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domingo, 29 de agosto de 2021

Lição 10 - As Adversidades não Impedem o Crescimento do Cristão

       


 










Texto Áureo
"Antes, crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora como no dia da eternidade. Amém." (2 Pedro 3.18)

Verdade Aplicada
As Adversidades são métodos pedagógicos de Deus para o crescimento do crente.
Texto de Referência
1 Tessalonicenses 1.7-10
7 - De maneira que fostes exemplo para todos os fiéis na Macedônia e Acaia.
8 - Porque por vós soou a palavra do Senhor, não somente na Macedônia e Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou, de tal maneira que já dela não temos necessidade de falar coisa alguma.
9 - Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro.
10 - E esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.


                             Introdução
Os cristãos em Tessalônica vivenciaram o Evangelho diante das adversidades e souberam aproveitar as oportunidades para viver a fé em Cristo de uma forma exemplar.

1 - A Chegada ao Evangelho em Tessalônica
O apóstolo Paulo, em sua segunda viagem missionária, juntamente com Silas, chega na cidade de Tessalônica para pregar o Evangelho.
               Fonte: CPAD
               Obs. Utilize o quadro e faça uma síntese sobre a segunda viagem
                        missionária de Paulo

1.1 - Resultado da realidade do Pecado
Anfípolis e Tessalônica eram as capitais mais importantes da Macedônia. Keener afirma que a cidade possuía em torno de duzentos mil habitantes, quantidade essa de aproximadamente dez vezes a mais da média das cidades na Antiguidade. Tessalônica era uma cidade livre, autogovernada. Sua população era composta de gregos, oriundos do paganismo e de judeus. Tanto Paulo como Silas viram na cidade uma oportunidade ímpar para pregar o Evangelho [At 17.1-3]. 


1.2 - Esforço e Providência
No relato lucano de Atos, Paulo prega a Palavra por aproximadamente três sábados consecutivos [At 17.2]. No entanto, Paulo afirma que teve que trabalhar para se manter [1Ts 2.9], ou seja, apesar do relato ser bastante sintético, é bem provável que ele tenha ficado na cidade por mais de um mês pregando o Evangelho aos convertidos [Fp 4.15-16]. Paulo estava em pleno campo missionário, mas, mesmo assim, trabalhou para se manter e não ser pesado aos irmãos.

Professor comente com a classe que Paulo deixou um legado.

Legado esta diretamente relacionado à continuidade; isto é, aquilo que recebemos e vamos passar para as próximas gerações. Paulo se preocupou com o legado quando disse:

Sede meus imitadores, como também eu de Cristo.(1Co11.1)

Subsídio do Professor:

Jerome Murphy O’Connor: “A vida do apóstolo dos gentios é digna de ser um exemplo para qualquer pessoa. Paulo, nascido em uma família abastada”, dedicou-se ao estudo da Torá (Pentateuco) desde tenra idade aos pés de Gamaliel [At 22.3]. Segundo Josef Schreiner: “Estudou, as Escrituras nas línguas originais e também na versão dos setenta, a Septuaginta”. Teve um encontro com o Cristo ressurreto no caminho de Damasco [At 9.3], sendo o último dos apóstolos [1Co 15.8]. Contudo, mesmo diante de todo o seu curriculum, Paulo só partiu para sua viagem missionária após catorze anos de sua conversão [Gl 2.1-2], a partir de uma revelação. Podemos observar que a vida de Paulo é pautada em trabalho, preparação e providência de Deus. Devemos ser assim, equilibrando as duas coisas.

1.3 - As Tribulações não impedem o agir de Deus
Mesmo após muitas pessoas se converterem ao Evangelho em Tessalônica, a Bíblia nos informa que muitos judeus, por sentirem inveja dos cristãos, foram à casa de Jason, onde Paulo e Silas estavam hospedados, para prendê-los [At 17.5]. A multidão perseguiu os apóstolos de tal forma que eles tiveram que sair escondidos durante a noite da cidade [At 17.10].

Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?(Rm 8:35)

Nos tempos do Império Romano, o culto aos deuses pagãos e ao imperador fazia parte da vida de todo o mundo. Dois problemas surgiam disto. Primeiro, porque eles não participavam dos rituais pagãos, mas tendiam a se isolar, os cristãos eram considerados anti-sociais. Quando a polícia imperial interessou-se por eles, eles se tornaram mais reservados, o que acrescentou ainda mais combustível à fogueira. Eles foram associados aos collegia — clubes ou sociedades secretas — e os líderes suspeitavam desses grupos, devido à ameaça de sedição. Em segundo lugar, visto como os cristãos não queriam participar das atividades religiosas que, conforme se acreditava, aplacavam os deuses, eles tornaram-se uma ameaça à própria felicidade da comunidade. Diante de tudo isso as perseguições e tribulações começaram a surgir.(Lições CPAD Jovens e Adultos »  2014 » 3º Trim.)

2 - Cumprir a Missão em Meio às Adversidades
Vemos no ministério dos apóstolos que a missão nunca foi fácil e que, na verdade, a adversidade fez parte do ministério deles.

2.1 - A Grande perseguição em Jerusalém
A Bíblia afirma, em Atos 8.1-4, que uma grande perseguição se levantou contra a Igreja em Jerusalém.[...]. Era necessário que a Igreja em Jerusalém saísse de sua zona de conforto e viesse a fazer o “ide do Senhor”. O mundo não pode ser um lugar confortável para o crente. Quando o crente vai se conformando com o mundo, Deus permite uma provação para mostrá-lo que ele não pertence a este mundo [Jo 15.18-19].

“Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa” (Mt 5.11).

“Os escritos de Basílio sobre a perseguição de Deoclécio dão uma ideia geral do que foram as crueldades e os horrores daqueles dias: ‘As casas dos cristãos eram deixadas em ruínas; seus bens, pilhados. Seus corpos caíam nas mãos dos ferozes lictores, que os dilaceravam como bestas selvagens, e arrastavam as matronas pelos cabelos através das ruas, insensíveis às súplicas por clemência, viessem elas dos idosos ou daqueles de tenra idade. Os inocentes eram submetidos a tormentos reservados apenas aos mais vis criminosos; os calabouços eram lotados com habitantes dos lares cristãos, que agora jaziam desolados; os desertos sem caminhos e as cavernas das florestas enchiam-se de fugitivos, cujo único crime fora a adoração a Jesus Cristo’” (REILLY, A. J. Os Mártires do Coliseu. 1.ed. RJ: CPAD, 2005, p.38).

"Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;", (Mt 16.18)

A Igreja tem promessa de Deus para vencer. O inferno e todas as forças e potestades, que se levantaram e se levantam contra ela, não prevalecerão, porque Jesus está conosco. Se desejarmos ser vitoriosos, precisamos estar em comunhão com Cristo e com sua igreja.


2.2 - Os tessalonicenses, exemplo de fidelidade
Paulo afirma, em 1Tessalonicenses 1.4-7, que os tessalonicenses se tornaram exemplo para os irmãos, tanto na Macedônia, quanto na Acaia. Eles se tornaram dignos de serem imitados, pois, apesar dos sofrimentos, eles receberam a Palavra de Deus com alegria e se tornaram imitadores do apóstolo, assim como ele era do Senhor.

Uma Igreja frutífera

Um exemplo marcante de Igreja frutífera são os cristãos tessalonicenses (1Ts 1.5-8). Eles levaram a grande comissão de Cristo a sério (Mt 28.18-20). Serviram de exemplo para outros cristãos, pois difundiam o Evangelho por onde quer que fossem (1Ts 1.7-8). Levaram o Evangelho para toda a cidade, e, muito além de suas fronteiras físicas, para a região da Macedônia até a região da Acaia. Certamente esses cristãos discipulavam outros crentes e evangelizavam os incrédulos. Sem dúvida, outras igrejas foram fundadas graças à propagação do Evangelho que brotou daqueles irmãos. (Lições BETEL Jovens e Adultos »  2015 » 1º Trim.)

