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quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Lição 6 - A Revelação do Mistério chamado Igreja

 

 










Texto Áureo
"E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou." (Efésios 3.9)

Verdade Aplicada
A Igreja de Cristo é a portadora da revelação dos mistérios da graça divina a todos os povos e nações.

Texto de Referência
Efésios 3.3,5,10-12
3 - Como me foi este mistério manifestado pela revelação como acima em pouco vos escrevi;
5 - O qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas.
10 - Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus.
11 - Segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus, nosso Senhor,
12 - No qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele.

                             Introdução


1 - A Revelação do Mistério
 

1.1 - Paulo, o Prisioneiro
Paulo se intitula como "o prisioneiro de Cristo", declarando sua plena confiança em Deus. Ele tinha plenas convicções de que não somente havia recebido a revelação do mistério, mas também havia sido comissionado a difundi-lo entre os povos gentios [Ef 3.5-8].

O apóstolo Paulo não era prisioneiro de César ou de Roma; era-o de Cristo (Ef 3.1; Fm 9). Do relato lucano, concluímos: os fatos que o conduziram a Roma não eram incidentais, mas propositais, pois foram dirigidos por Deus (At 23.11). Se era urgente fosse o evangelho anunciado em Jerusalém, a capital religiosa dos judeus, era premente que a palavra da salvação alcançasse Roma, a capital política do Império.

Assim chega o evangelho à capital do Império Romano. O mensageiro na verdade achava-se preso, mas a mensagem da cruz tinha livre curso em Roma, Ninguém era capaz de detê-la. A Palavra de Deus avançava sem impedimento algum. (Lições CPAD Jovens e Adultos, 2011 , 1º Trim)

1.2 - Paulo, o Despenseiro
Paulo cita que o Senhor o comissionou como um despenseiro do "mistério" que lhe havia revelado ... Era também um ministro enviado por Deus para revelar aos gentios as riquezas incompreensíveis e ocultas até então [Ef 3.7-8]


1.3 - Paulo, o Embaixador


Embaixadores de Deus (vv.20,21). Paulo escolheu o título “embaixador”, porque o papel de quem possui esta ocupação é o de representar os interesses do seu governo ou líder. Como embaixadores de Deus, temos uma responsabilidade enorme: transmitir a mensagem do Evangelho em sua inteireza, sendo fiel à missão que recebemos do Senhor. Isso o fazemos, em gesto de gratidão àquEle que não tinha pecado, mas que tomou o lugar dos pecadores para redimir-nos. Tal ato proporcionou-nos sermos justificados e termos paz com Deus (Rm 5.1). Por isso, deixemos nossos interesses pessoais e cuidemos da obra; trabalhemos enquanto é dia (Jo 9.4). Embaixadores de Deus (vv.20,21). Paulo escolheu o título “embaixador”, porque o papel de quem possui esta ocupação é o de representar os interesses do seu governo ou líder. Como embaixadores de Deus, temos uma responsabilidade enorme: transmitir a mensagem do Evangelho em sua inteireza, sendo fiel à missão que recebemos do Senhor. Isso o fazemos, em gesto de gratidão àquEle que não tinha pecado, mas que tomou o lugar dos pecadores para redimir-nos. Tal ato proporcionou-nos sermos justificados e termos paz com Deus (Rm 5.1). Por isso, deixemos nossos interesses pessoais e cuidemos da obra; trabalhemos enquanto é dia (Jo 9.4). (Lições CPAD Jovens e Adultos, 2010 , 1º Trim)

2 - Paulo, Ministro da Revelação Divina


2.1 - Entendendo o Mistério que esteve Oculto
Por três vezes nesse parágrafo Paulo faz uso das palavra “mistério” [Ef 3.3-4, 9]. Essa palavra no grego não possui o mesmo significado do nosso português. Um “mistério” em nossa língua portuguesa significa algo obscuro, secreto, enigmático, inexplicável, e até mesmo incompreensível. 




“Revelação e Mistério Os termos revelação e mistério são associações comuns nas epístolas paulinas. Paulo emprega, por exemplo, o termo mistério seis vezes na epístola aos Efésios. Para compreender adequadamente este termo é necessária uma comparação formal com a epístola aos Colossenses, pois esta também usa o termo várias vezes (1.26,27; 2.2; 4.3). O termo também pode ser encontrado em Romanos (duas), 1 Coríntios (seis), 1 Timóteo (duas), 2 Timóteo (duas). Os usos do termo mystēhon nestas epístolas possuem particular afinidade com o contexto já encontrado em Efésios e Colossenses.

Em Colossenses, mistério é especificado pelo genitivo ‘mistério de Deus’ (2.2) e ‘mistério de Cristo’ (4.3). Nos outros dois casos (1.26,27), o contexto define o mistério em relação a Deus e a Cristo: ‘Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória’. Em Colossenses 2.2, este mistério é o próprio Cristo: ‘para conhecimento do mistério de Deus — Cristo’.

