deus estabelece, principalmente quando se trata
da área financeira. O homem se torna um avarento, amante do dinheiro, um
verdadeiro idólatra, mas quando seu interesse principal é o Senhor, ele se
torna uma pessoa abençoada, um fiel dizimista, um exemplo na casa do Senhor.
Abraão acabara de libertar Ló porque era um homem livre de toda a avareza, como
ficou demonstrado diante do rei de Salém e ao recusar as riquezas de Sodoma e
Gomorra. Quem tem as riquezas de Deus não tem dificuldade de agradar ao Senhor
que o enriqueceu.
Existe
um mistério no ato de dizimar que não pode ser compreendido naturalmente, mas
aqueles que o fazem entendem muito bem vivenciando tais experiências
Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus,
porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem
espiritualmente.
Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.(1
Co 2:14,15)
2.2. O voto de Jacó.
Jacó neto de Abraão, certamente ouvira seu pai Isaque o que seu avô
fizera diante do rei de Salém e num momento de encontro com Deus faz um voto
(Gn 28.20-22). É nítido que neste episódio, Jacó está tendo uma experiência com
Deus em um momento marcante em sua vida. Notar que a expressão “dízimo” aparece
no final do relato: Deus se revela, fala com ele e lhe faz promessas. A seguir
vem a reação de Jacó: ele declara a grandeza e majestade de Deus e só então faz
um voto. Porém, antes de mencionar o dízimo, ele declara: “O Senhor será o meu
Deus”. O dízimo surge como consequência do Senhor ser o seu Deus!
Deus estabelece na lei a necessidade do ensino em família para que as
gerações seguintes obedeçam aos mandamentos do Senhor. É essencial ensinar os
filhos a serem dizimistas (Dt 6.6-7).
O
melhor ensinamento continua sendo a prática, portanto não podemos negar que
quando o assunto é continuidade o empirismo é fundamental.
Estamos
sendo observados por nossos filhos em todos os aspectos.
Obs. O empirismo é o conhecimento que
resulta de uma experiência.
2.3. A bênção de ser dizimista.
É importante sabermos que a prática de dizimar não era restrita a Israel
no antigo Oriente Médio. Existia entre os gregos , egípcios e mesopotâmicos,
entre outros, conforme citações da literatura arcadiana. Em tais culturas, os
dízimos eram pagos a deuses ou a templos, fazendo parte, assim, da piedade religiosa,
conforme comentário de R. N. Champlin. Portanto, pelos relatos acerca de Abraão
e Jacó nos tópicos acima, o dízimo não foi estabelecido em Israel pela lei
mosaica. A lei deu conteúdo e forma à prática do dízimo (Lv 27; Nm 18; Dt 12,
14, 26).
A partir dos textos bíblicos mencionados, encontramos orientações
básicas quanto ao ato de dizimar; como observou J. G. S. S. Thompson (citado no
Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento): 1 – Dízimo de quê?
De todos os bens e frutos do trabalho (Lv 27.30-34); 2 – Dízimo a quem? Levitas
e sacerdotes (Nm 18.21-32); e 3 – Onde entregar? No lugar que o Senhor escolheu
(Dt 12.1-14; 14.22-29). Quando há um despertamento e restauração de
comprometimento a partir das Escrituras, resulta, entre outras coisas, em
retorno às contribuições financeiras e participação com bens materiais
para a manutenção dos serviços religiosos (Ne 9.38; 10.28-29, 33-39; 2Cr
31.2-6). Porém, não havendo liderança e ensino, há abandono e desprezo, também,
na aplicação dos bens e das finanças em relação ao serviço religioso (Ne
13.10-12).(Revista do professor)
3. Dízimos no Novo Testamento.
Não encontramos no Novo Testamento tantos textos que mencionam a prática
de dizimar como no Antigo Testamento, conforme visto nos tópicos anteriores.
Talvez, por esta causa, muitos consideram que não é uma prática legítima para a
Igreja.
3.1. O tempo da graça.
Logo no primeiro livro do Novo Testamento, há o registro das palavras de
Jesus sobre o dízimo (Mt 23.23). Lucas também registrou (Lc 11.42). Jesus
censura os escribas e fariseus pelo fato de estarem desprezando a misericórdia,
o juízo e a fé. E então o Senhor exorta que deveriam praticar o mais importante
sem omitir a prática de dizimar. Portanto, não há suspensão dos princípios
presentes no ato de dizimar, como: participação, proporcionalidade,
generosidade, regularidade e objetivos bem estabelecidos.