2.3 - Fé operante, amor operante e esperança paciente
Ainda, ao falar aos tessalonicenses, Paulo evidencia três qualidades daquela igreja em 1Tessalonicenses 1.3: a fé que gera obras (“obra da vossa fé” – ARC), fé é fidelidade e atitude; assim como a fé, o amor de Deus (do grego, ágape), que é derramado em nossos corações, desperta em nós o desejo e a vontade de fazer a obra de Deus; e, por fim, a esperança paciente, que juntamente com as outras virtudes, são consideradas pelo apóstolo como virtudes teologais [1Co 13.13]. Essas três virtudes são essenciais na vida do cristão e expressam a ação do Espírito Santo no seu ser, através do Seu modo de agir. Um coração transformado por Deus exige de nós uma vida transformada. Fé e amor são atitudes do dia a dia na vida do crente, enquanto que a esperança é característica intrínseca de seu caráter.

Uma Igreja solidária

A Igreja é um enorme celeiro e um grande depositário de vocações, talentos, recursos e potenciais. Neste sentido, seu papel deve ser o de orientar os membros para o serviço à sociedade. Refletindo o nosso chamado para sermos sal e luz. Temos de avançar na questão da solidariedade através da conscientização. Como no sentido original da palavra “igreja” (que vem do grego “ekklesía” e significa “assembleia de santos”), precisamos recuperar a nossa vocação histórica de agentes de transformação e esperança. (Lições BETEL Jovens e Adultos »  2015 » 1º Trim.)

Subsídio do Professor:

Dicionário VINE: “A palavra virtude (no grego, aretê) expressa a ação de algo que existe no interior do ser humano, denota também aquilo que é estimado”. De acordo com João Evangelista Martins Terra: “No grego antigo, já existia a ideia de que a virtude faz com que as obras sejam enaltecidas”. Portanto, ela é o resultado de uma vida transformada. Sendo assim, fé, amor e esperança são características daquele que teve um encontro com o Cristo vivo.

3 - Adversidades: Crescimento e Fidelidade
Mesmo em meio às adversidades, Deus apresenta Sua fidelidade para com os Seus e dá o crescimento na hora oportuna.

3.1 - Consciência de que a Palavra é de Deus
Em 1Tessalonicenses 2.13, existe uma tensão entre a palavra humana e a Palavra de Deus. O apóstolo Paulo afirma que a palavra pregada por ele e aceita pelos tessalonicenses não era meramente humana e, sim, Palavra de Deus. Ao “receber” (do grego, paralambano – receber como tradição) a Palavra de Deus pregada pelo apóstolo, eles receberam em si mesmos a eficiência desta, operando eficazmente neles, gerando poder e virtude [1Co 4.20], sendo, também, viva e eficaz [Hb 4.12]. Receber a Palavra é viver uma vida pautada nela, sem restrições. Muitos aceitam da Palavra de Deus somente aquilo que é conveniente a si mesmo, um evangelho diferentemente daquilo que foi vivido pela Igreja Primitiva. Nossa maior esperança não está na prosperidade desta vida, e, sim, de uma vida plena no porvir.

Subsídio do Professor:A palavra humana é caracterizada pelo apóstolo Paulo como persuasiva [1Co 2.4], impregnada de sabedoria humana [1Co 1.17; 2.13], argumentos sem valor [Cl 2.8] e sublimidade de palavras [1Co 2.1]. A palavra meramente humana é o oposto da Palavra de Deus. Enquanto a Palavra de Deus tem como seu foco as coisas espirituais, a palavra humana tem nas coisas temporais e passageiras, que não são eficazes na transformação do ser humano e é despojada de valores perenes. Nos tempos modernos, o que mais vemos é a pregação da Palavra sendo desvirtuada pelos valores humanos, uma busca desenfreada pelo “ter” e “parecer”.

3.2 - É preciso desejar e buscar a vontade de Deus
O apóstolo Pedro faz uma comparação entre o crente com o recém-nascido em 1Pedro 2.2. Ele conclama que o fiel deve desejar ardentemente o “leite espiritual”, termo já utilizado por Paulo [1Co 3.2] e em Hebreus 5.13. O leite, que é o alimento basilar daquele que acabou de nascer, aqui é comparado com a Palavra de Deus. Assim como o bebê que acabou de nascer, o crente também é, pois, nasceu novamente do Espírito Santo [Jo 3.3]. Com isso, Deus se torna manifesto em nossas vidas e revela a Sua vontade.