Esse conjunto de características se encontra também nos textos de Efésios. Em três casos, o mystēhon é determinado por um genitivo que o coloca em relação com a iniciativa eficaz e gratuita de Deus, a sua ‘vontade’ (1.9), com o Cristo (3.4) ou com o Evangelho (6.19). Em dois casos, o termo é usado de forma absoluta, ‘o mistério’ (3.3,9), mas o contexto permite referi-lo, sem dúvida, a Deus ou ao Cristo. Exclui-se dessa perspectiva o caso de 5.32, onde designa uma interpretação ‘profética’ de um texto bíblico, precisamente, de Gênesis 2.24, relido à luz da ligação salvífica entre Cristo e a Igreja [...]”. (BENTHO. E. C. Hermenêutica fácil e descomplicada. 3.ed. RJ: CPAD, 2005, p.37-8.)

2.2 - A Natureza do Mistério Revelado
“O qual, noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens, como, agora, tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas” (Ef 3.5).


Paulo também apresenta três aspectos importantes desse mistério para os gentios: a) os gentios são herdeiros em conjunto com os judeus, de algo que somente por adoção se tinha direito; b) os gentios se tornaram membros do mesmo corpo, isto é, a Igreja; c) eles também eram participantes da promessa em Cristo Jesus através da pregação do Evangelho, ou seja, participariam do benefício da promessa em Cristo Jesus, quando cressem, ao ouvirem a pregação do Evangelho [Rm 9.24-26].

[...] é importante que você conceitue bem biblicamente a palavra “mistério” e amplie o seu conceito. Para lhe auxiliar nessa tarefa, juntamente com o conceito presente na lição, leve em conta o seguinte fragmento textual: “Embora a palavra ‘mistério’ não apareça no AT […] o conceito de segredo no AT é o de conselhos que Deus revela ao seu povo. […] O NT usa o termo para se referir ao Evangelho, às vezes no seu sentido mais amplo, incluindo o plano de Deus de redenção, existente desde tempos eternos (Rm 16.25,26; 1Co 2.7; 4.1; Ef 1.9,10; 6.19; Cl 1.26,27; 4.3; 1Tm 3.9; Ap 10.7). É também aplicável a aspectos específicos do evangelho: a encarnação (Cl 2.2,9; 1Tm 3.16); a igreja como o Corpo de Cristo incluindo os judeus e os gentios (Ef 3.3-6,9; 5.32); as características do reino espiritual atual (Mt 13.11; Mc 4.11; Lc 8.10); a cegueira temporária de Israel (Rm 11.25) e a transformação do crente na volta de Cristo (1Co 15.51). O termo também é usado para se referir a qualquer verdade oculta que tenha que ser entendida de forma sobrenatural (1Co 13.2; 14.2), e ao mistério da influência do Anticristo ainda não revelado (2Ts 2.7)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2010, p.12)

2.3 - A Humildade e Seriedade de Paulo diante do Mistério
Paulo revela algumas coisas importantes sobre sua comissão: ele fala que foi feito ministro segundo o dom da graça, ou seja, ele recebeu um chamado, não saiu por conta própria, também não está falando o que ouviu ou aprendeu com os outros, está falando das coisas que o próprio Deus lhe revelou e o enviou a dizer. Dessa forma, o apóstolo deixa claro para os destinatários da carta tanto sua autoridade como enviado, quanto a maneira pela qual ele recebeu o conhecimento e a origem da mesma [Ef 1.9-11; 3.1-7]. Ele considerava a si mesmo como o mínimo de todos, reconhecia o grande privilégio de ser o portador de uma tão poderosa revelação [Ef 3.8]. 

Subsídio do Professor: Quando Paulo afirma que era o “mínimo de todos os santos”, ele não está usando de hipocrisia nem tampouco depreciando a si mesmo. Ele age com muita simplicidade e sinceridade. Ele está profundamente consciente tanto da sua própria indignidade (porque sabia quem era, o que fez para com aqueles que serviam a Jesus, e como Deus entrou em sua vida), quanto a misericórdia de Cristo que transbordava sobre si. Paulo era o cartão postal da graça que anunciava, por esse motivo falava acerca de si mesmo [1Tm 1.13]. 

Se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças (Mt 18.3). Aos que procuram os lugares de mais honra no Reino, Jesus declara que realmente não estão no Reino. Anjos foram lançados fora dos céus por causa do orgulho. Os que se ensoberbecem cairão na condenação do diabo (1 Tm 3.6). Se não abandonarmos o nosso orgulho, a entrada nos céus ser-nos-á vedada.

Se não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no Reino de Deus (Mt 18.3). É evidente, portanto, que as criancinhas são salvas.