2. O Novo Testamento.
Os que supõem estar a prática do dízimo restrita ao Antigo Testamento
precisam entender que a natureza e os fundamentos do culto não mudaram. Mudou
apenas a forma e a liturgia, mas não a sua função: a adoração a Deus deve ser
em espírito e verdade! O culto levítico com seus rituais já não existe.
Todavia, o princípio da adoração continua o mesmo (1 Pe 2.9; Ap 1.6). O dízimo
levítico pertencia à ordem de Arão, que era transitória. Todavia, o dízimo
cristão pertence à ordem de Melquisedeque que é eterna e, portanto, anterior à
Lei de Moisés (Hb 5.10; 7.1-10; Sl 110.4).
Jesus não veio ab-rogar a lei, mas cumpri-la (Mt 5.17). Ele não apenas
reconheceu a observância da prática do dízimo, mas a recomendou (Mt 23.23). Nas
epístolas, Paulo faz referência ao dízimo levítico para extrair dele o
princípio de que o obreiro é digno do seu salário (1 Co 9.9-14; Lv 6.16,26; Dt
18.1). Se o apóstolo não reconhecesse a legitimidade da prática do dízimo,
jamais teria usado esses textos do Antigo Testamento.
Todos os discípulos de Cristo podem observar esses princípios,
independente de condição sócio-econômica. Pois se trata de expressão de amor a
Deus, fé, gratidão, reconhecimento e privilégio de sermos participantes na
manutenção das igrejas locais. É um dos sinais da nossa fidelidade a Deus e de
reconhecimento da nossa dependência dEle.
(Revista do professor)
3.2. O caminho da prosperidade.
Conforme o homem se ocupa com as coisas de Deus, Deus cuida em abençoar
a sua vida (Sl 37.4). Sabemos que a prosperidade espiritual é a bênção que Deus
deseja para a Sua Igreja e essa prosperidade é acompanhada com o prazer de
servi-Lo, ter saúde, ter a bênção sobre a sua família, desfrutar da comunhão
com o Senhor e de contentamento, conforme o apóstolo Paulo escreve a Timóteo:
“Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso
contentes.” (1Tm 6.8). Como servimos a um Deus abençoador, temos sido
agraciados com bem mais do que merecemos. Por essa razão, devemos abrir mais as
nossas mãos para a obra do Senhor.
A bênção da provisão.
Na Antiga Aliança, o Senhor prometeu
“derramar bênçãos sem medida” sobre o seu povo (Ml 3.10). Na Nova Aliança, Ele
deseja que o crente tenha “toda suficiência” (2 Co 9.8). A prosperidade bíblica
é viver na suficiência de Cristo (2 Co 3.5; 9.8). Tal suficiência é vista como
sendo a provisão divina para os filhos de Deus. Deve ser lembrado, no entanto,
que essa suficiência não deve ser confundida simplesmente com a aquisição de
posses materiais, mas o ter o necessário para viver com dignidade e,
principalmente, possuir paz com Deus e alegrar-se nEle (Fp 4.11; 2 Ts 3.16).
Por toda a Escritura, observamos o cuidado do Senhor no sentido de prover para
o seu povo aquilo que é necessário para o seu viver (Mt 6.25-33). Quando
conscientizarmo-nos que estamos honrando o Senhor com nossos dízimos e ofertas,
Ele derramará sobre nós sua provisão. (Lições CPAD Jovens e
Adultos » 2012 » 1º Trim.)
3.3. Semeando muito.
A lei da semeadura é simples: quem planta muito colhe muito e quem
planta pouco colhe pouco (2Co 9.6). Nessa lei também temos que observar a
qualidade da semente, pois quem planta com semente ruim colherá o fruto do que
plantou (Gl 6.7). Temos que ter uma boa semente e plantar com abundância para
colher um fruto bom e com abastança. O diabo quer nos distrair, fazendo com que
gastemos o nosso dinheiro e deixemos de investir no Reino de Deus, mas os que
investem no Reino de Deus estão fazendo o correto, como nos ensina Jesus: “Não
ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os
ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a ferrugem
consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.” (Mt 6.19.20).
Professor
deixe claro que o termo “investir” utilizado sabiamente por nosso comentarista não
tem o sentido de ofertar com intuito de receber de volta corrigido monetariamente.
Ofertamos a Deus aquilo que já recebemos,como foi o caso de Abraão estudado
nesta lição,portanto as bênçãos alcançadas ao dizimar são conseqüências da
fidelidade de Deus à sua palavra,o que não pode ser confundido como uma
exigência do ofertante,ou troca de favores.