1 Tessalonicenses 4.2-4, 7, 8

2 Porque vós bem sabeis que mandamentos vos temos dado pelo Senhor Jesus.

3 Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição,

4 Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra.

7 Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação.

8 Portanto, quem despreza isto não despreza ao homem, mas, sim, a Deus, que nos deu também o seu Espírito Santo.

Subsídio do Professor: No relacionamento entre o fiel e Deus, o crente deve orar querendo que a vontade de Deus seja realizada plenamente [Mt 6.10]. Deus, portanto, além de se revelar pela Sua Palavra, por ela, Ele torna manifesto o Seu querer em detrimento da vontade humana.

3.3 - É preciso saber lidar com os sofrimentos
Os crentes em Tessalônica sofreram por amor ao Evangelho [1Ts 2.14-15]. No entanto, eles permaneceram firmes diante das adversidades. O apóstolo Paulo também afirma que não devemos nos atentar para as provações, pois elas são pequenas e passageiras [2Co 4.17], logo, seu espírito se renova diariamente, pois as tribulações do tempo presente não são de se comparar com a glória a ser revelada [Rm 8.18]. Não tem como viver uma vida sem tribulações, mas podemos vivenciá-las sabendo que podem contribuir para o nosso crescimento e fortalecimento da fé.

2 Coríntios 4.7-12.

 7 - Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós.

8 - Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados;

9 - perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

10 - trazendo sempre por toda parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossos corpos.

11 - E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossa carne mortal.

12 - De maneira que em nós opera a morte, mas em vós, a vida.


Conclusão
As adversidades são oportunidades que Deus nos dá para crescermos na graça e no conhecimento [2Pe 3.18].



    







sábado, 21 de agosto de 2021

Lição 9 - A Suficiência de Cristo em meio às dificuldades

      



 










Texto Áureo
"Posso todas as coisas naquele que me fortalece." (Fp 4.13)

Verdade Aplicada
Em Cristo somos fortalecidos e capacitados a vencer as adversidades do tempo presente.

Texto de Referência
Filipenses 4.10-13
10 - Ora, muito me regozijei no Senhor por finalmente reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.
11 - Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
12 - Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em toda as coisas estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome; tanto a ter abundância como a padecer necessidade.
13 - Posso todas as coisas naquele que me fortalece.


                             Introdução
É diante das adversidades que o verdadeiro cristão tem um entendimento mais amplo sobre o que é essencial e indispensável para sua vida, bem como uma excelente oportunidade de testemunho para edificar outros.

1 - A Realidade dos Momentos Difíceis
Enquanto estivermos nesse mundo caído, as adversidades farão parte da vida do crente fiel, contudo, elas não servem para nos parar, e, sim, para que o plano de Deus seja manifesto.[...] 

Podemos passar pelas aflições da vida, o cristão não está livre de passar aflições, Jesus disse: "Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (Jo 16.33), nós sabemos que Deus está no controle de tudo, sua misericórdia e fidelidade para conosco traz a esperança mesmo em meios as tragédias, as pandemias, ao luto, a crise econômica, as doenças, etc.(Pr. Eder Tomé)

A vontade de Deus para as nossas vidas é boa, perfeita e agradável (Rm 12.2). O escritor aos hebreus reconhece que o Senhor, muitas vezes, usa a provação para corrigir-nos e fazer brotar em nossa vida o "fruto pacífico de Justiça" (Hb 12.3-11). No exercício desse processo, crescemos como pessoas e servos de Deus, aprendendo na faculdade das aflições da vida. Assim, podemos dizer inequivocamente que "todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto" (Rm 8.28) (Pr. Eliezer de Lira e Silva - Revista CPAD - 3T - 2012)


1.1 - Resultado da realidade do Pecado
A Bíblia nos relata a entrada do pecado na história humana [Gn 3.16-19]. As consequências do pecado na criação trouxeram um mal sem precedentes. Todo sofrimento que advém sobre a humanidade tem sua causa primordial no pecado de Adão. Sofremos diretamente os resultados do pecado na história desde os primórdios. [...]