Aquele que se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no Reino dos céus (Mt 18.4). A resposta de Jesus causa grande surpresa. Conforme a ideia popular, deveria responder: Quem pois, se tornar com um anjo, ou como o pastor de nossa igreja, esse é o maior no Reino dos céus.

Se não vos fizerdes como crianças (Mt 18.3). Não significa meninos: 1) no entendimento (1 Co 14.20); 2) na firmeza (Ef 4.14); 3) na censura (Mt 11.16,17); 4) no conhecimento da Palavra (Hb 5.12-14). Mas, sim, meninos: 1) em desejar o leite espiritual da Palavra (1 Pe 2.2); 2) em confiar no Pai celestial que nos alimentará e vestirá (Mt 6.25); 3) isentos da malícia (1 Co 14.20); 4) na humildade. É a isso que se refere Cristo. Como crianças, ‘não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes, não sejais sábios em vós mesmos’ (Rm 12.16). (BOYER, O. Espada Cortante 1:Daniel, Apocalipse, Mateus e Marcos. 1.ed., RJ: CPAD, 2007, p.542).

3 - As Riquezas do Mistério Revelado



3.1 - O Mistério Revelado no Novo Testamento
Desde o princípio, os gentios faziam parte do plano de Deus, e Paulo era o instrumento do Senhor para revelar à igreja em Éfeso a participação plena dos gentios na salvação efetuada na cruz. Sua grande preocupação era desfazer o falso ensinamento que havia sido disseminado por alguns judeus convertidos, como encontramos em Atos 15.1, 5 e Gálatas 5.1-4. Alguns judeus afirmavam que para poder fazer parte da herança prometida a Israel, era necessário se submeter ao cumprimento de alguns ritos e cerimônias estritamente judaicas. [...]

A verdadeira circuncisão não confia na carne (Fl3.3-7). Os cristãos judaizantes que participavam da igreja em Filipos confiavam muito mais na carne e na circuncisão do que em Cristo. Por isso, Paulo narra a sua história como judeu. Ele declara ter sido circuncidado ao oitavo dia (v.5) e ter seguido todos os ritos da lei (v.6). Mas o apóstolo enfatiza que ao encontrar-se com Cristo, renunciou a tudo da velha religião para servir apenas a Cristo. Paulo declara: “Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne” (Fl 3.3). A salvação é somente pela fé em Jesus. Nenhum rito religioso é capaz de trazer salvação. (Lições CPAD Jovens e Adultos, 2013 , 1º Trim) 

3.2 - O Propósito Pré-Estabelecido por Deus

Efésios 1.4-5
"Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade, e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade."

Mateus 16.18
"Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela".

No entendimento de muitas pessoas, os gentios entraram em cena porque os judeus recusaram a Jesus e Seus Evangelho.
Mas Paulo nos lembra aqui que a salvação dos gentios ... não é algo que Deus aceitou como um bem secundário porque os judeus rechaçaram sua mensagem e convite.


3.3 - As Riquezas Insondáveis de Cristo
Paulo já tinha feito uso da expressão “riquezas” (Ef 1.7, 18; 2.7), mas, agora – 3.8 – ele acrescenta um adjetivo – incompreensíveis (gr. “anexichniaston”) ou insondáveis (NAA). 


Na versão grega de Jó 5.9 e 9.10 se refere às obras de Deus. Encontramos também este adjetivo em Romanos 11.33. Mas, “agora tem sido revelado” (Ef 3.5) e somos chamados a participar destas riquezas! Elas refletem tudo o que se refere à gloria de Cristo, sua divindade, a salvação, a libertação da escravidão da carne, sua glória meritória na cruz do Calvário. Da mesma forma que o mar se torna insondável por sua profundidade, assim são essas riquezas. Elas são todas nossas e estão à nossa disposição. Deus não poupou riquezas ao nos salvar [Ef 1.3].

 As riquezas insondáveis de Cristo. O mistério agora revelado e anunciado é considerado pelo apóstolo como “riquezas insondáveis” (3.8). A expressão se refere às maravilhas e a providência divina que estão além do entendimento humano (1.7). Para o apóstolo Paulo, compartilhar com os povos essas boas novas era algo imensurável (3.18,19). A mensagem da qual ele fora incumbido consistia em ministrar a todos a perfeição e a preciosidade do mistério que estivera oculto (3.8,9); proclamar que essas dádivas foram projetadas desde a eternidade, sendo livremente concedidas aos homens por meio de Cristo (1.4; 2.16). Tudo abrange o beneplácito da vontade divina, que articulou o plano (1.11), o conteúdo desse plano (Ef 2.1-6) e a pessoa de Cristo que executou o plano pré-estabelecido por Deus (Ef 1.19-22). (Lições CPAD Jovens e Adultos, 2013 , 1º Trim)

Conclusão