O pecado é real e continua destruindo vidas, famílias, ministério, igrejas (locais), etc. Se o pecado é tão danoso e destruidor, porque muitas igrejas priorizam mensagens sobre prosperidades materiais, mensagens de alto ajuda, mensagens positivistas e outras e não priorizam a mensagem da cruz que restaura o pecador? 

O Diabo peca desde o princípio (1Jo3.8) e trabalha para que muitos se prendam as riquezas materiais e desprezem a propiciação que alcançamos pela morte no nosso amado Jesus. Só existe uma solução eficaz contra o pecado: o sangue de Cristo Jesus derramado na cruz do Calvário.

E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo. (1Jo 2.2).

1.2 - Há dias de Calamidades e Aflições
Desde os tempos antigos o ser humano se pergunta: por que o justo sofre? O livro de Jó é a resposta do Antigo Testamento para essa pergunta. No livro de Jó Deus apresenta os motivos para o sofrimento do patriarca: “Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero, e reto, e temente a Deus, e desviando-se do mal.” [Jó 1.8]. Ele padece porque é justo! O salmista também questiona a Deus acerca da causa da prosperidade do ímpio e do padecimento do justo [Sl 73]. Por fim, vemos no ministério dos apóstolos e principalmente no ministério de Jesus, as adversidades como marca da aprovação de Deus em sua vida, pois Ele é o socorro bem presente na hora da angústia [Sl 46.1].

“A paciência de Jó (5.10,11)

Esses versos marcam a transição dos ensinamentos de Tiago sobre a nossa responsabilidade por aqueles que estão fora da comunidade da Igreja, para com os que estão dentro dela, à luz do julgamento de Deus. Faz essa transição através de dois exemplos que os crentes devem seguir; ‘os profetas que falaram em nome do Senhor’ (v.10) e a fidelidade de Jó em suas adversidades (v.11). Nos dois exemplos, o ponto que Tiago deseja enfatizar é que devemos considerar aqueles que perseveram como abençoados. Por saberem que ‘o Senhor é muito misericordioso e piedoso’, Jó e os profetas foram pacientes frente às aflições que sofreram.

Os crentes precisam imitar o exemplo da perseverança de Jó sem se ‘desviarem da verdade’ (5.19) de que Deus é a imutável fonte de ‘toda boa dádiva e de todo dom perfeito’ (1.17). Precisam imitar o exemplo dos profetas falando ‘em nome do Senhor’, isto é, usando de seu discurso para mostrar a divina ‘misericórdia e piedade’ (v.11) para que possamos trazer de volta aqueles que se desviaram da verdade por atos pecaminosos ou por terem acusados a Deus por suas dificuldades (1.13). Aqueles que assim fizerem serão abençoados com a vida eterna e com o perdão de seus pecados (5.20)” (ARRINGTON, French L; STRONSTAD, Roger (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1687).

1.3 - Momentos Difíceis são Leves e Momentâneos.
Apesar do tema da aflição e das provações ficar em aberto no âmbito do Antigo Testamento, o Novo Testamento nos revela o propósito e sentido das provações na vida do justo. O apóstolo Paulo afirma que as nossas provações são leves e passageiras [2Co 4.17]. 


2 - Paulo e a Igreja em Filipos
A comunidade de Filipos foi uma das igrejas levantadas pelo apóstolo Paulo que mais lhe ajudou e se aproximou dele.

2.1 - Um Início com Variedades e Contrastes
Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome; tanto a ter abundância como a padecer necessidade. (Fp 4.12)

[...]. Assim como as estações do ano, a vida do ser humano é caracterizada por momentos bons e momentos de dificuldades. Somos nós que qualificamos as experiências da vida, somos nós que transformamos momentos de dificuldade em aprendizado, ou em momentos de murmuração e desespero.


2.2 - Contexto da Carta aos Filipenses
A carta aos Filipenses é considerada pelos estudiosos como uma das cartas da prisão. Robert H. Gundry afirma que “as seguintes epístolas de Paulo, Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom, são denominadas de cartas do cativeiro, pois o apóstolo estava preso quando as escreveu.[...]. Em Filipenses 1.7, 12-17, Paulo interpreta os eventos acontecidos a ele, como sua prisão, como algo positivo. Ele percebe um propósito maior na sua aflição: a propagação do Evangelho.

Muitas vezes não sabemos por que estamos passando por determinadas adversidades, tais como uma enfermidade, problemas financeiros ou o desemprego, mas, certamente, Deus tem um propósito para todas as coisas. Às vezes, somos acometidos por aflições em prol do Evangelho, para que a vontade de Deus se cumpra e mais pessoas venham ao conhecimento do Filho de Deus. 

Paulo e a Igreja de Filipos

 Filipos foi a primeira cidade européia a receber o Evangelho (At 16.6-40). Foi na casa de uma negociante de púrpura, Lídia, que se estabeleceu o primeiro núcleo da comunidade cristã fundada por Paulo em Filipos. O apóstolo visitou a cidade muitas vezes, quando das suas viagens para a Macedônia.

Quando o apóstolo Paulo escreveu a Epístola aos Filipenses, ele achava-se preso. Correntes, pés presos aos troncos, solidão e longos períodos de prisão são umas das muitas consequências daquilo que significava ser preso no Novo Testamento. O sofrimento na prisão é um tema muito explorado pelo apóstolo nesta Epístola.

A Carta aos Filipenses retrata a assistência oferecida pela igreja ao apóstolo. Aqui está todo o contexto que impulsiona Paulo a redigir uma carta à comunidade que lhe assiste em tudo. A melhor maneira que o apóstolo encontrou de agradecer aquela igreja foi escrevendo a ela sobre o sentimento de gratidão que transbordara no seu coração pela generosidade da igreja filipense. Além desse motivo, podemos encontrar outros que constituem o propósito da Epístola:

(1) Agradecer a ajuda enviada pela comunidade filipense (2.25);

(2) informar a visita de Timóteo e explicar o motivo do retorno inesperado de Epafrodito (2.19-30);

(3) prevenir a comunidade cristã do perigo de se cultivar o “espírito” de competição, egoísmo e individualismo de alguns (2.1-4);

(4) alertar a comunidade de Filipos acerca dos pregadores judaizantes que depositavam a salvação nos costumes passageiros e na observação da Lei (3.2-11), como se esses elementos tivessem algum valor espiritual para conter os impulsos da carne (Cl 2.23).

Em sua Epístola aos Filipenses, o apóstolo Paulo mostra com vigor que a salvação não depende de observar a lei judaica e as suas tradições, mas apenas de Jesus Cristo, o Senhor Jesus é tanto o início como o fim da Lei. Ele é a própria Lei: “Misericórdia quero e não sacrifício” (Mateus 12.7). (SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO,CPAD)

2.3 - Regozijo no Senhor
É até estranho para a nossa realidade entender como o apóstolo conclama aquele povo para se alegrar, se ele mesmo estava preso e esperando seu julgamento [Fp 2.18]. A dificuldade de entender a alegria de Paulo no sofrimento em nome de Cristo nos mostra como estamos distantes do ideal desejado da compreensão da mensagem do Evangelho. Certamente que ninguém deseja padecer e nem sofrer a custo de nada, mas o que chama a atenção é que o apóstolo conseguia entender que aquele sofrimento servia para um propósito muito maior que ele mesmo. Em uma sociedade onde só se pensa em si mesmo, em prosperidade financeira, triunfalista, a mensagem do Evangelho é um escândalo [1Co 1.23].

3 - A Suficiência de Cristo

Cristo é suficiente para satisfazer o ser humano em sua essência, pois Ele nos revela aquilo que é indispensável.

3.1 - Viver com Contentamento
Muitos almejam como ideal de vida riquezas materiais, reconhecimento social, posições de destaque, entre outros, no entanto, esperam que tais benefícios sejam dados por Deus sem nenhum esforço ou trabalho. A vida do apóstolo Paulo aponta para uma vida de entrega plena à vontade do Senhor na pregação do Evangelho. Ele afirma que soube viver no muito e no pouco [Fp 4.11].

Nunca em todos os tempos se abriu tantas denominações evangélicas como nos dias atuais, todos querem ser líder, abandonar seus trabalhos e viver do evangelho. Prometem aos fieis prosperidade e um paraíso aqui na terra, desde que alimentem seus deleites, cuidado é sinal dos últimos dias.

2 Timóteo 3:1-5

1 - Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos;

2 - porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos.

3 - Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons.

4 - Traidores obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus.

5 - Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te

3.2 - Ser Fortalecido
Em Cristo, podemos passar pela dificuldade, ou pela vitória [Fp 4.13]. A palavra “fortalece“ vem do grego, endynamoo – segundo o Dicionário de Strong, revestir-se de força, receber força, ser fortalecido, crescer em força. Aqui o apóstolo utiliza o verbo no tempo presente, na voz ativa no modo particípio. Lourenço Stelio Rega afirma que a palavra nessa forma verbal dá uma ideia de continuidade. Portanto, nós não somos somente fortalecidos, mas passamos por um processo de contínuo fortalecimento no Senhor. Devemos, com isso, permanecer em Cristo e ser revestido pelo Seu poder.

“Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10b).
Jesus disse certa vez: “sem mim nada podereis fazer” (Jo 15.5). Paulo empregou a voz passiva para “fortalecei-vos”. Isso mostra que não se trata meramente de esforço humano, mas da completa dependência do Senhor Jesus. A expressão “força do seu poder” é um enérgico pleonasmo (figura de sintaxe pela qual se repete uma ideia com outras palavras para proporcionar elegância ou reforço à expressão), usado aqui para reforçar a magnitude do poder de Jesus. Esse poder provém do Espírito Santo (Ef 3.16); é a atuação da Trindade na vida da Igreja. 
((Revista CPAD, 1º trim. 2019)

 2 Timóteo 2.1-4

1 — Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus.

2 — E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros.

3 — Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo.

4 — Ninguém que milita se embaraça com negócio desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.

3.3 - A Espada do Espírito
A igreja de Filipos foi uma das comunidades que mais apoiaram financeiramente o ministério do apóstolo Paulo. Robert H. Gundry afirma que “a epístola aos filipenses é a mais pessoal, Paulo agradece ao respaldo financeiro enviado a ele por meio de Epafrodito [Fp 2.25]”. A igreja em Filipos era composta por irmãos que viviam o Evangelho em toda a sua essência. Não era uma igreja rica, como a comunidade em Corinto, mas participou economicamente da campanha do apóstolo. Era uma igreja que vivia a comunhão baseada na generosidade [Fp 4.18-19]. Em tempos onde o consumismo desenfreado, o egoísmo e a vaidade são incentivados pela sociedade e as mídias sociais, o Evangelho de Cristo mostra seus valores na partilha, na comunhão e na generosidade.

Paulo, um líder que amava a igreja. Ao longo de toda a Carta aos Filipenses, percebemos que a relação do apóstolo Paulo para com esta igreja era estabelecida em amor. Não era uma relação comercial, pois o apóstolo não tratava a igreja como um negócio. Ele não era um gerente e muito menos um patrão. A melhor figura a que Paulo pode ser comparado em seu comportamento em relação à igreja é a de um pai que ama os seus filhos gerados na fé de Cristo. Todas as palavras do apóstolo — admoestações, exortações e deprecações — demonstram um profundo amor para com a igreja de Filipos. Precisamos de obreiros que amem a Igreja do Senhor. Esta é constituída por pessoas necessitadas, carentes, mas, sobretudo, desejosas de serem amadas pelos representantes da igreja (2Tm 2.1-26).( Lições CPAD Jovens e Adultos »  2013 » 3º Trimestre)  

Conclusão
Diante da realidade humana, as adversidades não passarão, os desejos e anseios não vão passar, mas todo aquele que estiver em Cristo Jesus será fortalecido e será saciado em seu interior, pois Ele é suficiente.